quinta-feira, 20 de novembro de 2025

Dois textos que definem Brasil e brasileiros com precisão

O Brasil segue o mesmo ou piorou muito de uns anos para cá? Dois textos publicados pelo Estadão, um editorial e um da coluna do Karnal, acertam em cheio descrevendo nossas chagas, as que não melhoraram, só pioraram.

Humor desapareceu, pelo menos no sentido libertário, o que só acontece quando a inteligência abunda. Hoje, nem abunda, nem 'a bunda'; não se pode tropeçar nas palavras ou escrita que lá vem a Santa Inquisição. Ontem mesmo uma operação policial invadiu uma escola e a diretora teve uma arma engatilhada na cabeça porque uma aluna desenhou uma orixá. Inteligência?

Inteligência? No final das contas é sobre o que falam estes dois textos publicados no Estadão, e é o que carece e muito este país. Não fosse assim, o que seríamos?

Na época do Maluf, saia com a Biba, uma beagle linda e calma. O Itaim Bibi tinha coco de cachorro por tudo quanto era canto. Quem já pisou num sabe como é. Sem querer, mais por rogar praga, iniciei uma campanha que funcionou muito melhor do que a encomenda.

"Não pise na merda, pise no merda". A quantidade de merdas na calçada diminuiu para valer.

Nem sei se posso publicar isto porque estes novos tempos são muito mais mal humorados e inquisidores que aqueles da ditadura. Não sei se deveria publicar, mesmo aquele fato passado sendo bobinho, infantil, risível, mas não inconsequente. As merdas diminuíram. 
De onde virá agora a Santa Inquisição? Da merda ou dos merdas?

E desta forma de pergunta, pergunto exatamente como nos questionávamos nos anos duros: Quem merda pensamos que somos? Esta pergunta que nos fazíamos, mais que pertinente naquele momento, procurava nos fazer olhar no espelho, este mesmo que bem mais tarde, já deixada a ditadura longe, foi quebrado a pedradas. Hoje muitos, mas muitos mesmo, frente a moldura vazia, espelho estilhaçado ao chão, se perguntam "Espelho, espelho meu, há alguém mais inteligente do que eu?", com o obrigatório selfie. Sorria!

Recomendo ler os dois textos na íntegra um seguido do outro, sem ordem necessária. São tão completares que mesmo sem muito esforço se poderia mixá-los continuando a ser tão claros e inteligíveis quanto em separado. São a descrição precisa do que somos. 

Do texto da coluna do Karnal:
Nós detestamos críticas no Brasil. Ninguém será avaliado ou punido. Avaliamos pouco o processo. Não criticamos os trabalhadores porque soa como autoritarismo colonial. Não criticamos os altos poderes acima de todos porque... possuem poder








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