terça-feira, 31 de dezembro de 2013

São Silvestre! e Feliz Ano Novo

Terminar uma São Silvestre é um das boas sensações que se pode ter no fechamento ano paulistano. Terminar os 15 km da São Silvestre deste ano, com este trajeto mais acidentado e difícil, e sem certeza que terminaria é uma sensação muito melhor ainda. “Uh! Brigadeiro! Uh! Brigadeiro! Uh! Brigadeiro! Uh! Brigadeiro!” uníssono gritava o mar de corredores que tomava toda subida da av. Brigadeiro Luis Antonio, reta final e tido como o trecho mais duro da prova. Puro grito de guerra, de sentimento de bravura, de “chegamos até aqui agora ninguém nos para”. Nunca vi tanta gente, nunca vi tão poucos inscritos. A São Silvestre mudou muito. Mudou da noite para o dia, da tarde para a manha, mudou o trajeto para não atrapalhar o trânsito, inchou... O prazer de terminá-la não. Terminei! O mar de gente terminou feliz.

Terminar a São Silvestre é uma boa prova que, pelo menos com meu corpo, venho no caminho correto. Outro dia vi uma foto minha de maio ainda com a barriguinha dos 8 kg a mais. Não sou vaidoso, mas é nojento, principalmente para minha diabete. Em um ano perdi os malditos 8 kg, diminuindo a comida, e fazendo um esforço para manter o corpo em movimento um pouco na bicicleta, outro em pequenas corridas, e rápidas nadadas. Por causa da diabete sinto dores quase que constantes no corpo deste antes dos meus 18 anos. Joelhos e pernas, especialmente na esquerda, e lombar; ai minha lombar. Muitas vezes não é um prazer me mexer, mas uma obrigação clínica. É comum ter que sair para uma corrida ou pedal por que uma dor começa a incomodar ou mesmo imobilizar. Faz uns quatro anos tive que reduzir os exercícios por que além das dores comecei a apagar, ter pequenos desmaios ou coisa semelhante. Confesso que acreditei que era minha reta final, mas o diabo não me quis.

Minhas corridas a pé tem sido curtas, lá pelos 4 ou 5 km máximo, e espaçadas. Enfrentar uma prova de 15 km com forte desce e sobe é multiplicar por 3 o esforço natural, o que traz medo, muito medo de ter mais uma lesão na musculatura ou articulações, coisa comum entre diabéticos. A uns 7 dias fiz um treino que me tirou o balanço e deixou as pernas mais doloridas que o normal. Larguei na São Silvestre felizmente acompanhado por meu primo mais jovem, o Zé Guilherme, 28 anos mais moço, o que em parte me ajudou esquecer as dores e a musculatura rígida. E lá fomos nós, 3 km fim da estúpida descida, 5 km, 7 km e Zé comentou alegre que tínhamos chegado a metade com facilidade. “Mais ou menos”, pensei. Começo das subidas e no 10 km o Centro, e minhas pernas apitando. “Minha consciência diz para parar por aqui, o nosso Condomí Alcorta diz para terminar” disse eu para ele. E chegamos na Brigadeiro, o terror de todos...; ou a diversão da maioria. “Uh! Brigadeiro!!”. E debaixo do viaduto 13 de Maio vejo a placa de 14 km, e com ela o gás final. Correndo um pouco mais rápido as dores diminuíram. Vou terminar! Terminei!!!

Terminei a prova faz 10 horas. Estou sentindo bem minhas pernas, mas está claro que não tenho nenhuma lesão. Não posso deixar de lembrar que alguns ortopedistas me fizeram crer. “Meus joelhos estão arruinados”, “não vai dar mais para correr”, pensei. A avaliação foi errada. Somos uma espécie biológica com uma capacidade incrível de adaptação. Depois de uma longa recuperação de uma destas lesões mais graves passei meses primeiro andando mais rápido para depois, durante uns seis meses, atravessando algumas ruas correndo, o que parece nada, mas era simplesmente um feito. Um dia consegui fazer 800 metros correndo sem parar. Quando parei tive um acesso de choro de alegria. “800 metros!!!!” Com muita calma e paciência fui aumentando a distância. Na Runner’s World (Rodale Press) estava escrito: “Pense para longo prazo que os resultados viram mais cedo e com melhor qualidade”. Um passo por vez, esta é verdade, este é o espírito do bem.

Não desistir. Quase não corri minha última São Silvestre, isto faz uns 8 anos. Quatro dias antes quebrei duas costelas. Eu e o pai do Zé Guilherme, José Guilhermo, fomos tomar um expresso e assisti a largada dos deficientes. “Se estes caras correm, é uma vergonha ficar com frescura por que tenho duas costelas quebradas”. Liguei para o Bettarello, meu médico, ele me deu orientações, larguei e fiz o melhor tempo de minha vida, creio que 1h:26m. Desta vez fiz 1h:57m, mas fiz.
 
Feliz Ano Novo a todos.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

pedalando nos bons tempos

Eu tenho que fazer um agradecimento pela benção de ter pedalado nos anos 70, 80 e 90. Estes dias de festas de Natal e Ano Novo, com uma São Paulo praticamente vazia, principalmente nos Jardins, tem me feito lembrar de como era bons aqueles tempos, principalmente em cima de uma bicicleta. Tenho perguntado para amigos como era, se era tão tranquilo assim, e todos respondem que sim, era uma paz. Havia espaço de sobra para o ciclista, praticamente não havia interferência da poluição sonora dos carros e no interno dos bairros ouvia-se a aproximação das esquinas com a interferência do canto dos pássaros, latidos, miados, vozes de crianças brincando, de um radinho de pilha ligado, e a partir da tardinha as televisões próximas às janelas abertas nas noites mais abafadas. Portas abertas, gente nas ruas conversando. De vez em quando passava um carro e o pessoal o acompanhava com os olhos sem parar de falar. Nas avenidas era um pouco mais agitado, algo parecido com o que temos em ruas ditas calmas. É lógico que havia hora do rush, mas nada que chegue perto da insanidade que temos hoje.
Os anos foram passando e o trânsito engrossando. A década de 80 foi quase uma repetição da anterior. A partir do mountain bike, anos 90, novos ciclistas foram aos poucos saindo às ruas, mas ainda era raro vê-los circulando durante o dia. Ao contrário, a noite era uma festa, as ruas eram tomadas por grupos de ciclistas sorridentes e falantes que redescobriam uma São Paulo realmente nunca vista antes. Quem pedalava com frequência conhecia praticamente todas as bicicletas e seus donos. Era estimulante ver uma bicicleta nova no pedaço, ótimo emparelhar e conversar com seu ciclista virgem. Alguns novatos se assustavam com a efusiva receptividade e alguns se retraiam ante o excesso de volúpia dos velhos ciclistas pelo pedalar e a bicicleta.
Segurança no trânsito? Quanta besteira! Quem sabia pedalar tinha tranquilidade. Havia espaço e tempo para todos. Reclamava quem tinha medo da própria sombra ou era prego (que não sabe pedalar). Na década de 70 e 80 bicicleta por estas bandas estava para os motoristas mais para uma visão de um disco voador que eles preferiam manter distância. Era pura curiosidade.
Nos anos 90 o trânsito começou a ficar cada dia mais pesado, denso, mesmo assim era muito fácil pedalar, quase uma brincadeira. Bastava saber pedalar e se comportar como cidadão civilizado. Fácil.
Quem pedalou nestes velhos tempos viu uma cidade de São Paulo única, de extrema riqueza. Eu vi, enxerguei, entendi. Além da bicicleta tive como referência outra benção: meu irmão Murillo Marx, professor de história do urbanismo e arquitetura e então Diretor do Patrimônio Histórico do Município de São Paulo. Ele contava a história, eu fui para todos os cantos, os conheci com carinho o que pude, que não foi pouco. Zona Leste, Norte, Sul. Oeste e Centro é o meu pedaço, mas confesso que muito descobri por aqui. Só falta Iguatemi e Itaim Paulista e mais um pedacinho aqui e ali. Tudo pedalando tranquilo, sem trânsito, sem correria, sem preocupação, sem medos... Bons tempos.  

