segunda-feira, 7 de novembro de 2016

João Doria e as bicicletas: o que creio que se tenha que fazer daqui para frente

Não é sobre a bicicleta, mas sobre a vida e o futuro da cidade. A bicicleta é um dos elementos que pode contribuir para a transformação da qualidade de vida e um futuro melhor.

Bicicleta em São Paulo, formas de uso:
·       modo transporte trabalho, estudante, pequenas compras
·       bicicleta para transporte cargas e couriers
·       operários, circulação 4:00 h - 8:00 h e volta para casa  - praticamente invisíveis
·       lazer – 700.000 / domingo sol – SVMA 2010; 1 mi / fim semana sol – ABRACICLO 2009
·   passeios noturnos – mais de 100 grupos organizados: http://www.wde.com.br/bike/passeios.htm – estratégico para formação de opinião
·       esporte – número baixo praticantes , esporte caro e de apaixonados
·       pais e filhos – crucial para formação de cultura futura
·       BMX –  escolinha av. Bandeirantes X Berrine, ótima; responsável Max
Pesquisa sobre uso na cidade:

O que fazer?
Imediato:
É possível fazer mais e melhor com menos
·       levantar o que é usado e o que não é
·       por que não está sendo usado?
·       corrigir pontos críticos e erros grosseiros
·       o problema não é só o motorista; muito vem da postura dos ciclistas
·       dar prioridade para pedestres e corrigir inúmeros conflitos
·       por que pedestre vai para ciclovia? – qualidade da calçada, não existência dela, trajeto do pedestre ruim, ponto de ônibus, sombreamento, pontos de cruzamento mal posicionados...
·       primeiro estágio de educação > ciclistas: acalmar, desmistificar, sensatez (mais da metade dos acidentes é responsabilidade direta do condutor; 95% tem alguma responsabilidade do condutor)
interno Prefeitura
·       saber quem fez (CET e…) e porque
·       quem foi responsável e quem apoia; por que?
·       corrigir sinalização horizontal e vertical – altura sinalização e semáforos
·       auditoria no que foi realizado
·       diálogo com grupos organizados
·       ONGs pró bicicleta tem números / pesquisas boas
·       problema com luzes piscantes dianteiras – usar CTB

Médio prazo:
·       sistema cicloviário seguro, não kms ciclovia
·       intervenções que melhorem o que está implantado
a)      pequenas intervenções – guias rebaixadas, oficializar caminhos e atalhos já usados, mudança para pedestres que podem melhorar muito o que existe
b)      reposicionamento / instalação de semáforos
c)      implantação de trechos que viabilizem o que está implantado
d)      operários: exemplos: av. Assis Ribeiro ponte para av. Santos Dumont, Guarulhos; ponte Socorro...
·       iluminar pontos críticos
·       olhar BOs dos acidentes e entender a comunicação / doutrina dos ciclistas
·       vias secundárias / interno de bairro / alimentação ciclovias
·       até hoje os acidentes foram responsabilidade do condutor, incluindo ciclista, do pedestre, de todos, menos da sinalização ou geometria, ou seja, do corpo técnico. Parar corporativismo. Vide caso fatal Mariana na Faria Lima com Chopin Tavares de Lima, ou Lilian Frasão no buraco ciclovia Sumaré, ou...

Longo prazo:
“Ruas sustentáveis de classe mundial”

Para quem?
·       foco nas mulheres. Segundo passo foco idosos, adolescentes, crianças
·       trabalhar em bicicleta – imediato
·       operários periferia – reconhecer a existência e agir
·       levantar índice de estudantes ciclistas e estabelecer prioridades
·       pensar horário de pico / uso por horário / local – planejamento específico

Águas, bicicleta e mobilidades ativas, reurbanização, cidade humana
·       Projeto Córrego Limpo e parques lineares: recuperação das águas com criação de parques lineares, acalmamento de trânsito (calming traffic), devolver as ruas para a população, principalmente mães, crianças e idosos
·       Ciclo Rede e recuperação da vida interna dos bairros

Planejar o futuro
Não planejar a bicicleta em separado. Planejar o todo, para todos.
Reunir todos órgãos envolvidos direta e indiretamente seguindo a experiência do Projeto GEF Banco Mundial / PMSP Administração Serra, 2005.

Nomes:
·       Walter Feldman, S. Esporte PMSP criador Ciclo Faixa Domingo
·       Eduardo Jorge, SVMA
·       Stela Goldenstein – Gabinete Serra
·       Ana Maria Hoffman, SVMA – organizou e tem todos projetos pró bicicleta
·       Laura Ceneviva, SVMA
·       Ayrton Camargo, CPTM; Paul Procee, Banco Mundial – GEF; Projeto GEF Banco Mundial

Em São Paulo não se vê crianças livres nas ruas.

