domingo, 8 de maio de 2022

Praça vizinha ao Clube Altos dos Pinheiros vira estacionamento.


Mais uma vez e como sempre o Município de São Paulo toma caminho oposto ao que é adotado em toda e qualquer cidade elogiável deste planeta que trabalha para melhorar a qualidade de vida de seus habitantes. Uma bela praça arborizada teve parte de sua alma transformada em estacionamento com piso de bloquete. Que pobreza!

A Ave. Antônio Baitura, a que liga a Marginal Pinheiros (Ave. Dra. Ruth Cardoso) local sentido Cebolão à Praça Pan Americana, tem duas praças triangulares, uma de cada lado da avenida junto à Marginal. A maior, num passado distante, enterrou a continuação da avenida Antônio Baitura sentido Pan Americana - Marginal. Por conta de mudanças no trânsito e pela opção feliz de não se construir uma ponte ligando à ave. Valentim Gentil, do outro lado do rio Pinheiros, o último quarteirão antes da marginal foi fechado, preenchido com terra, grama e plantadas algumas pequenas árvores e assim ficou por décadas. Virou uma praça grande bem arborizada que vez ou outra era visitada por mendigos, queimadores de fios roubados, e alguns fumadores, logo retirados, o que incomodava a vizinhança, mas não o suficiente para pedirem melhorias que levassem a um melhor uso do belo espaço verde e público.

A Praça Silveira Santos é uma praça dividida ao meio por uma avenida de trânsito rápido para trânsito local. Pena, porque tem lindos e majestosos eucaliptos e outras árvores que enchem o maior dos triângulos. Do outro lado da avenida árvores sombreiam o triângulo menor.

A Praça Silveira Santos estava descuidada e subutilizada pela população local? Sim, estava. Por quais razões? Algumas, mas provavelmente a maior fosse e continue sendo o trânsito rápido entre as duas praças.

Como passo com frequência pelo local, sempre me incomodou a velocidade que os carros e motos que vem pela Marginal acessam na ave. Antônio Baitura, o que dificulta e muito o cruzamento de pedestres e ciclistas na altura da Marginal e no cruzamento com a rua Carlos Rath, rua esta onde está a entrada do Clube Altos dos Pinheiros, clube de sócios de classe média alta e alta. Em qualquer lugar civilizado seria implantado um acalmamento de trânsito, mudança de geometria da curva na esquina da Marginal aproveitando uma boa área zebrada que existe lá. Isto diminuiria muito a velocidade não só entre as praças, mas também nos quarteirões seguintes até a Praça Pan Americana. Aliás, esta simples medida teria evitado o gasto absurdo com uma ciclofaixa inútil que foi implantada ali na qual não circulam nem moscas. Completando o acalmamento é necessário o estreitamento do leito carroçável no trecho entre as duas praças com implementação de cruzamento de pedestres nivelado às calçadas com piso diferenciado, bloquete ou tijolos próprios. A velocidade dos carros diminuiria dando segurança a pedestres, ciclistas e até mesmo aos veículos que cruzam a rua Carlos Rath; medida simples e de baixo custo. O toque final deveria ser o alargamento das calçadas ou avanço do verde do triângulo menor nas ruas Carlos Rath e Prof. Muniz. 

Bancos, brinquedos e talvez outros equipamentos para adultos, quem sabe um ralf pipe ou bumb track, paisagismo inteligente, e manter o local de preferência limpo, básico para manter qualquer praça viva.

Com quem se fala sobre a obra um dedo aponta para os associados do Clube Alto dos Pinheiros. Precisavam de mais vagas para estacionar? Tem lugar de sobra nas vias em torno do clube, não vê quem não quer. O que foi feito, da forma que foi feito, é um tapa na cara de qualquer pessoa com um mínimo de respeito pela cidade e consciência da importância do verde. As outras vagas ficam longe, não são seguras? É problema dos usuários do clube, todas conhecidas. Há soluções mais civilizadas, basta pensar.

Em qualquer lugar com um mínimo de civilidade os espaços verdes estão sendo ampliados, os espaços de convívio fortalecidos, o que melhora a segurança de todos, em especial crianças, mães e idosos, que são prioridade. Não aqui. Estranho a burrice ter acontecido num bairro classe A onde com certeza a maioria dos moradores é viajado, portanto conhece o que é bom. Cortar uma praça para criar estacionamento é de uma pobreza sem fim.





E voltando para casa dei de cara com este entulho jogado na esquina das ruas Canadá com Honduras e Praça das Guianas, um dos locais com metro quadrado mais caros da cidade. Tem solução? Quando todos, sem exceção, deixarem de ser pobres terá solução. Antes? Responda você. 



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