Obrigado pela benção. 

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Benção do Bom Velhinho

De novo na mesma esquina não! Rua Alemanha com av. Europa, minha predileta? Não! Da primeira vez parei ao lado da janela de um carro dirigido por um rapaz da mesma idade que eu tinha na época. Junto com o sinal fechado calmamente cruzou a rua uma gracinha toda sorridente, num vestido leve de verão, decotado, que lhe marcava o bem torneado do jovem corpo, e nós dois, eu e o motorista, ficamos olhando os passos suaves da linda menina. O motorista carregava um sorriso tão malicioso quanto o meu e eu brinquei sobre o sábado bonito. Ele, sem desviar o olhar dela, riu e respondeu “sol maravilhoso...” e o sinal abriu. Começamos a nos movimentar, eu pedalando em frente e ele dirigindo para esquerda, os dois com olhos sobre a menina. Acabei rolando por sobre o capô do carro e parei sentado no meio da avenida. O motorista parou o carro, abriu a porta, saiu e foi ver como eu estava. Sem perguntar nada nos olhamos rapidamente, procuramos a menina e caímos na gargalhada. A bicicleta estava quase inteira, eu aparentemente também.
São Paulo está praticamente vazia naquela noite que antecedeu o Natal. Parei na mesma esquina. Sinal fechado e completo silêncio. Um carro parado ao meu lado. Olho o cruzamento para um lado nada, olho para o outro nada, só ainda muito distante um carro vindo tranquilo. “Porque ficar parado marcando bobeira?” Vício destes nossos dias. Comecei lenta e despreocupadamente a me movimentar, cruzei a faixa de pedestres e com o canto do olho percebi uma luzinha fraca. Parei com meia roda já dentro da via, coloquei os dois pés no chão e empurrei a bicicleta para trás. E passou um carro de luxo silencioso que vinha só com a lanterna ligada e com a lâmpada da direita apagada. Por causa da luz do carro que vinha atrás e distante não o vi, simplesmente não o vi. Também não o ouvi. Silencioso, seguiu silencioso e se foi. Tivesse eu seguido inevitavelmente teria o luxuoso carro teria me pego na lateral, o que costuma ser grave ou fatal. A dor no joelho depois do acidente “causado” pela linda menina foi novamente sentida na consciência, mas desta vez não teria nenhuma graça.
O motorista talvez nem tenha se dado conta que os faróis estavam apagados. Nestes carros modernos o painel fica constantemente aceso. Muitos motoristas, principalmente os mais velhos e os distraídos, por causa da boa iluminação das vias se esquecem de girar o botão da lanterna e farol. Eu próprio já fiz algumas vezes a mesma besteira. Sou de uma geração que a luz do painel só ficava ligada quando os faróis estavam ligados. Caso houvesse acontecido o acidente não acredito a perícia fosse investigar se os faróis estavam ou não ligados.

Sinal aberto, cruzei a avenida. No céu límpido uma meia lua brilhando. Nada de trenó, mas algumas estrelinhas aqui e ali. É, mais uma vez Alguém lá de cima mandou o recado: aproveite, divirta-se, mas pedale com um mínimo de cuidado e atenção. Obrigado Velhinho. Foi muito bom pedalar de volta para casa. 

sábado, 21 de dezembro de 2013

Natal

Papai Noel nunca me trouxe uma bicicleta de Natal. Sacanagem! Também, não quero mais! Só de birra! Queria que Papai Noel me trouxesse um bom filme de Natal, daqueles que eu conseguia me divertir e ficar leve, mas já passou da hora. Baboseira qualquer no meio da neve, com gente tirando casaco, gorro e cachecol quando entra em casa, nas lojas ou nos cafés; tem desencontros, confusões previsíveis, mas risíveis, e final feliz. “O Expresso Polar” (genial) e “Um conto de Natal”, “Scrooge”, e outros que não consigo me lembrar o nome, mas que são programa de família. Programa de família! Assistíamos o filme umas semanas antes e embarcávamos no espírito do Natal. Tem um cara parecido com Papai Noel no Hobbyt, mas eu não entendi bem aqueles duendes.
Meus bisavós tiveram 14 filhos, 3 homens e 11 mulheres. Por sua vez estes tiveram uma média acima de 4 filhos cada um; e estes mais uns... No Natal era um mundo de gente dentro da casa, numa foto contados a dedo mais de 180. Chegava lá todo bem vestido, subia a pequena escada, cumpria as formalidades básicas, via a árvore de Natal toda decorada e o Papai Noel que ficavam de frente para a escada, e de lá desaparecia para encontrar os primos. No dia seguinte era a casa do meu outro avô, com poucos tios e primos, mas com direito a ir procurar lagartixas na era do jardim e ver se ainda restavam galinhas no galinheiro. Anos mais tarde, depois da adolescência, com o desaparecimento de meus bisavôs e avôs os pontos de encontro mudaram, mas não a diversão. O Natal na casa de Yeda com meus amados meio primos; os primos-irmãos na casa de Mino e Maria Elena, pular para casa de Nenê e Zico, procurar um tempinho para passar na casa de amigos no dia 25. Aos poucos ver o surgimento de uma nova geração. Os presentes eram poucos, mas o calor da confraternização alto.
E lá em casa. Minha mãe, dona Lollia, juntava sua pequena tropa com caprichos. Eu adorava ajudar no que ela pedia. Dinorah, minha irmã, durante alguns anos levou a festa para a casa dela, o que nos obrigava a ir de carro com cuidado especial para pratos, molhos e doces não capotarem no porta-malas. Não era muita gente, mas era muita risada junta. Depois de alguns drinks o pessoal fazia o que de melhor sabia fazer: chutar o politicamente correto para longe. Nosso presente era gargalhar até doer o peito. Papai Noel teria tomado umas e outras e se divertido muito por ali.
Foram passando os anos e aos poucos fui ficando perplexo com a bagunça do trânsito do Natal. Motoristas passaram a ficar irritados por que não conseguiam entrar nos shoppings. Um pouco depois já não conseguiam sequer sair do estacionamento com seus carros abarrotados de presentes. Faz um bom tempo estava indo para minha mãe e não havia espaço para minha bicicleta passar na rua e nem na calçada. Não havia enredo de filme que pudesse dar bom fim naquela história.
E chegam os netos. Maria Clara, Tomaz e Guilherme, mais os amiginhos João e Olivia, quase destruíram os quartos do apartamento do Fê. Os presentes foram abertos com ansiedade, mas logo deixados de lado. O que valeu mesmo foi a bagunça, gritar, correr, pedir socorro para consertar o lustre abatido pela bola, comer doces, desfazer as camas e ficar pulando no colchão... O apartamento virou um caos.
E o Eduardo, de poucos meses, que espero que a família deixe passar este primeiro Natal quieto no seu melhor sonho de bebe. Um dia ele saberá que seu pai, Rafa, alto, magro e forte, já foi o Papai Noel dos primos mais novos. E um dia será o seu. Será o melhor presente.

