terça-feira, 16 de maio de 2023

Quando as coisas saem erradas

"Você pode vir a qualquer hora". E fui. E dei com a porta na cara. 
Depois de uma noite mal dormida. Era para estar no fisioterapeuta, mas um cobertor lavado, cheiroso, guardado bem dobrado no armário, foi pego no meio da noite fria. Aquecido, confortável, até que desandei a tossir e marejar os olhos. COVID pensei. Arcturus, pior ainda. Os sintomas são exatamente estes. 
Às 04h00 mando uma mensagem assustada avisando o fisio que não vou. Às 06h00 tomo o café da manhã, escovo os dentes e volto a contragosto para a cama. Na TV mostram um desbundante nascer do sol com céu amarelado. E eu tentando voltar a dormir.
Acordo às 08h00, faço a barba, tomo outro café, como uma papaia, e já que perdi a fisioterapia saio pedalando para pegar o maldito carro de meu pai que está na oficina e que já deveria ter pego há mais de uma semana. "Venha a hora que quiser", não é bem assim. Cá estou eu e onde estará o chefe com o maldito carro?
Celular serve para isto. Ligo. "Volto às duas ou duas meia" me diz a voz cortes sem saber que estou na porta. Nem posso dizer. Olho o relógio, 10h20. Quiospi! Não posso deixar o maldito carro mais tempo aqui. Não me resta esperar.
Até aqui foram 16km pedalando, sobe, desce, sobe, desce. Estou exausto. Antes do cobertor não dormi de frio, depois não dormi de tossi. Talvez tenha dormido uma hora. 
Olho no mapa, volto um 1.5km, entro numa padaria, a única por perto. Suco de melancia ótimo, mas sanduíches caríssimos. Tenho mais 3h30 até ele chegar.
Rodo mais um pouco e entro num pequeno shopping, coisa que aliás não me apetece. Surpresa! boa surpresa.
Pelo menos será uma espera agradável. Eu daria meu dia por uma espreguiçadeira debaixo deste sol de outono que frita. Quero minha cama. Preciso dormir. Antes tenho que levar de volta o maldito carro de meu pai. Rezo para que ele chegue lá. Só me falta esta.

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