Primeiro o link: http://msmagazine.com/blog/2014/05/07/wheels-of-change-the-bicycle-and-womens-rights/ para a versão original do excelente texto de Sara Nipper. Abaixo publico a versão traduzida pelo Google.
Mais uma vez fica claro que a história da bicicleta precisa ser revista e aprofundada. Alguns textos publicados recentemente, como este de Sara Nipper, indicam que a bibliografia existente, principalmente a vendida em livrarias, peca pela paixão e consequente pouco rigor histórico de seus autores. Não se deve descartar o material existente, mas se faz necessário tomar cuidado com as conclusão dali tiradas.
O que não resta dúvida é que a bicicleta teve e continua tendo uma importância grande na vida das mulheres.
Mais uma vez fica claro que a história da bicicleta precisa ser revista e aprofundada. Alguns textos publicados recentemente, como este de Sara Nipper, indicam que a bibliografia existente, principalmente a vendida em livrarias, peca pela paixão e consequente pouco rigor histórico de seus autores. Não se deve descartar o material existente, mas se faz necessário tomar cuidado com as conclusão dali tiradas.
O que não resta dúvida é que a bicicleta teve e continua tendo uma importância grande na vida das mulheres.
Rodas de Mudança: a bicicleta e Direitos das Mulheres
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As rodas da transformação: A bicicleta
e a emancipação das mulheres
(tradução 'não Google')
In 1896, Susan B.
Anthony affirmed that the bicycle “has done more to emancipate women than
anything else in the world.” The year before, in her book A Wheel Within A
Wheel: How I Learned to Ride the Bicycle, temperance reformer and suffragist
Frances Willard asserted, “I began to feel that myself plus the bicycle equaled
myself plus the world.”
Em 1896, Susan B Anthony
afirmou que a “bicicleta tem feito mais pela emancipação das mulheres do que
qualquer outra coisa no mundo”. No ano anterior, a reformista social e
sufragista Frances Willard declarou: “Eu comecei a sentir que minha relação com
a bicicleta se igualava a minha relação com o mundo”.
May is National Bike Month. The time to celebrate
the “many benefits of bicycling,” says its sponsor, the League of American
Bicyclists. But one of the oft-unknown benefits of the bike is the
unintentional influence it had on women’s rights. By sparking controversy, the
bike inadvertently helped emancipate women toward the end of the 19th century.
Maio é o mês nacional da
bicicleta. O tempo certo para celebrar os “vários benefícios de pedalar”, diz
seu patrocinador, a Liga dos Ciclistas Americanos. Mas um dos benefícios pouco
conhecidos da bicicleta foi a influencia não intencional na luta pelos direitos
das mulheres. Ao provocar polêmica, a bicicleta ajudou inadvertidamente a
emancipação feminina no final do século XIX.
When the League of
American Bicyclists began in 1880, bicycles—the velocipede and the high-wheel
to be specific—were limited to the
male upper class. Within six years, however, when the Victor Safety bicycle
(the earliest version of the bikes we see today) hit the U.S. by storm, the
sport opened up to include the middle class and women. And by the start of the
20th century, the wheel was synonymous with the “New Woman.” How and why the
seemingly sudden change? Largely because the Victor hit the American market at
a pivotal moment in history, igniting a mixture of discussions on political and
social issues that had been escalating for decades.
Quando a Liga dos Ciclistas
Americanos foi fundada em 1880, as bicicletas - o velocípede e a bicicleta de
roda alta, para ser mais específica - eram limitadas ao público masculino das
classes mais altas da sociedade. Porém, em um período de seis anos, quando a
bicicleta Victor Safety (a versão mais antiga das bicicletas que existem hoje)
despencou nos EUA como uma tempestade, o esporte se abriu para abrigar as
mulheres e a classe média. Assim, no início do século XX, a roda se tornou um
sinônimo para a “Nova Mulher”. Como e
porque houve esta mudança aparentemente repentina? Em grande parte porque a
Victor atingiu o mercado americano em um momento crucial da história,
disparando uma mistura de discussões políticas e sociais que estavam crescendo
a décadas.