Feliz Magia do Natal

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

corrida de penny farthing em Londres

Esta filmagem mostra bem a rapidez de um biciclo, ou penny farthing, ou ainda bone shaking. Estas foram as bicicletas mais comuns até lá pelos 1885, quando começaram a surgir e ficar populares as primeiras bicicletas de segurança, como as atuais, com duas rodas do mesmo tamanho. 
Penny farthigs são rápidas, jogam o ciclista por cima do guidão com facilidade e são bem complicadas para mudar de direção ou frear rapidamente. Causavam uma quantidade grande de acidentes, principalmente por que o calçamento das ruas era de baixa qualidade e a quantia de lixo nas ruas era grande. Ademais o comportamento de todos no trânsito era caótico. 


NY 1897 - os perigos da bicicleta antes da era do automóvel

http://www.theatlanticcities.com/commute/2013/12/biking-new-york-1897-was-dangerous-pursuit/7843/

No one looks at New York City's streets and thinks "Look at the peace and harmony!"
Nope. Even with the undeniable progress that's been made creating safer spaces for bicycles and pedestrians, traffic remain aggressive and unpredictable. Users of all modes break the rules with abandon. Navigating the resulting mess is not for the fainthearted.
But if you think things were better before the advent of the automobile, you're wrong. On the excellent blog From Wheels to Bikes, Michael Neubert digs deep, chronicling the mayhem that reigned during one random month in 1897.
Neubert reproduces the New York Sun’s bicycle crash report from July of that year, which the newspaper entitled "JULY'S BICYCLE RECORD - Misadventures of Wheelmen and Wheelwomen and Accidents Caused by Them." At this point in their evolution, bicycles were often called "wheels," hence the nickname for those who rode them. As Neubert points out, most of the "misadventures" actually seem to have been caused by people driving other vehicles, such as coal carts and cabs. But some of the 48 crashes look like the fault of so-called scorchers, a pejorative term used to label bike riders who tore along with reckless disregard.
Many of the victims, as the Sun pointed out, were children playing on the street, and many of the resulting injuries sound grave, especially given the state of medicine at the time. Taken as a whole, the list paints a picture of chaotic and perilous streets, where those involved in crashes often tried to escape the consequences by pedaling or driving away.
A few examples:
A peddler's wagon runs into a wheelwoman, who is thrown from her saddle. She falls into the arms of a bike cop and escapes injury. The bicycle is smashed and the driver locked up after a lively chase.
A cab driver runs down a wheelwoman and one of the wheels of the cab passes over her head, breaking her nose and fracturing her skull in several places. She is taken home and the cabman is arrested.
A boy cyclist knocks down three-year-old girl who is playing in the street, the child is severely injured about the head and shoulders and is taken to a hospital. Boy arrested.
A cab strikes a boy cyclist, who is knocked under the horse's feet and barely escapes being run over. He is badly cut and is taken home in an ambulance. Driver hurries away.
A cab driver runs into and knocks down a boy cyclist, badly cutting the lad's left knee and arm. The cabman lashes his horse and escapes.
A fat wheelman and a slender wheelwoman, in trying to escape from a runaway horse, collide on the Boulevard and both riders strike the pavement on all fours. They suffer only from fright. A bike cop stops the horse. 
New Yorkers contemplating the Sun’s coverage might be struck by how little the city’s street culture has changed in 116 years. As the anonymous writer put it so long ago:
It appears that the troublesome, reckless driver so much complained of by cyclists came near smashing his previous records in July, a very large fraction of the month's accidents being attributed to his long-felt want of good sense.
 Is there no hope?

Comentário: Nada é novo, tudo se copia!"

Amsterdam 1972: Crianças brigam pelo direito de brincar - e ganham

http://www.theatlanticcities.com/neighborhoods/2013/12/how-few-dutch-children-fought-street-where-they-could-play-and-won/7855/

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

trabalhores trouxas X coçar esperto

Neste domingo, 08 de Dezembro de 2013, li na primeira página da Folha de São Paulo Brasileiros se dividem sobre impostos e papel do governo - Metade quer mais benefícios e metade quer menor dependência, diz Datafolha - Para 49%, seria melhor pagar menos tributos e buscar serviços no setor privado; 43% preferem contar com o governo”. Ups!!! E ai voltou a passar o filme da Argentina que vi sendo lentamente desintegrada pelo Peronismo, a Ruta Norte e sua continuação para o norte que toda vez tinha mais indústrias fechadas, os primeiros mendigos nas ruas de Buenos Aires, a primeira vez que ouvi com espanto e descrédito histórias sobre assaltantes, e a primeira puta que pasmado vi nas proximidades de calle Ayacucho com av. Santa Fé. Foi um processo contínuo de absurdos que presenciei especialmente entre 1969, quando encontrei uma Argentina viva, (aparentemente) pujante, e 1984, quando foram interrompidas minhas anuais viagens de férias para estar com minha família de lá. Mino, meu tio, sempre dizia que Brasil do futuro será Argentina de hoje, uma hipótese literalmente apavorante. Infelizmente os brasileiros não conseguem entender a extensão da tragédia.

A funcionária da Dulca que me atendeu para aquele café domingueiro, logo após eu ter lido as letras garrafais do título da Folha, foi educadíssima e com calma ouviu de mim: “Como você se sente, sendo uma jovem com alta qualidade de trabalho? Como é quando está no seu bairro (periferia, 20 km do trabalho) e vê o pessoal que vive só de programa social e não quer trabalhar? Como você se sente quando o pessoal olha para você como se você fosse uma idiota que não quer receber bolsa família e ficar coçando em casa?”. Ela fez um silêncio dolorido. E respondeu com uma incrível calma: “Sou da interior da Bahia e lá ninguém entende o que eu estou fazendo. Tem gente que tem até 10 filhos e vive do governo. Eles recebem por filho nascido e vivem disto”.

Quem trabalha no setor hoteleiro, dentre outros, sabe o que é conseguir funcionários em pequenas comunidades. O pessoal não quer trabalhar ou acha que pode fazer o que bem entende no trabalho. Já temos um em cada seis jovens que não querem nem trabalhar nem estudar! Mais de 16% querem só coçar! Belo futuro. Os trouxas que paguem.

