Que há um grave problema a ser tratado, ninguém tem dúvidas. Muito além do ambiental está a situação das mulheres de baixa renda no Brasil. Uma coisa está ligada a outra, é claro. A questão ambiental é horizontal, portanto deve se olhar para as cidades, onde a maioria dos brasileiros vivem, onde a maioria dos problemas ambientais estão, não os grandes problemas ambientais, os mais visíveis, mas a maioria deles, principalmente nos bairros mais pobres. Amir Klink denunciou faz décadas a questão do lixo nos mares: "O problema (maior) não está no que se vê (ilhas de plástico flutuando no meio do oceano), mas no que não se vê (micro partículas de plástico já nos músculos de peixes). O desmatamento irracional que se vê talvez seja tão dramático quanto o caos invisível das periferias das cidades, onde a maioria da população que faz acontecer a vida é de mulheres, e aqui negras. Não vê ou sabe o que é periferia quem não quer. Não é um discurso "de esquerda", mas racional. Mesmo num sistema de capital agressivo, deixar sujeira debaixo do tapete é de uma burrice sem tamanho, improdutivo, perda de capital. Um dia a conta chega. Só os medíocres não vêem isto.



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