In the 1830s,
temperance groups could be found all over the country. and their main
supporters were women. Besides the fact that alcohol abuse was a root cause of
domestic violence, the Cult of Domesticity (or True Womanhood) insisted women
uphold piety (along with purity, domesticity and, the kicker, submissiveness)
and the moral character of their homes and community. Similarly, as the debate
over slavery intensified, women once again ventured out of their homes to
support the cause. They attended meetings, wrote articles, spoke publicly. But
as women shifted into the public sphere, they found they had little rights and
little power to induce any real change. It was during this time that temperance
reformers and abolitionists such as Elizabeth Cady Stanton, Lucretia Mott and
Susan B. Anthony began to organize the first seedlings of the women’s movement.
Nos anos de 1830, grupos de
temperança eram encontrados em todo o país. E seus maiores apoiadores eram
mulheres. Além do abuso do álcool ser uma causa primária da violência doméstica,
o Culto da Domesticidade (ou Verdadeira Mulher) insistia que as mulheres
defendessem a piedade (junto com o pureza, domesticidade e, a avassaladora
submissão) e o caráter moral de suas casas e comunidades. De forma similar,
conforme o debate sobre a escravidão se intensificava, as mulheres novamente se
aventuraram para fora de suas casas para apoiar a causa. Elas participaram de
reuniões, escreveram artigos, falaram publicamente. Mas conforme as mulheres se
deslocavam para a esfera pública, elas descobriram que tinham poucos direitos e
pouco poder para induzir alguma mudança real. Foi durante este período que
reformistas, abolicionistas e membros de grupos de temperança como Elizabeth
Cady Stanton, Lucretia Mott e Susan B. Anthony começaram a plantar as primeiras
sementes do movimento feminista.
As promising as
the 1848 Women’s Rights Convention was, it wasn’t until after the Civil War and
the passing of the 13th, 14th, and 15th amendments that women’s rights regained
momentum. Social reform and self-improvement were a huge part of the American
psyche in antebellum America. Along with women’s rights, dress reform started
making headway, particularly between 1870 and 1880. The movement, partly an
attempt to challenge long-held beliefs about women and their place in society,
called for more subdued, hygienic designs, meaning looser tops and bifurcated
garments, or “bloomers” as many knew them (thanks to temperance activist and
journalist Amelia Bloomer, who around 1851 debuted the new “costume” in her
temperance newspaper, The Lily). The media had a field day. A woman upheld the
notion of True Womanhood by wearing heavy skirts and tight and immobilizing
corsets.
Ainda que a Convenção dos
Direitos das Mulheres em 1848 tenha sido muito promissora, foi apenas após a
Guerra Civil e as aprovações das 13º, 14º e 15º emendas que o movimento pelo
direito das mulheres ganhou força novamente. Reforma social e o
auto-aperfeiçoamento compunham uma enorme parte da psique norte-americana nos
Estados Unidos pré-guerra. Junto com os direitos das mulheres, a reforma do
vestuário começou a fazer progressos, particularmente entre 1870 e 1880. O
movimento, que procurava em parte desafiar a longeva crença sobre as mulheres e
seu lugar na sociedade, exigia designs mais moderados e higiênicos, como tops
mais largos e calças, ou “bloomers” como eram conhecidas (graças a ativista do
movimento de temperança e jornalista Amelia Bloomer, que lançou o novo “traje”
por volta de 1851, em seu jornal de temperança, The Lily). A mídia teve um dia
de liberdade. Uma mulher sustentava a noção de Mulher Verdadeira ao vestir
saias pesadas e apertadas e espartilhos imobilizadores.
Women who did wear
bifurcated garments were typically working women of the lower class. Gayle
Fischer, who wrote a book on the subject titled Pantaloons and Power, explains
“For women to take control of their appearance, to distance themselves from a
primarily ornamental identity, primarily dependent on men and devoted to
pleasing men, was intrinsically transgressive.” It wouldn’t be until the 1890s
bicycle craze that bifurcated women’s apparel became popular. And, as Fischer
notes, “just as it had 40 years earlier, the popular press reported on
society’s shocked reactions to seeing women on bicycles in ‘bifurcated’ or
‘rational’ garments, and printed humorous cartoons, songs, and poems satirizing
the female cyclist.”