Ontem fiz questão de elogiar mais uma vez o trabalho do jovem Caio, um dos excelentes atendentes da Aro 27. Ester não estava lá mas merecia o mesmo. Fiz questão de dizer olho no olho que garotos como ele, Caio, são a verdadeira revolução deste país. “Vocês são os verdadeiros heróis da Pátria!” Os Caios e Esters é que estão realmente construindo o futuro deste Brasil. Mas tem gente que não pensa assim. Cada vez mais gente. Aterrorizante.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/142678-brasileiros-se-dividem-sobre-impostos-e-papel-do-governo.shtml

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

resultado da qualidade

Bacio di Late
Parece simples: a Bacio di Late abriu as portas num pequeno sobrado no último quarteirão da rua Oscar Freire. Não fez uma propaganda, não distribuiu um folheto, não contratou assessoria de imprensa, não fez qualquer divulgação, mesmo assim cada a cada dia foi tendo mais público, mais público, e mais ainda, todos no boca a boca, por si só já um feito. Três meses depois de aberta recebeu o convite para ser a sorveteria (gelateria) oficial do então ainda em construção Shopping Iguatemi Juscelino Kubistchek, que hoje é considerado o mais chique de São Paulo e talvez Brasil. Nada mal! Simples, não é? A casa da Oscar Freire tem alguns feitos, como ter tido uma fila de 10 metros de guarda-chuvas num dia chuvoso e relativamente frio, e obrigar os donos a abrir uma segunda casa próxima de lá, na al. Bela Cintra com al. Tiete, sem perder um cliente na velha e a nova lotar rapidamente; ou ter um pequeno, barulhento e divertido protesto de uma dezena de clientes para que a casa não fechasse, isto depois de mais meia hora depois do que deveria ser o fechamento escrito na porta. Passados um pouco mais de dois anos da inauguração a Bacio di Late acaba de abrir sua oitava casa no Shopping Higienópolis. O maior problema deles é que as filas não param de crescer – e ninguém reclama de esperar pelo excelente gelato.

Por que tamanho sucesso? Qualidade do produto, do local, do atendimento, do gerenciamento... Qualidade, qualidade, qualidade... Edoardo e Nick, os sócios, fazem um trabalho impecável, limpo, tranquilo, correto, que se reflete nos funcionários, no produto, nas casas, no prazer da clientela... Qualidade!

foto fora do horário de pico, ou não se vê a bela 'bicicletaria', ou café, ou...
Aro 27
Quando descobri o que seria aquela obra muito bem cuidada falei “Isto é uma loucura! Espero que dê certo, mas é uma loucura.” Foi inaugurada e continuei pensando, “é uma loucura, um investimento destes aqui em Pinheiros, mesmo com estes edifícios comerciais em volta, é uma loucura. Quisera eu ter banheiros tão bonitos na minha casa”. Deu certo. Está indo cada dia melhor. A Aro 27, um misto de café, bicicletaria, oficina, estacionamento de luxo para bicicletas, vestiário para ciclistas, centro cultural, restaurante, em pouco tempo virou referência não só em São Paulo, mas no Brasil. Não é por causa só do bom gosto e da estrutura bem montada, mas pela administração cuidada com muito carinho pelo Fábio, e de seus funcionários ótimos. Caio e Ester estão lá desde o primeiro minuto e prestam uma ótima qualidade de atendimento, o que sem dúvida ajudou muito na imagem da casa. Impecáveis. Depois entraram Maria, Branco e outros, com a mesma qualidade. Qualidade! Já tem gente de fora que vem para ver e tentar aprender, quem saber repetir. Qualidade!

Domingo tomei um café na Dulca de Higienópolis, uma casa de doces e salgados tradicional em São Paulo. Tem um atendimento impecável, produtos sempre de boa qualidade, frescos, bem apresentados... Voltarei sempre que puder. Me faz bem. Como sempre passo no Café Floresta do Edifício Copan. O local de vez em quando fica apertado, mas os donos são ótimos e Cecília tira os expressos com mãos abençoadas.

Mercado Santa Luzia, na al. Lorena, é “a” referência brasileira para todo e qualquer supermercado, mercado ou mesmo venda. Provavelmente é o metro quadrado do setor de alimentação com maior valor agregado e lucratividade do país. Supermercado de rico? Depende: se pelo público talvez; se for ver o preço dos queijos não, com melhor qualidade e muito mais barato do que a concorrência. Atendimento de todos funcionários? Absolutamente impecável. Educadíssimos, calmos, bem informados, prestativos, rápidos, eficientes... Símbolo de qualidade, exemplo! Exemplo!

Lembrei que no meio da última crise mundial um dos mais respeitados economistas disse que se o mundo tivesse olhado para a forma como é administrada a Starbucks (cafés) a economia do planeta não teria entrado em crise. Quem já girou inúmeros Starbucks sabe a qualidade geral é muito boa, por isto todas lojas vivem cheias.

Enfim, não existe milagre. Como diz Muricy: “aqui tem trabalho!”.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

A bicicleta e a lei - Comentario sobre o texto publicado

Fórum do Leitor
O Estado de São Paulo
06 de Dezembro de 2013
 
As bicicletas e a lei
 
Deixo aqui meu agradecimento para a desembargadora Lucia Helena do Passo por acolhido recurso contra a decisão da Juíza do Rio de Janeiro, Raquel de Oliveira, que deu ganho de causa a uma ciclista que, pedalando na contramão, colidiu contra um carro. Decisões erradas só fomentam a violência no trânsito e o consequente caos em nossos hospitais e IMLs. Bicicleta é perante o CTB um veículo, e seu condutor, como o de outro qualquer veículo, tem que respeitar as mesmas normas de circulação nas vias. É óbvio que nossas cidades estão quase que unicamente (mal) preparadas para a circulação de veículos motorizados e esta é a razão para que pedestres e ciclistas burlem a ordem estabelecida em busca de alguma sensatez para seus caminhos. O que não é tão óbvio assim é que com frequência leis, normas e parâmetros técnicos do CTB são usados pelos responsáveis pelo trânsito beirando a má fé intencional contra a boa circulação e segurança de pedestres, ciclistas e principalmente pessoas com deficiência. Mesmo tendo um trânsito genocida infelizmente temos uma justiça que parece desconhecer o CTB e suas sutilezas, e ainda faz julgamentos baseados em achismos pessoais. Infelizmente os novos ciclistas, a maioria de classe média e alta, saíram dos seus carros e chegaram à bicicleta com as bolas trocadas. Pouco interessados no respeito à lei e o coletivo antes, atrás do volante, e menos interessados ainda pedalando suas bicicletas chiques. “Sabe com quem está falando?” Como pedestre, ciclista, e principalmente como cidadão que acredita em ordem e progresso agradeço a Desembargadora Lucia Helena do Passo.
 

