quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Adeus ano velho, Feliz Ano Novo...



Já deram inúmeras traduções possíveis para este ano de 2015 e a melhor, a meu ver, é o ano que não acabou. Que medão!
Ouvi é que esta história de comemorar o ano novo é uma besteirada por que não existe um ponto, nem sequer um ponto e vírgula na cronologia da vida da gente. É verdade, não resta dúvida, de qualquer forma a passagem de um ano para o outro é um marco, que dependendo do momento e da companhia pode ser divertido ou de dar raiva.
Não importa, para mim só a mudança do número já me faz bem. O aninho complicado este 2015 que hoje a meia noite se acaba. Vamos para o 2016. Feliz Ano Novo para todos.

Pela manha fiz o que deve ser minha última São Silvestre. A prova teve mais de 32 mil participantes para os duros 15 km. Eu fui sem inscrição, de ‘pipoca’, e me envergonho. Não acho justo participar sem compartilhar os custos, mas fazer a inscrição não é muito fácil. No ano passado correram 27 mil, não estava tão cheia e já foi bem complicado correr. Este ano, com aquela massa compacta de gente, bacana de ver, mas não para correr, os primeiros 5 km foram terríveis para um corredor capenga como eu que precisa de uma passada mais constante. Anda, trota, corre um pouco, para, anda, trota... Não me lembro de ter sentido tanta dor numa prova, nem nos campeonatos de mountain bike. Terminei em 2:03 h, quase vinte minutos abaixo do tempo que fiz ano passado. A maioria do povo que estava lá adorou. Gostam mesmo é de agitação e foi o que não faltou.
No meio da prova, que teve alguns protestos contra a situação que vivemos, uma menina começou a gritar “Espero que os protestos estejam tão cheios como esta São Silvestre”. Eu também, ou estamos todos fu.

Como dizia Paulo Cintura, da Escolinha do Professor Raimundo, “Saúde é o que interessa, o resto não tem pressa”. Correr a pé é maravilhoso, mas fica o aviso (por experiência própria): correr dá traque, ô, como dá!
Feliz Ano Novo


segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Conheça a história dos night bikers

Matéria muito boa contando a história dos passeios noturnos de São Paulo, e por que não dizer Brasil e América Latina. Não sei qual a referência que Renata Falzoni tomou para dar como 1979 a criação do Night Biker's, provavelmente os passeios que ela fazia com amigos, mas se foi a data do primeiro passeio oficial ai tenho certeza que foi 1988 por que eu estava entre os que participaram. Saímos da Praça Charles Miller, Pacaembu, e fomos para o Centro. Dai para frente foi uma história de total sucesso que todos conhecem e se pode ver pelas ruas e avenidas. Parabéns Renata

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

doce Natal, feliz Natal



As crianças estavam alegres. Uma hora antes eu havia recebido a ligação de Eric e falado com Cláudia. Podia ouvir as vozes de toda família Ferreira ao fundo, Helena, Maria e os pais de Eric. E falar com Claudia foi um presente. Passado o furacão ela está bem, falando leve e brincando como sempre. Um simples telefonema e sinto um Feliz Natal. Liguei para o Daniel e para mais ninguém, mas pensei em todos amigos, alguns que não vejo a mais de 30 anos, mas agora me veem à cabeça. Feliz Natal a todos, desta vez em silêncio.
Saio para rua pedalando num fim de tarde de 24 de Dezembro de ruas vazias, comércio já fechado. Lembro de natais passados e toda a confusão até mais que passado o último minuto. Aquilo sempre me incomodou. Não é Natal. Todos deveriam estar em casa com os seus e não comprando ou vendendo, embrulhando. Embrulhando. Embrulhos, muitos embrulhos. Viva a comida, viva o sentar todos juntos. As ruas estão tão vazias que me lembro da delícia que era pedalar na década de 70. Foi meu presente inesquecível da vida. E lembro dos natais que reuniam todos Whitaker, mais de 300 pessoas numa única casa. “Crianças não corram” era o grito mais ouvido e seguíamos correndo por todas as partes. Numa das vezes me escondi debaixo da mesa grande onde todos os mais velhos comiam. Via só pernas, calças, sapatos, a longa toalha que cobria a mesa. Um guardanapo caiu no chão e uma carona me descobriu. “O que está fazendo ai? Vai brincar com seus primos”.
Cada Natal com sua história.
Este Natal de 2015 é mais morto que vivi. Pedalando ou caminhando pela cidade sempre é possível ouvir ou ver pequenos detalhes dos convivas festejando através das janelas, nas sacadas e terraços. Caminhei solitário de uma festa de Natal para outra. Quero ver todas famílias, todos amigos, pelo menos tento. “Emedaram o fim de semana (com o Natal), por isto (a cidade está completamente vazia).” De qualquer forma é estranho, triste. Passei pela av. Paulista na esquina onde até o ano passado um banco montava um dos Presépios mais concorridos de São Paulo. Não há Presépio, a casa está cercada por grades, não é mais um banco, e mais triste, de lá se vê que a Paulista não terá o palco de shows para o Ano Novo. Foram-se todos e onde estejam espero que passem bem as festas.
Exagerei, exagerei para valer. Repeti o mil folhas 3 vezes bem servidas, pavê de doce de leite e bolo de chocolate mais duas. A comida nos une; gula é pecado; ninguém é de ferro, hoje é festa, amanha será uma puta ressaca.
Meu tio chamou toda a família e com uma grande felicidade anunciou a gravides de Mariana. Lá vem mais uma vida sagrada nesta família. Bem vinda!
Voltei caminhando para a primeira festa de Natal. Fazer a digestão, eis a questão. Os doces saem pelos ouvidos. Pelo amor de Deus, alguém me serve um expresso? Chego e vejo a família no portão se despedindo. As crianças estão felizes, é o que importa.

