O ciclista vestido em roupa de academia e numa bicicleta elétrica veio junto com trânsito saturado e lento em uma rua de duas pistas, seguindo atrás de um carro. O sinal fechou, todos diminuíram a velocidade, o carro que estava à frente do ciclista foi suavemente e lentamente indo para a esquerda para se acomodar corretamente na faixa de rolamento. O ciclista foi acompanhando o movimento do carro e sem perceber colocando-se à esquerda, no ângulo cego de visão da motorista. Em vez de diminuir a velocidade, para o que bastaria parar de pedalar, o ciclista pedalou e forçou a passagem, só para parar ali na frente, no meio da faixa do pedestre. Tudo foi lento, sem perigo, com espaço. Um ciclista com um mínimo de habilidade, primeiro não teria tentado ultrapassar naquele momento, e caso houvesse tentado a ultrapassagem não ficaria assustado por que o espaço sequer era apertado. Mas, o ciclista, parado no meio da faixa de pedestre, atrapalhando aos que cruzavam a pé, começou a gesticular e ofender a motorista, que sequer percebeu que era com ela. Ninguém conseguiu entender o que estava acontecendo, só eu que vi toda a situação por trás.
É interessante como tudo amadurece. É cada dia mais difícil de ver situações como esta. O pessoal está aprendendo a pedalar no meio do trânsito, ou melhor, se acostumaram com o jogo. Joga o jogo, esta é a regra da vida. Como minha mãe dizia, “Ou você ri da vida ou a vida vai rir de você”. Amadurecemos, mas mesmo assim ainda temos muito que caminhar. Temos que dar um passo a frente nestes degraus de civilidade onde se perceba que somos todos humanos e estamos todos no mesmo barco, e que antes de ficar apontando o dedo para o outro devemos olhar nossos próprios erros e limitações e buscar nos aprimorar - sempre.
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