As bicicletas e a lei - Opinião - O Estado de São Paulo

As bicicletas e a lei

06 de dezembro de 2013 | 2h 17

O Estado de São Paulo


Não há dúvida de que os ciclistas são a parte mais fraca do trânsito, mas essa constatação óbvia parece dar argumentos para colocá-los acima da lei. Cada motorista das grandes cidades já deve ter testemunhado barbaridades cometidas por ciclistas. Munidos de superioridade moral, muitos deles se sentem livres para conduzir seus veículos como bem entendem - colocando em risco a vida de pedestres e a deles mesmos, além de causarem dor de cabeça para os motoristas que cruzarem seu caminho.
Uma recente decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro a respeito de um prosaico acidente envolvendo um carro e uma bicicleta dá a exata medida dessa confusão de valores quando se trata de lidar com ciclistas irresponsáveis.
A desembargadora Lucia Helena do Passo acolheu o recurso de uma empresa dona do automóvel, dirigido por um de seus funcionários, que atropelou uma ciclista na cidade do Rio. A empresa havia sido condenada a indenizar a vítima em R$ 10 mil, em razão dos ferimentos. O problema é que a ciclista estava trafegando na contramão, e a ré alegou que, dessa forma, a culpa pelo acidente era exclusiva da vítima.
A magistrada aceitou o argumento da empresa, pela simples razão de que "o artigo 58 do Código de Trânsito Brasileiro determina que os ciclistas devem circular no mesmo sentido de circulação regulamentado para a via". É espantoso que um juiz tenha de fazer constar dos autos tal platitude.
No entanto, quando o cicloativismo ganha ares de luta política, na qual os motoristas de carros são demonizados, o poder público parece cada vez mais constrangido ante essa pressão, eventualmente admitindo que o vale-tudo seja aceitável no trânsito de bicicletas.
Se não fosse assim, como explicar que, naquele mesmo caso do Rio de Janeiro, a juíza Raquel de Oliveira, da 6.ª Vara Cível de Jacarepaguá, havia decidido pela culpa do motorista do carro? Segundo a lógica dessa magistrada, ciclistas não só podem trafegar na contramão, como também, se houver acidente com um carro, a responsabilidade será do motorista.
"Pela dinâmica dos fatos descritos pelas partes e testemunhas", escreveu a juíza, "observa-se que o motorista não freou o suficiente, pois, se estivesse parado, a autora (a ciclista) poderia desviar a direção da bicicleta e evitar a colisão." A título de inocentar a ciclista, o texto da decisão faz uma interpretação peculiar da lei, ao dizer que "a bicicleta pode trafegar na mão contrária de direção do trânsito, inclusive para possibilitar que o motorista do veículo automotor visualize melhor o ciclista, sinalizado o suficiente para evitar acidente".
Para a magistrada, o motorista do carro agiu "com imprudência" ao "usar integralmente a pista de rolamento, sem deixar espaço para o tráfego de bicicletas". Tal exegese inverte totalmente o espírito da lei. Ciclistas só podem andar na contramão se tiverem permissão da autoridade de trânsito, e apenas em casos excepcionais. A imprudência, por esse motivo, foi somente da ciclista, razão pela qual o Tribunal de Justiça do Rio aceitou o recurso contra a esdrúxula decisão.
Casos assim mostram como é disseminada a noção de que os ciclistas podem tudo. Além de se acharem no direito de andar na contramão, vários deles não respeitam os sinais, invadem a faixa de pedestres e não usam equipamentos para lhes dar a necessária visibilidade.
Bicicletas são veículos como outros quaisquer e devem se submeter à legislação de trânsito. A dificuldade em enquadrá-las é que os fiscais dificilmente têm como autuar os ciclistas, pela simples razão de que as bicicletas não são licenciadas e, portanto, não têm placa.
As exigências previstas no Código de Trânsito Brasileiro existem não para dificultar a vida dos ciclistas, como querem fazer crer os cicloativistas, mas para lhes garantir o mínimo de segurança. O fato de que as grandes cidades ainda não estão inteiramente preparadas para as bicicletas não deveria servir de desculpa para que ciclistas façam suas próprias leis.

http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,as-bicicletas-e-a-lei-,1104948,0.htm 

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Deficientes físicos aqui e lá fora


Nich deixou o seguinte comentário no texto de 03 de Dezembro, Dia Mundial do Deficiente Físico: Quando fui morar na Inglaterra fiquei impressionado com a quantidade de deficientes físicos que se via pelas ruas e passeios. Minha primeira reação foi pesquisar as estatísticas e vi que a diferença proporcional não era tão marcante. A grande diferença está nas guias rebaixadas, ônibus adaptados, passos em zebra e toda a democratização de acessos e direitos que lá vão bem além das páginas da constituição.

Nich, esta diferença entre o que vemos lá e cá começa no histórico de guerras dos países europeus, que foi uma constante até o final da Segunda Guerras Mundial. Foi depois dos dois genocídios, Primeira Guerra Mundial entre 1914 e 1918 e a Segunda, de 1939 até 1945, que a Europa realmente passou buscar implementar direitos sociais que hoje são considerados básicos. Com a revolução industrial e principalmente com o evento do trem, a partir de 1840, começam uma série de aberturas e conquistas sociais, aqui e ali, mas só depois da Segunda Guerra Mundial é que as mulheres, por exemplo, vieram a ter os direitos mais simples respeitados, mesmo assim não foi um caminho fácil. E pensar que o trabalho da mulher, mesmo não estando do fronte e exercendo, foi imprescindível, crucial para os resultados alcançados nos campos de batalha. Em casa, nas suas cidades, elas substituíram os homens que foram para o fronte em praticamente tudo, do trabalho sujo e pesado nas fábricas à segurança das ruas e ferrovias. E ainda com dupla jornada, por que muitas eram mães ou arrimo de família.

Qualquer guerra gera mudança de valores sociais, familiares, pessoais e principalmente individuais, o que foi um processo muito mais acentuado nestas duas Grandes Guerras, tanto pelo grau de violência como pela intensidade de mobilidades das tropas, algo impossível até então. Lembre-se que antes da Primeira Guerra Mundial as tropas se deslocavam a pé, em cavalarias, ou lentas carroças; e a partir desta guerra o deslocamento passou a ser feito em caminhões e trens, o que foi um choque de cultura imenso para as tropas. Na Segunda Guerra Mundial realizava-se com rapidez o deslocamento até de um exército inteiro, milhares de homens, que saiam de suas vidinhas de interior, juntavam-se a desconhecidos com hábitos completamente diferentes, vindos das mais diversas partes do mundo, e juntos cruzavam países, paisagens e povos completamente desconhecidos, muitos dos quais sequer sabiam da existência. A documentação sobre o choque cultural dos americanos na Ásia, Oriente e Oceania é farta e impressionante.

Dias depois de saírem do conforto físico e psíquico de seus lares, estavam envolvidos numa carnificina ensurdecedora, sentindo medo, fome, desconforto, os piores cheiros que se possa imaginar, vivenciando situações inimagináveis, não só geradas pela violência, mas nova regra social que mesmo o melhor treinamento militar não consegue explicar. O monstro de cada um se apresenta na sua forma mais pura, literal. A mudança foi brutal e rapidíssima para todos, os que foram e os que ficaram, durante e principalmente no pós guerra. Só quando a adrenalina passa e os fatos se consolidam é que o indivíduo realiza. A partir daí o mais básico, a relação afetiva com o ou a companheira, filhos, e família, por exemplo, não é mais a mesma; nem não podia ser. Meio século da pior e completamente injustificável barbárie transmitida por rádio, cheia de imagens, ou vivida dia a dia, nada continua igual. Nada. Nem a relação sexual. Os parâmetros seculares de todas as nações, povos, religiões, se desintegraram – literalmente.

