quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Pedala São Paulo – debate no MIS São Paulo

Fui convidado para o evento e debate do MIS promovido pelo Pedala São Paulo, que aos poucos parece que vai tomando jeito. Na área externa do MIS estavam expostos ou em processo de trabalho os 37 paraciclos injetados em plástico, grandes, para duas bicicletas e com painel de informações, que fazem parte do projeto e que serão entregues a cada uma das 37 Subprefeituras de São Paulo, onde deverão ser expostas. Nesta ação ficou mais claro o que está por trás destes paraciclos um tanto desajeitados, mas certamente chamativos, provocativos. Creio que este seja o ponto. De um projeto sem sentido passei a olhar os paraciclos como um possível marco do pedalar em São Paulo. Vamos ver quanto se agrega de valor a eles, principalmente na linha da campanha do projeto todo.

Na ante sala do auditório do debate cafezinho feito na hora, água, bananada sem açúcar, uma micro barrinha (gostosa), e uma simpática exposição de miniaturas de bicicletas encaixotadas e enfileiradas. Tirando uma miniatura de bicicleta com caixinha de música tocada em andamento muito rápido, agudo e irritante, a exposição foi bem simpática, bem pensada. Fica a sugestão para a próxima: bicicleta e silêncio estão sempre afinados.
E então me jogaram de paraquedas no debate. Mediado por Renata Falzoni, com João Paulo Diniz e Eduardo (?) do próprio Pedala São Paulo, Celso Jatene, Secretário de Esportes do Município de São Paulo, Ronaldo Tonobon responsável pela bicicleta na CET SP, e Daniel Guth, ativista da bicicleta. E eu, lá não sei como.

O auditório poderia estar mais cheio, o que foi uma pena, como ressaltou o Diniz. Renata avisou que vai estar disponível no site do Bike é Legal. http://www.espn.com.br/bikeelegal é o link.
Algumas considerações sobre o bom debate de ontem:

Renata me perguntou sobre equipamento de segurança, provocando sobre a questão do uso do capacete. Zolino já havia citado o tema quando fez o “Boa tarde, bem vindos...” Penso que o movimento da bicicleta já deveria ter mudado o disco do capacete que está arranhado, pulando... Creio que já chegamos ao usa quem quer..., capacete é lindo..., e não atormenta quem não quer usar. Estranho; o discurso da bicicleta é pela liberdade, ou não? Será que perdi alguma coisa? Nunca é muito lembrar que uso de capacete no esporte tem eficiência muito diferente da do uso no transporte. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa, velocidades completamente diferentes... Muda o disco, vamos lá, tem coisa mais importante para ouvir...
Celso Jatene discordou de Daniel Guth sobre as melhoras em NY e acabou servindo como mais um exemplo de uma velha mania nacional: posicionar-se firmemente em cima do que ouviu de alguém. “E os taxis de NY (que são agressivos com os ciclistas) ...” Tive a impressão que Jatene estava dando uma discreta estilingada na palestra que Janette Sadik Khan fez aqui em São Paulo, ela que é responsável pelas bicicletas em NY... Celso disse que nunca pedalou por aquelas paragens...

Tonobon contou que a CET SP está sendo acionada pelo Ministério Público para dar explicações e talvez retirar todos acalmamentos de trânsito implantados nestes últimos anos. Só pode ser piada, para não dizer ignorância, talvez personalismo. Merece uma atenção especial de todos, pedestres, ciclistas, skatistas, patinadores... A ação prejudica muito a vida principalmente pessoas com deficiência. Diminuir velocidade do trânsito, principalmente em esquinas e interno de bairro é crucial para a retomada da vida da cidade, como se tem provado mundo afora. Esta besteira que somos diferentes é irritante. É óbvio que somos diferentes, mas segurança no trânsito é ciência pura, muito de física, e ai só maluco imagina que a física possa ser diferente aqui. Na física não existe esta coisa de contabilidade criativa, sem dúvida uma espécie de economia fantasiosa, esquizofrenia populista. Populismo mata! Técnicas de engenharia para segurança no trânsito são ipsis litteris idênticas na Lua ou em Marte, aqui em São Paulo, em todo Brasil. Um detalhinho aqui outro ali, mas a essência é ipsis litteris a mesma.

Eduardo

Diniz falou sobre a falta de coletividade brasileira, o que está absolutamente correto. Eduardo apontou profissionalismo... e não precisa mais nada. Os dois empresários fazem parte dos que criaram o Pedala São Paulo.

Deixo aqui meu pedido de desculpas para o Tonobon. Algo gozado me distraiu nos bastidores e comecei a rir no final da fale dele. Tomei uma discreta bronca de Renata merecida.
No meio das discussões e de meus pensamentos me dei conta do que ocorreu aqui em São Paulo com esta transição de governos. Na época do Serra, os Secretários Eduardo Jorge, Walter Feldman, Stela Goldstein, e alguns funcionários do segundo escalão, empurraram a coisa da bicicleta, em alguns momentos na porrada, principalmente contra a posição da CET. Hoje é um segundo escalão que me inspira confiança, meio que capitaneados por Ronaldo Tonobon, que foi colocado onde está pelo Chico Macena. O Prefeito Haddad ainda em que provar sua real posição. Falar é uma coisa. Realizar é outra. Espero que realizem. Estou na torcida e se precisar estarei colaborando. Bicicleta não tem partido, mas infelizmente no Brasil é ligado a vontades pessoais. São Paulo não foge a regra.

2 comentários:

  1. Olá Arturo!

    Não encontrei no site do Bike é Legal! Já foi colocado?

    Não sei se vc viu, mas o André Trigueiro fez uma série de reportagens sobre a virada energética na Alemanha e obviamente mobilidade é crucial nisso! Vale a pena assistir!

    http://globotv.globo.com/globo-news/cidades-e-solucoes/t//v/programasentenda-o-motivo-da-alemanha-estar-a-frente-de-uma-revolucao-energetica/2954156/

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  2. Muito bom o debate Arturo! Esse debate agrega valor :)
    Parabéns à todos participantes!

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