Mulheres que usavam calças
eram tipicamente mulheres pobres que trabalhavam. Gayle Fischer, autor do livro
Pantaloons and Power (Poder e Pantalonas) explica, “Para as mulheres assumirem
o controle de suas aparências, para se distanciarem de uma identidade
primariamente ornamental, dependente dos homens e devotada a servir aos homens,
era intrinsicamente transgressor”. Foi apenas durante a década de 1890 com a
onda das bicicletas que as calças femininas se popularizaram. E como observa
Fischer, “assim como ocorreu 40 anos antes, a imprensa reportou a reação
chocante da sociedade ao assistir as mulheres andando de bicicletas em
vestimentas ‘bifurcadas’ ou ‘racionais’, e publicou charges, músicas e poemas
satirizando a ciclista feminina”.
By 1893, the
Victor Safety Bicycle was an American obsession. Whole roads were built to
sustain the traffic. Clubs were set up across the country. As more women took
up the new pastime, and the new dress, their husbands and fathers (and priests
and doctors, for that matter) took notice. And retaliated. The Los Angeles
Herald addressed bikes and the “great emancipator of women, bloomers” in its
1895 article, “What Shall the New Woman Wear, Skirts or Bloomers?” According to
the article, what some “see in women’s stepping into bifurcated outer nether
garments [is women] stepping into everything else hitherto reserved for men,
who see not a new woman with bloomers, but a new edition of man.” And therein
lurked the real concern.
Por volta de 1893, a bicicleta
Victor Safety era uma obsessão americana. Estradas inteiras foram construídas
para sustentar o tráfego. Clubes foram
montados em todo o país. Quanto mais mulheres aderiam ao novo passatempo, e a
nova vestimenta, seus maridos e pais (e padres e médicos) percebiam e retaliavam.
O jornal The Los Angeles Herald publicou um artigo sobre a bicicleta e o “grande
emancipador das mulheres, as bloomers” em 1895, intitulado “O que Deve Vestir a
Nova Mulher, Saias ou Bloomers?”. De acordo com o artigo, o que alguns “veem
nas mulheres dando um passo em direção as calças e roupas largas [são mulheres]
dando um passo em direção a tudo o que é reservado aos homens até agora, os
quais veem não uma nova mulher com calças, mas uma nova edição do próprio
homem.” E era aí que se escondia a verdadeira preocupação .
Some husbands
threatened divorce. Doctors were quoted in popular women’s journals such as
Peterson’s Magazine and Godey’s Lady’s Book, claiming the bicycle had
detrimental effects on women’s reproductive organs and menstrual cycles. Of
particular concern was the wanton ways riding was believed to promote
masturbation. In the same Herald piece, the writer quotes a sermon from Rev.
T.B Hawthorne, D.D. of Atlanta, Ga.: “If there is any object on earth which
makes jubilee in the realm of unclean spirits, it is a ‘society woman’ in
masculine habiliments, straddling a bicycle and prepared to make an exhibition
of her immodesty on the thoroughfares of a great city.” As Rev. Hawthorne saw
it, “women were riding to the devil in bloomers.”
Alguns maridos ameaçaram pedir
o divórcio. Médicos eram citados em jornais femininos como Peterson’s Magazine
e Godey’s Lady’s Book, alegando que a bicicleta possuía efeitos prejudiciais
aos órgãos reprodutivos femininos e ao ciclo menstrual. Uma preocupação em
particular, era a maneira devassa de pedalar que promovia a masturbação. No
mesmo artigo do Herald, o escritor citou um sermão do Reverendo T. B. Hawthorne
de Atlanta: “Se existe algum objeto na terra que cria um jubilo no campo de
almas impuras, é uma ‘sociedade de mulheres’
em trajes masculinos, montando em uma bicicleta e se preparando para
fazer sem modéstia uma exibição nas vias públicas de uma grande cidade”. Como
enxergou o reverendo “as mulheres estavam pedalando para diabo em bloomers.”