Nos países que participaram intensamente destas Guerras a multidão de mutilados voltaram para suas casas e estavam por todas as partes, sendo impossível esconder. No Brasil vivemos uma guerra civil não declarada, relativamente silenciosa, e em boa dose aceita socialmente. As vítimas desta nossa barbárie são duplamente vítimas, dos criminosos e da própria sociedade que não se interessa, ou não aguenta mais drama, ou os dois. Então os deficientes físicos são escondidos, como um estorvo qualquer.

O deficiente brasileiro não é um marco da história, um símbolo inequívoco de algo que não pode se repetir jamais. O que não pode acontecer neste país? O que não pode se repetir? Tudo se repete, a cada dia de forma mais horrível. Quem se importa?

De fato faz uma diferença enorme ter a cidade preparada para as mobilidades dos deficientes físicos, mas isto não basta. Brasileiro sequer sabe o que é e para que serve uma cidade. Brasileiro está preocupado mesmo e com a aparência.

 

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Detroit Ruling on Bankruptcy Lifts Pension Protections

The New York Times
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http://www.nytimes.com/2013/12/04/us/detroit-bankruptcy-ruling.html?nl=todaysheadlines&emc=edit_th_20131204&_r=0


DETROIT — In a ruling that could reverberate far beyond Detroit, a federal judge held on Tuesday that this battered city could formally enter bankruptcy and asserted that Detroit’s obligation to pay pensions in full was not untouchable.
The judge, Steven W. Rhodes, dealt a major blow to the widely held belief that state laws preserve public pensions, and his ruling is likely to resonate in Chicago, Los Angeles, Philadelphia and many other American cities where the rising cost of pensions has been crowding out spending for public schools, police departments and other services.
The judge made it clear that public employee pensions were not protected in a federal Chapter 9 bankruptcy, even though the Michigan Constitution expressly protects them. “Pension benefits are a contractual right and are not entitled to any heightened protection in a municipal bankruptcy,” he said.
James E. Spiotto, a lawyer with the firm Chapman & Cutler in Chicago who specializes in municipal bankruptcy and was not involved in the case, said: “No bankruptcy court had ruled that before. It will be instructive.”
For people in Detroit, the birthplace of the Motown sound and of the American auto industry, Judge Rhodes’s decision that the city qualified for bankruptcy amounted to one more miserable, if expected, assessment of its woeful circumstances. The city has lost hundreds of thousands of residents, the judge said, only a third of its ambulances function, and its Police Department closes less than 9 percent of cases.
“This once proud and prosperous city can’t pay its debts,” said the judge, who sits in United States Bankruptcy Court for the Eastern District of Michigan. “It’s insolvent. It’s eligible for bankruptcy. But it also has an opportunity for a fresh start.”
Appeals were expected to be filed quickly. At least one union filed a notice of appeal on Tuesday, and other unions and pension fund representatives said they were considering contesting the outcome as well. But the ruling also allows Kevyn D. Orr, an emergency manager assigned in March by the state to oversee Detroit’s finances, to proceed swiftly with a formal plan for starting over — a proposal to pay off only a portion of its $18 billion in debts and to restore essential services, like streetlights, to tolerable levels.
Mr. Orr said he intended to file the formal blueprint, known as a “plan of adjustment,” by the first week of 2014. That plan could include efforts to spin off city departments to outside entities, to sell city assets and to reinvest in failing city services. Mr. Orr has said his goal is to bring Detroit, the nation’s largest city ever to find itself in bankruptcy, out of the court process by next fall.
“We have some heavy work ahead of us,” Mr. Orr said Tuesday.
Around Detroit, leaders sounded somber but mildly hopeful tones. Mayor-elect Mike Duggan said that Tuesday was a day no one wanted to see, but that the city now needed to move forward. And Dave Bing, the departing mayor, whose tenure in office has been consumed by the financial distress, said it was inevitable that Detroit would ultimately be found insolvent. “We are now starting from Square 1,” he said.
Municipal workers and retirees said they were shaken by the developments, and unsure what to expect. Any cut to pensions, many said, would be crushing.
“The impact of this is going to be catastrophic on families like mine on fixed income,” said Brendan Milewski, 34, a Detroit firefighter who was seriously injured in an arson in 2010 and said he received a pension of $2,800 a month from the city. “Retirees are going to be put out of house and home. They’re not going to be able to afford a car, food or medicine.”
Bruce Babiarz, a spokesman for the Detroit Police and Fire Retirement System, was blunt in his assessment. “This is one of the strongest protected pension obligations in the country here in Michigan,” he said. “If this ruling is upheld, this is the canary in a coal mine for protected pension benefits across the country. They’re gone.”
Since July, Mr. Orr, with approval from Gov. Rick Snyder, a Republican, has sought bankruptcy protection, and most here agree that the city’s situation is dire: Annual operating deficits since 2008, a pattern of new borrowing to pay for old borrowing, miserably diminished city services, and the earmarking of about 38 percent of tax revenues for debt service. A city that was once the nation’s fourth largest has dropped to 18th, losing more than half of its population since 1950. The city was once home to 1.8 million people but now has closer to 700,000.
Judge Rhodes rejected arguments by unions and other opponents that the bankruptcy filing was the result of secret and unconstitutional decisions made by Mr. Snyder and others. He agreed with opponents of the bankruptcy that the city had failed to make “good faith” attempts to negotiate with creditors, but said that such negotiations had been “impracticable.”
In perhaps the most contested portion of the case, the judge made it clear that federal bankruptcy law trumps the state law when it comes to protections for public employees’ pensions, making the pensions of 23,000 retirees fair game for the city to include in its plan of adjustment. But while the judge said pensions could not be treated differently from other unsecured debt, he said the court would be careful before approving any cuts in monthly payments to retirees.
That seemed to be of little comfort to union leaders, who denounced the ruling as illegal and immoral.
Lee Saunders, the president of the American Federation of State, County and Municipal Employees, said the ruling, in essence, put a “bull’s eye” on the backs of municipal workers and retirees by saying pensions are vulnerable. “It sets a bad precedent for cities that are under economic distress to look at doing the easy thing: to attack the workers and attack the retirees,” Mr. Saunders said.
Experts said the decision seemed unlikely to prompt a rush of bankruptcy filings by cities, but was likely to give cities more leverage over pensions in negotiations before bankruptcies. Detroit has included $3.5 billion in unfunded pension liabilities in its larger mound of debt, and city lawyers say it can simply no longer afford its pension plan.
For his part, Mr. Orr said he had a difficult reality to present to retirees. “There’s not enough money to address the situation no matter what we do,” he said. “That is clear.” At another point, he said of the pension question, “We’re trying to be very thoughtful, measured and humane about what we have to do.”
Monica Davey and Bill Vlasic reported from Detroit, and Mary Williams Walsh from New York. Steven Yaccino contributed reporting from Chicago.