Que cidade queremos? O que as “ciclovias” sinalizam para o futuro das cidades?
·       O projeto cicloviário paulistano é obsoleto, segregado, limitado, não inclusivo, não pensa em outras mobilidades ativas
·       bicicleta deve fazer parte de uma reorganização macro social e econômica - REALISTA
·       NY e o repensar do uso do espaço público; vide reforma Broadway Avenue, exemplo de completo sucesso - http://www.oeco.org.br/colunas/sergio-abranches/20564-as-ruas-sustentaveis-de-nova-iorque/ - depoimento da época da implantação das mudanças.
·       Londres caminha para replicar na Oxford Street (4 milhões pessoas / semana; £ 2 bi / ano; a mais movimentada de Londres) a experiência de Exhibition Road, naked street ou calming traffic. https://www.theguardian.com/uk-news/2016/jul/14/londons-oxford-street-to-be-pedestrianised-by-2020
·       todas as cidades estão indo minimamente para traffic calming ou muito mais longe. Por que São Paulo continua planejando o trânsito e transporte em nichos?
·       beyond traffic calming e mais longe ainda: naked streets / complete streets - http://nacto.org/publication/urban-street-design-guide/
·       não é simplesmente trânsito ou mobilidade, é macro economia, é sobrevivência dos centros urbanos
·       A primeira reunião das grandes cidades mundiais aconteceu em 1898 em Nova Iorque. O tema principal foi como lidar com excremento de cavalo, o principal modo de transporte da época. Desde então São Paulo insiste em seguir seus próprios caminhos e parece não aprender com a experiência internacional, ou mesmo a nacional.  A forma como a bicicleta foi tratada na Administração Haddad é mais uma prova disto.
·       O Tolerância Zero de NY foi realizado um passo depois do outro, aparando as arrestas do mingau quente. Serve para a questão da mobilidade de São Paulo, em particular para a questão da bicicleta.

Da forma que foram implantadas as ciclovias que cidade de São Paulo sinaliza? Uma cidade de segregados? Qual o custo futuro deste posicionamento? Até quando vamos repetir o que parece mas não é? De novo na contramão de outras metrópoles ou de cidades grandes?

São Paulo vai deixar de ser um global player?

Sistema Cicloviário:
Ciclovias, ciclofaixas, ciclorrotas, trânsito partilhado, bairros acalmados
·       o que é segurança do ciclista? verdades e mentiras
·       quem estabeleceu os critérios de segurança adotados no que foi implantado?
·       seguir rigidamente o CTB serve de escudo para técnicos limitados e até prejudica segurança de pedestres e ciclistas, e do trânsito. O próprio CTB permite algumas variações
·       onde está o olho / atenção do motorista? Tempo de percepção e reação
·       onde está a atenção do ciclista? sinalização vertical para passarinhos?
·       levar em consideração o estágio de prática / maturidade do usuário local do sistema de ciclovias
·       o que é uma rua, uma avenida? Sair do conceito monolítico. Ver Michael King
·       ampliar o calming traffic – acalmamento de trânsito – com medidas simples e inteligentes
·       estabelecer critérios urbanos e técnicos modernos. Inaceitável a frase “precisamos pensar na segurança do ciclista ou pedestre...” pelo menos na forma que vem sendo usada
·       rota direta e ou caminho tranquilo: públicos diferentes
·       técnicas mistas numa rua ou avenida
·       que cidade queremos, uma cidade toda segregada?
·       preservar áreas verdes

Educação e treinamento
·       educar e treinar ciclistas: imediato – educação / comunicação realista – acalmar ciclistas, tirar dogmas gerados pelo cicloativismo
·       educação e treinamento abrangente: ciclistas por faixa e uso, ONGs e outros, envolver setor, com foco nas bicicletarias. Outros
·       educar interno de bairro e parques: foco mães, crianças, idosos, pessoas com necessidades especiais
·       conversa com pessoal Prefeitura / Sub Prefeitura que trabalhou nos projetos
·       o que fazer com o minhocário (ciclovias) existente?
·       conhecimento, conversa e triagem dos cicloativistas, entender, trabalhar, aproveitar, tomar cuidado
·       criação de aplicativos para ciclistas, bicicleta e bicicletarias
·       levantar as bicicletarias e suas culturas
·       trabalho sobre qualidade Shimano e outros
·       ABRACICLO, ABRADIBE, SIMEFRE, Aliança Bike

Pedestres
·       reduzir conflito ciclistas / pedestre imediatamente
·       melhorar o prazer e a segurança do caminhar
·       corrigir erros grosseiros de sinalização: pintura, semáforos muito demorados, falta de semáforo, localização da faixa de pedestre inútil
·       tornar realista o ponto de travessia: parques nos fins de semana,  pontos de concentração  - shoppings, pontos de ônibus, vendas...

TROCA DE TODO SISTEMA SEMAFÓRICO

História:
·       não começou no Haddad
·       anterior ao Pró Ciclista
·       Projeto Pró Ciclista – SVMA, Secretário Wener Zulauf, Diretor Gunter Bantel
·       Plano Diretor Marta, 2004
·       Projeto GEF – Banco Mundial, 2005
·       Administração Serra / Kassab
·       projetos existentes e obrigatórios por lei
·       Haddad?