segunda-feira, 26 de maio de 2014

Para onde vamos (com estes 15 segundos de fama)?

Não consigo entrar dentro deste turbilhão das redes sociais. Tive e continuo tendo dificuldades no mundo da Internet. É muita coisa junta, um belo atoleiro. Não sei tirar bom proveito. Olho para as pessoas ao meu redor e sinto que até os mais articulados neste cosmos tem um buraco negro de inteligências que se perdem para o outro lado, o desconhecido, num suposto vazio, aonde ninguém sabe o que é e o que dará.
Estamos num vazio. De tão cheio.  
Esta loucura de viver sempre acelerado, sem nunca perder tempo, lembra Joseph Goebbels, Ministro da Comunicação de Hitler, que tinha como princípio da propaganda nazista algo como “minta, minta sempre e persistentemente, que um dia a mentira se transformará em realidade”.  Viva, viva sempre e persistentemente, que uma hora a vida se transformará em realidade. Assim como nos contos de fada!
“Prefiro ser uma metamorfose ambulante” escrita por Raul Seixas comete um pequeno erro. Somos inevitavelmente uma metamorfose ambulante. “O tempo não para” não parou para Cazuza e não para para ninguém. Os pensamentos mudam, tem uma dinâmica surpreendente que não podemos controlar. As palavras podem parecer continuar as mesmas, mas a metamorfose do pensamento não.
O natural é fazer a digestão dos pensamentos, deixa-los passar pelo intestino e ai obrar. Pelo menos para ter algum foco. Faz-se hoje como pato caipira: cada passo uma cagada. É a maravilhosa dinâmica pop dos 15 minutos de sucesso preconizado por Andy Warhol, hoje, nas redes sociais, sucesso dos 15 segundos, se tanto. Seria ótimo adubo não fosse o excesso de acidez.
Esta nova revolução tem um ganho semelhante ao do surgimento das fotografias, principalmente a partir da máquina fotográfica popular da Kodak, a caixotinho de antes de 1900, que começou a mostrar a face real dos habitantes deste planeta numa escala sem precedentes. Mas são imagens, algumas fortes, não realidade. Internet e redes sócias mostram o “espírito” das pessoas. Mas, de novo, não a realidade. Tal como numa foto a rede social mostra o ser, estar, dentro da perspectiva do autor e autor.
Felizmente não estou ficando esquizofrênico nem paranoico, pelo menos não sozinho. Tem um montão de gente mais instruída e esclarecida que também não está entendo nada. Para onde estamos indo? Não faço ideia. Só sei que nunca vi uma baderna tão grande como a que vivemos hoje. Não adianta falar nada com a maioria. Cada um tem sua verdade limítrofe ao ortodoxo.
No meio desta baderna restará a bicicleta, com seu silêncio e consequente distanciamento (http://escoladebicicleta.blogspot.com.br/2014/05/bicicleta-silencio-e-distanciamento.html).  Podes crer! Poderia aqui contar um pouco da importância de ter uma bicicleta num cenário real de guerra, mas isto é uma outra história; e que história!
Recomendo assistir o programa Painel deste domingo, 25 de Maio:
http://globotv.globo.com/globo-news/globo-news-painel/v/globonews-painel-discute-possivel-perda-de-sentido-de-ordem-do-brasil/3369433/
Também recomendo a leitura de "Seres sem rumo", de José Souza Martins, pulicado no Aliás, O Estado de São Paulo, de Domingo, 11 de Maio de 2014. Achei!!! http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,seres-sem-rumo,1164950,0.htm 

Nenhum comentário:

Postar um comentário