This article has been revised to reflect the following correction:
Correction: December 3, 2013
Because of an editing error, an earlier version of this article misstated the status of Mike Duggan. He is mayor-elect, not mayor of Detroit, which is Dave Bing, who leaves office at the end of the year.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

O3 de Dezembro, Dia Internaional do Deficiente Físico

Lembre-se sempre: o Brasil tem 17% da população com algum tipo de deficiência, boa parte destes deficientes físicos de nascença ou vítimas dos mais diversos tipos de violências. Você os vê nas ruas? Não, da mesma forma que faz pouco tempo o ciclista era invisível perante a sociedade brasileira, mesmo a bicicleta sendo o veículo mais usado neste país.
Antônio, visto nestas fotos, é um dos heróis deste país. O fato de ele estar se movimentando pela cidade já é por si um feito, mais ainda por ser no horário de pico.
Quantos cadeirantes simplesmente não conseguem sair de casa? Da mesma forma que com a questão da bicicleta, se não houver pressão social não vai melhorar nada para eles. Cabe a cada um de nós que podemos sair às ruas pressionar por uma cidade mais humana. Faz parte do ser ciclista
 
 


 
 

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Dutra é perigosa? Depende...


Há uma grande confusão sobre onde é perigoso pedalar. Pedalar numa rodovia conurbada, como fiz outro dia na Dutra, significa imediata reprovação. “Você está louco! Que perigo!” Provavelmente os mesmos que reprovaram meu “passeio” devem achar o Ibirapuera seguro. É mesmo? O entorno do Ibirapuera foi, segundo estatística oficial e não faz muito, o local mais perigoso da cidade de São Paulo para ciclistas. Se for contada a quantidade de acidentes e incidentes nos fins de semana continua sendo um local pouco recomendado para se pedalar. Exatamente como a maioria dos parques e ciclo-faixas de domingo.

Uma coisa é ter certo nível de perigo; outra, completamente diferente, é ter uma imagem muito mais apavorante que o perigo real. Afinal, qual o real significado da palavra perigo? Como dimensionamos os perigos? Como convivemos com perigos reais e os relegamos a um segundo plano? O absurdo número de assassinos nas ruas. Ou ter um momento de consciência e perceber que se está a 80 km/h e que conforme o acidente o carro simplesmente vai se desintegrar. Mas muitos ficam apavorados de entrar no modo de transporte mais seguro existente: o avião. Perigo? Qual perigo? O que é realmente perigoso?

O que é mais perigoso, a Dutra ou a av. Paulista? A rodovia Ayrton Senna ou cruzar a Ponte das Bandeiras? A rodovia Raposo Tavares ou a av. Francisco Morato? A Marginal Pinheiros ou av. Santo Amaro? Onde é mais perigoso pedalar? Depende! Depende de uma série de fatores, que começam pelo conjunto ciclista/bicicleta, e segue pela condição do trânsito naquele exato momento, local / trecho da via, horário do dia, luz, dia da semana, qualidade do pavimento, largura da via, condição física/psico motriz do ciclista, visibilidade, nível de ruído, sombras, ventos, declividade... Conforme o congestionamento o único perigo é alguém abrir a porta sem olhar para trás. “Carro parado não atropela”, como diz Renata Falzoni. Portanto não é a via, mas diversos fatores que definem uma situação real de perigo. Dutra é perigosa? Depende se for a Dutra real ou a imaginária.

Falou em estrada, via expressa ou algumas avenidas, e automaticamente falou em perigo, é uma besteira, uma grande besteira. É óbvio que ciclista deve, sempre que possível, evitar vias de trânsito pesado e ou rápido. Mas também é óbvio que é um erro pensar o binômio perigo / segurança de maneira tão simplista, medíocre diria. Sempre repito nas palestras que “Quem só pensa em perigo não tem tempo para ser seguro”; e completo com “Acreditar em besteira é o maior perigo”.

Voltando à Dutra, nos primeiros 1,5 km do meu trajeto foi numa rua paralela. Mais 1,5 km num trecho com acostamento da estrada e com pouco movimento. Cheguei então onde realmente é perigoso, que é o acesso para a rodovia Fernão Dias, que está numa descida rápida e aproximação de curva rápida que prende o olho dos motoristas num único ponto. Cruzar não é fácil e demanda uma grande dose de paciência, o que a maioria não tem. Um pouco a frente há o acesso da Fernão Dias para a Dutra que é tranquilo por que os carros vêm de uma curva mais acentuada e em subida, portanto com velocidade reduzida. Mais ainda, neste ponto o olho dos motoristas está apontado para frente e começando a buscar o trânsito da Dutra, o que coloca o ciclista na mira e o faz bem visível. Cruzando este acesso e seguindo em frente, até o topo desta subida tem acostamento e vários pedestres caminhando para o ponto de ônibus no mesmo acostamento. A partir do topo e do ponto de ônibus, já na descida, há algumas saídas e acessos à Dutra, o trânsito vai se adensando, a velocidade geral dos veículos aumenta, os motoristas precisam prestar mais atenção, portanto o ciclista começa a desaparecer e o perigo aumenta. Lá em baixo, no plano, a rodovia é dividida em duas pistas, principal e lateral, esta sem acostamento, e não é recomendável continuar pedalando ai, mas como guardei folego e energia consegui manter uma velocidade que não incomodasse o trânsito e não deixei ninguém irritado. Como não iria conseguir manter o ritmo por muito tempo peguei a primeira passarela, cruzei-a e saí da Dutra.

O que quero dizer é que uma estrada não é uma estrada, mas uma espécie de organismo vivo, que muda, se transforma, tem peculiaridades. Quem sabe ler esta vida tem um grau de segurança relativamente alto. Para quem não está treinado é apavorante; e é mesmo! O mesmo acontece com vias expressas, avenidas, e mesmo ruas. É erro crasso, uma tremenda besteira, a forma como nós, brasileiros, estamos usando a palavra perigo. Pior, é irresponsável! E não é só para a questão da bicicleta, do pedalar, mas para tudo, principalmente no que se refere à violência. Pensar o perigo como tabua rasa é chamar aos berros o perigo.