Feliz Natal a todos

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

E um Próspero 2016...

Tenham todos um Natal gordo




A opção pela falta de qualidade e o incêndio no Museu da Língua Portuguesa

São Paulo Reclama
Fórum Estadão

O deprimente incêndio ocorrido no Museu da Língua Portuguesa, na Estação da Luz, tem várias causas apontadas e algumas esquecidas, dentre elas e principalmente o nosso patético desinteresse pela boa qualidade. A simples possibilidade de que o incêndio tenha sido causado por um curto circuito ocorrido na troca de uma luminária num museu de alta tecnologia e tão novo é ultrajante. Ultraje!! O triste é não mais espantar que no Brasil uma operação tão ridiculamente primária venha a causar tamanho estrago. Estamos acostumados com o ruim, com o que não funciona, com o que é mal feito. Perdemos completamente o norte da qualidade, que é o único caminho para um futuro próspero para todos. Socializamos a miséria, o baixo nível, o pior possível. Temos que repensar e retrabalhar este Brasil. É impossível continuar com uma que dá primazia ao baixo preço sobre a qualidade, a Lei 8.666, lei de licitação federal vigente. Triste piada pronta: 8.666, ou seja, 8 de infinito e 666 o número da besta do Apocalipse. 

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Alamenda Carlos Marighella não! Alameda Casa Branca.


São Paulo reclama
O Estado de São Paulo
07 de Dezembro de 2015

Alameda Marighella não!

Sou contra mudança de nomes de ruas, avenidas e logradouros. Só descaracterizam a cidade. O ponto máximo destas mudanças sem sentido parecia ter sido a troca do nome do Túnel Nove de Julho, momento da maior importância na história de São Paulo, para Túnel Dahet Elias Cutait, um ilustre médico que sequer seu título de doutor teve respeitado. Agora parece que estão tentando mudar a tapa o nome da Alameda Casa Branca. Várias placas estão cobertas por adesivos cuidadosamente bem feitos “alameda Carlos Marighella”. Esta mesma Alameda Casa Branca tem uma pedra, sem placa e abandonada, na calçada marcando o local da morte Marighella, ex Deputado Federal e então guerrilheiro, por agentes do Governo Federal Militar.  Sou absolutamente contra a mudança dos nomes de ruas, alamedas, avenidas ou quaisquer logradouros da cidade por que estes nomes guardam uma história, uma referência, crucial para a coletividade manter vínculos com a história de sua cidade, para a construção da cidadania, da civilidade. Hoje sabemos que a simpatia ou o apoio que demos então a este pessoal das guerrilhas foi um erro crasso, como está provado pelo Brasil que vários companheiros guerrilheiros de Marighella nos legam, como Dirceu, Genoino, Dilma e tantos outros. Gabeira, Eduardo Jorge e muitos outros que realmente queriam e seguem querendo o bem do Brasil sabem que quem é do bem constrói pela paz e não impõe sua própria versão de história.