sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Fim de uma era

Foi maravilhoso o momento quando virei para mim mesmo e disse chega! Vários são os motivos, talvez o mais importante foi uma fala do Pondé ou Karnal sobre grande o vazio de conteúdo ou inteligência da maioria das opiniões e ideias publicadas na internet. Caiu no colo e foi bem vinda.
Não consigo colocar qual sabedoria popular mais se encaixa aqui, são inúmeras que cairiam bem. Faz muito tempo venho preferindo ficar de boca calada, principalmente no que diz respeito a questão das bicicletas. Não sou sábio, muito menos popular. Tem um monte de gente escrevendo sobre os temas ciclísticos diversos, desde a bicicleta em si até sobre sistema cicloviário. Se eles têm tanto público devem saber o que falam. Eu já estava virando velho chato fazia muito e já tinha passado da hora de calar a boca e ir para meu canto. Talvez pudesse contribuir com algo, mas não estava e não estou mais a fins de pagar o sapo de continuar batendo em teclas básicas como a que tive contra o fanatismo religioso pelo uso do capacete (duas décadas de bate boca) ou que ciclovias como única alternativa para a segurança do ciclista pode não ser um bom negócio para o ciclista e para a cidade (mais de duas décadas), dentre outras. 
Tem uma nova geração aí que tem poder de palavra e está levando a coisa para frente. Escrevem coisas que não são o caminho que acredito bom. Meu caminho não é o único, mas tenho certeza que alguns pontos de nossas vidas não deveriam ser passíveis da pseudo democracia tão arrolada por ai. Torrar dinheiro público? Pichar a casa dos outros? Falta de civilidade? Se é ciclista tem todos direitos? Faz a qualquer custo? Faz de qualquer forma? Quantos mais quilômetros melhor? Lixo na rua?... Somos nós ou eles? Como assim?!?
A verdade é que me sinto desconfortável pedalando em ciclovias. Tenho ficado muito feliz ouvindo ciclistas de outras épocas, ciclistas com C maiúsculo, alguns campeões de verdade, que também se sentem desconfortáveis nas ciclovias. É grupo de ciclistas entupindo a ciclovia e impedindo a passagem de quem vem no sentido contrário, até empurrando ciclista para o meio da avenida. É farol altíssimo no meio do olho. É ciclista que acha que sabe pedalar e passa a mil pela direita assustando e ainda ofende. É ciclista indo para cima de pedestre xingando, gritando com motoristas... É muito ciclista que não sabe dizer bom dia. Dar uma dica? Nem pensar! Todos sabem tudo! Quer ajudar a consertar um pneu furado? Não dá mais para oferecer ajuda porque muitos se ofendem! Os tempos mudaram e eu faço parte do passado, que a meu ver era bem simpático, amigável e leve.
Tenho certeza que motoristas são mais tranquilos, polidos, civilizados e vou pedalar no trânsito. Fico feliz porque tenho velhos companheiros de pedal que pensam igual. Companheiros, quem diria usar esta expressão.
O fato é que estou feliz por ser só ciclista. É possível que nestes 30 anos de vivência me tenham dado algo que se possa aproveitar, mas estou fora da moda, sou descartável como tudo destes novos tempos. 
Enfim; faz muito que não me sinto tão leve e feliz.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Calor infernal

Hoje é 29 de Dezembro de 2016 e o ano ainda não acabou. Um ano que passou tão rápido como tarda para acabar com seus últimos dias. O Natal chegou de sopetão, Papai Noel caiu no colo de cada um de nós de saco cheio, o próprio, e vazio de presentes para os outros. E veio dia 25 numa São Paulo ensolarada e divinamente vazia. E 26, 27, 28, 29, bufa!, não termina esta joça de 2016!
Lá fora faz 34°C. Acabei de entrar em casa depois de ter pedalado para lá e para cá num sol de racha coco. Quando entrei na loja para pegar algumas coisas que estou precisando para trabalhar estava empapado e a atendente olhou para minha camiseta apavorada e perguntou se eu não queria algo - uma ambulância certamente pensava ela - para me refrescar. Só ai me dei conta do meu estado. Não é fácil pedalar neste verão infernal. 
Bom, eu não gosto de calor. Tenho pressão normal com viés para baixo. Calor me faz mal. Minha temperatura amada está entre 5°C e 20°C, ou 17°C na mosca. Como vocês sabem, 17 X 2= 34; não pode dar certo. Mas tomei uma decisão: morro frito pelo asfalto de mais de 40°C, mas vou continuar minha vida normal, mesmo que de vez em quando quase desmaie - literalmente. 
Para minimizar a fritura tenho pedalado perseguindo as sombras. Não importa que o caminho seja mais longo, que tenha mais subida, basta ter árvores e verde vou por ele. Felizmente moro em uma área bastante arborizada, o que não é comum nas cidades brasileiras. Saiu das áreas centrais e mais antigas de qualquer cidade a possibilidade de se rodar (e viver) num mar de concreto e asfalto é muito grande. Quanto mais baixo o nível social, mais inóspito e o bairro. Um dia conversando Murillo eu soltei que a razão para este amor pelo concreto e asfalto e ódio pelo verde está ligado à origem do povo que veio do "mato" e de sua miséria. Para eles o verde é sinal de pobreza, dai o deserto de nossas periferias ou cidades de interior. Murillo gostou.
Professor Paulo Saldiva um dia destes comentou que uma das razões para as tempestades que a cada dia caem mais fortes em nossas cidades, como o brutal toró que desagua agorinha mesmo, é que onde só há concreto e asfalto há também uma ilha de muito calor o que interfere nas chuvas, que por sua vez acabam se concentrando num determinado ponto geográfico (a minha explicação está um horror, mas é por ai). Em outras palavras, quanto mais verde, mais meió pro ciclista - e para o planeta. Seria maravilhoso se verdejar fosse parte da luta dos ciclistas. 

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Estados Unidos - começo do século 20

Dos filmes que vi dos primeiros anos do século 20 talvez seja o mais interessante porque mostra detalhes que não tinha visto até então. Mostram bonde e Bombeiros puxados a cavalo, a linha suspensa de trem de New York que hoje virou o tão elogiado parque 'passarela' Skyline, pessoas vivendo a rua, maios maravilhosos, terminando com um carro sendo ligado na manivela e... Só vendo. Genial.