domingo, 30 de abril de 2017

qualidade, durabilidade, baixo custo, equidade

fragmento de calçamento Romano século II dC, Córdoba, Espanha
O Brasil precisa imediatamente formar calceteiros, especialistas em construção de calçadas. 





sábado, 29 de abril de 2017

O que fazer?

"Você viu que a vida pode ser diferente, que podemos sair da mesmice, da rotina, Não é tão difícil e dá prazer. Ótimo. Agora, você falou e reclamou de um monte de coisas. O que você vai fazer para tentar mudar pelo menos uma destas coisas".
Este comentário é sobre o texto "Brasil periferia, um passeio divertido - se não fosse trágico" que publiquei aqui neste blog. O que vou fazer para mudar alguma coisa neste Brasil do nunca antes é a pergunta que venho me fazendo sem parar, muito antes deste comentário pertinente. Minha resposta até aqui é não sei.
Tenho certeza sobre o que se tem que se deve fazer para colocar um trem chamado Brasil nos trilhos e faze-lo retomar a marcha, mas não faço a mais remota ideia de como vender o peixe, principalmente nestes tempos onde a palavra "democracia" serve para qualquer coisa, inclusive para substituir o bom senso e a lógica. Chegamos ao ponto onde é politicamente correto e imperativo respeitar ideias e vontades individuais, mesmo as de um inepto, mesmo que isto leve ao colapso coletivo. Provas disto é que não faltam. Assim como estamos num tempo no qual conhecimento e experiência valem pouco. Falar com conhecimento de causa pode ser tido como arrogância ou pior.
Talvez o Brasil precise de direitos e deveres coletivos; não sei, quem sabe? Dever coletivo, responsabilidade coletiva? Talvez qualidade. Cair a ficha que somos um país pobre de riquezas materiais e intelectuais? Parar de falar sobre saúde, educação e segurança? Parar de reclamar e agir, como disse o comentário? Com certeza. Agir? Mas como, como se faz no meio desde tiroteio de cegos?
calçada e calçamento em Lisboa
Milão: 25 anos de garantia para obra pública
Amsterdam: escola
Estou tentando acionar a garantia da obra feita pela Operação Faria Lima \ Pinheiros para que conserte as calçadas que já estão caindo aos pedaços, isto 5 anos depois da entrega da obra. 

quarta-feira, 12 de abril de 2017

Ana Maria Hoffmann, dispensada

Ana Maria Hoffmann, de casaco marrom, numa reunião do Projeto GEF Banco Mundial, 2005
Ontem me comunicaram que Ana Maria Hoffmann foi dispensada da SVMA de São Paulo. Acompanho seu trabalho desde a época do Projeto Ciclista, isto lá pela metade da década de 90 e afirmo que Ana foi essencial para chegarmos onde estamos hoje. Não, Ana não faz parte do pelotão de frente. Ana é aquele tipo que trabalha nos bastidores e que quando faltam fica um vazio difícil e até mesmo impossível de ser superado. Ana Maria Hoffmann foi uma espécie de secretária de toda a questão pública relativa à bicicleta. Ana organizou todos trabalhos e projetos apresentados, realizados ou importantes para o Município de São Paulo, o que não é pouco. Até pouco, quando estive no meio do furacão, Ana esteve presente em praticamente toda reunião, evento, ou acontecimento, de onde tirava e organizava o que era mais relevante. É um trabalho de inteligência, uma destas inteligências que não tem preço, que facilita a vida de todos, principalmente na e da coisa pública.
Uma das primeiras dicas que tive quando comecei a trabalhar foi: "Quer chegar a essência, ao que importa, ao que vai dar resultado? Veja o que pode tirar da secretária." Dica de ouro. Chefes muitas vezes sequer sabem qual é o horário no dentista, por mais latejante que esteja o dente. 
São Paulo perde muito com a saída de Ana Maria Hoffmann da Secretaria do Verde. Perde a população e a administração pública. A questão da bicicleta perde mais ainda. Perde para valer. Perdemos uma interlocutora preciosa que trabalhou para o bem de todos, não só ciclistas. Triste, muito triste.

Se quisermos transformar este país, fazer disto aqui um lugar mais justo, digno e prazeroso, precisamos respeitar quem tem história, quem construiu e contribuiu com um trabalho honesto. Descartamos inteligências, conhecimentos e sabedorias como se descarta saco de salgadinhos. Ou mudamos isto imediatamente ou não temos qualquer futuro; disto não tenham dúvida.