Companies such as
Spalding, America’s leading bicycle manufacturer in the mid-1890s, quickly
responded with the Christy Anatomical saddle, a seat strategically hollowed out
to prevent female genitalia from experiencing any friction. And advertisements
always promoted the proper way for women to ride—upright and never too fast.
Riding bent over the handlebars and pedaling fast in the “scorching” position
was strictly prohibited.
Empresas como Spalding, líder
norte americana em fabricação de bicicletas nos meados da década de 1890,
responderam rapidamente com selins Christy Anatomical, estrategicamente
escavados para fora, para prevenir a genitália feminina de experimentar
qualquer fricção. E os anúncios sempre promoviam
a proibição estrita de pedalar rápido em uma posição “ardente”.
The insults, much
to the disappointment of critics, I’m sure, simply fueled the fire. And
inspired women like Kate Chopin, Willa Cather and other feminist writers to
incorporate the bike and what it gave women—mobility, independence and the hope
of endless possibilities—into their stories. It also sparked responses from
feminists such as Sarah Grand, who in 1894 wrote a brazen article for the North
American Review. Addressing the cartoons and outlandish exaggerations seen in
Punch, Puck and Life, Grand rebuts the way men “[snarl] about the end of true
womanliness, cants on the subject of the Sphere, and threatens that if we do
not sit still at home with cotton-wool in our ears … we shall be afflicted with
short hair, coarse skins, unsymmetrical figures, loud voices, tastelessness in
dress and an unattractive appearance and character.” The article shrewdly and
ever so cleverly builds to her assertion that “while on the one hand man has
shrunk to his true proportions in our estimation, we, on the other, have been
expanding to our own; and now we come confidently forward.”
Os insultos, para o
desapontamento dos críticos, eu tenho certeza, simplesmente alimentavam a
fogueira. E inspiraram mulheres como
Kate Chopin, Willa Cather e outras escritoras feministas a incorporar em suas
estórias a bicicleta e o que ela oferecia - mobilidade, independência e a
esperança de possibilidades sem fim. A bicicleta também provocou respostas de
feministas como Sarah Grand que em 1894 escreveu um artigo descarado para a
revista North American Review. Se dirigindo às charges e aos exageros anormais
das revistas Punch, Puck e Life, Grand rejeitou a forma em que os homens
“[resmungavam] sobre o fim da linhagem da verdadeira mulher, e ameaçavam que se
não ficássemos sentadas em casa com algodão em nossos ouvidos… nós seriamos amaldiçoadas
com cabelos curtos, peles grossas, figuras assimétricas, falar alto, vestuários
de mal gosto e um caráter e uma aparência nada atraente.” O artigo para seu
mérito elaborou astutamente a ideia de que “enquanto por um lado, os homens
encolheram para suas devidas proporções, por outro lado, nós estamos expandindo
para a nossas próprias proporções; e agora estamos seguindo confiantemente
adiante.”
Confidently
forward indeed. The bike granted women freedom of movement. And not just
literally. It became a symbol, an emblem for emancipation and selfhood. And
there would be no undoing. The bicycling craze eventually died down after the
turn of the century, and soon automobiles were the next great craze. But the
awakening the wheel spurred in women inspired the strength and perseverance of
the New Woman and continued to influence women for generations to come.
Confiantemente adiante, de
fato. A bicicleta premiou as mulheres com a liberdade do movimento e não apenas
literalmente. Ela se tornou um símbolo, um emblema para a emancipação e
individualidade. E não houve retorno. A febre da bicicleta eventualmente
desapareceu após a virada do século, e logo os automóveis se tornaram a grande
febre do momento, mas o despertar que roda provocou nas mulheres, inspirou a
força e perseverança da Nova Mulher e continuou a influenciar as mulheres das
gerações seguintes.Fotos de mulheres ciclismo (e em anúncios de bicicleta) no final do século 19 de Wikimedia Commons
Sarah Nipper é um escritor baseado em Los Angeles atualmente trabalhando em Malibu Revista .
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