Definitivamente não recomendo que ciclistas pedalem na Dutra ou em qualquer outra estrada conurbada. A maioria ficaria exposta a riscos extremos por que não tem vivência, formação e treinamento específico para a situação. Repito: pedalei na Dutra por que faz parte do meu trabalho, para ver a condição atual dos ciclistas trabalhadores que pedalam por lá pela simples razão que não tem outra opção. Ciclistas e pedestres, que estão lá e todas as rodovias aos montes. Eles não são imaginário, são a realidade. Perigo para eles é perder o emprego.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Plano Cicloviário de Guarulhos














 Este é o Plano Cicloviário de Guarulhos realizado em 2011, em projeto executivo, portanto pronto para ser licitado para obras.
Para as soluções adotadas em cada trecho há uma lógica, uma construção de ideias para o bem não só do ciclista, mas de pedestres, pessoas com deficiência física ou de mobilidade, melhora no convívio social, integração de bens públicos e particulares, reurbanização, melhoria da condição das águas...; aproveitamento do potencial turístico, cicloturístico; ligação com o Parque Ecológico do Tiete, com São Paulo, com os polos de trabalho; interligação com transporte de massa (CPTM, ônibus)....
Outra preocupação do Plano é com custo, como se pode ver no exemplo dos bicicletários feitos a partir de containers usados.
As contagens de ciclistas apontam, por exemplo, que na Rodovia Dutra, entre a Hélio Smidt e Bonsucesso, circulam em horário de pico 1 ciclista a cada 27 segundos. Ou na pequena ponte para pedestres sobre o rio Baquirivú que liga a área de carga do Aeroporto de Guarulhos com a av. Marginal do Rio Baquirivú, em Guarulhos, passam, também em horário de pico, mais de 1000 ciclistas / hora. Outra: o altíssimo número de ciclistas cruzando a Ponte da Estrada Velha de Cumbica, ligação entre Guarulhos e a av. Assis Ribeiro em São Paulo, como se vê no vídeo abaixo e a muito é sabido por autoridades. Há intenso uso da bicicleta no Município de Guarulhos, principalmente nos bairros mais simples e nas áreas industriais, e não vê quem não quer.
 

sábado, 30 de novembro de 2013

Pedalar onde o bom senso diz não vá

Ontem tive que dar uma entrevista para a TV Câmara de Guarulhos. Fui pedalando. De minha casa até a Câmara de Guarulhos é algo em torno de uns 25 km, um pouco mais, sem grande problema. A questão é por onde ir depois de Vila Maria, Zona Norte de São Paulo e praticamente divisa com Guarulhos. Vila Maria alta e Jardim Japão; ou cruzar o viaduto de Vila Maria sobre a Dutra (no sentido da rua Bicicleta, Vila Guilherme) e pegar a rodovia? A dúvida me corroeu dia e noite anterior. Tenho menos medo do trânsito do que de perder a bicicleta num assalto. Assalto? Dizem que na descida para o Terminal de Cargas Fernão Dias, no Jardim Japão, onde há uma pequena favela, a coisa complica. Já passei inúmeras vezes por lá e nunca tive problema. Enfim, por onde ir?

A segunda questão é tempo de viagem, resolvido saindo bem cedo de casa, o que é um dos meus prazeres. Pedalar com os primeiros trabalhadores do dia, vendo a vida da cidade aflorando, faz bem. Posso até ouvir o “São Paulo”, do Cesar Camargo Mariano,  uma homenagem musical pouco conhecida e difícil de se igualar. O caminho por dentro de Vila Maria, em paralelo a Dutra, é um serpentear com leves subidas e descidas, não muito mais longo, mas bem mais demorado. E ai, e ai... Dutra ou Vila Maria? Por dentro é muito simpático, cruzando praças/parques, com uma variação de paisagens, arquiteturas, verde, pessoas e vida bem interessante. Por dentro tem sombra e muito menos poluição. As últimas vezes foi por dentro.
Acordei, café da manha, sai, fechei o portão no lusco-fusco, subi para a Paulista, desci para o Centro, meia pedalada e a Luz, parada para um expresso na Barra Funda, daí para o Pari, cruzei a Ponte de Vila Maria, enfim chego na encruzilhada. E ai, por dentro ou Dutra? Paro, olho para frente e para o lado, na avenida que dá na Dutra. Penso rápido: “Viva a emoção da Dutra. Dali até a saída em Guarulhos tem uns 8 km de estrada. Faz tempo que não pedalo com o barulho dos caminhões. Vamos lá!”

Conheço bem este trecho da Dutra. Dei consultoria para o projeto do sistema cicloviário de Guarulhos e fiz este caminho inúmeras vezes em carro e bicicleta. O problema de segurança do ciclista está nos acessos e saídas que são realmente muito perigosos, e mais uns trechos curtos onde não há acostamento, mas que não são um drama. Ir para Guarulhos pela Dutra é muito menos perigoso que voltar por ela para São Paulo. Na volta os motoristas estão em fim de viagem, cansados, irritados por que devem encontrar a Marginal Tiete congestionada, um prato cheio para se envolverem em acidentes.

Indo para Guarulhos, tirando a tensão de cruzar o acesso à Rodovia Fernão Dias, que é numa descida e os carros vêm muito rápido, e os trechos que não tem acostamento, o pedal é tranquilo. O ideal é sair da estrada assim que se chega em Guarulhos, ou na avenida Guarulhos ou na primeira passarela, um pouco mais a frente. A partir desta passarela o trânsito se adensa, não há acostamento, a coisa fica pesada.
Não recomendo a ninguém pedalar em rodovia conurbada, ou seja, em trecho de rodovia dentro de perímetro urbano. Eu pedalo por que tenho treinamento específico para este tipo de situação e faz parte do meu trabalho ver como está sendo usada qualquer via pelos ciclistas. Sou pago para isto. Há uma quantidade significativa de pedestres e ciclistas circulando pela Dutra, como por todas as estradas conurbadas, e a qualidade vida destes me interessa. Acredito que um dia chegaremos a ter calçadas e ciclovias em todas as estradas conurbadas.

Depois da entrevista, que ainda não está disponível na Internet, fiz o caminho para voltar por dentro, mas distraído acabei caindo novamente na Dutra. Acesso e saída da Fernão Dias são muito perigosos. A forma correta de cruzar um acesso ou saída de estrada é pelo caminho mais curto, ou seja seguindo pelo acostamento, quase parando ou parando, olhando para trás, e cruzando em 90 graus. Nunca! repito: Nunca siga em frente como se fosse um carro. Nunca! repito: Nunca fique no meio da pista. Os motoristas vindo a mais de 80 km/h não conseguem ver o ciclista. Esta é a principal causa de morte de ciclistas em estradas. Voltando ao retorno para São Paulo, o resto do trajeto na Dutra foi tranquilo por que eu, pedalando com calma, estava mais rápido que o trânsito congestionado. O cuidado ai é nunca ficar na lateral de caminhões em movimento. Fácil. Com cabeça e bom senso, bem vindo a São Paulo.
Cheguei em casa com a alma lavada, leve, feliz. O stress da semana foi tão bem lavado a alma que não tive sequer forças para trabalhar. Desliguei por completo, tive um fim de tarde tranquilo e dormi como um anjo.

Antônio Olinto, que já fez a volta ao mundo em bicicleta, o outro dia estava dizendo que hoje não se deve sair pedalando dos grandes centros, tanto pelo perigo do trânsito da estrada conurbada, como o de assalto ou mesmo latrocínio, que cada dia está mais comum. Lembrem que São Paulo tem índices de violência muito mais baixos que o resto do Brasil, mesmo assim não é recomendável em algumas estradas. Este trecho da Dutra é tranquilo, mas o mesmo não pode dizer dos primeiros quilômetros da Rodovia Ayrton Senna, paralela à Dutra, que tem ótimo acostamento, mas também bandido de todo tipo e da pior espécie.
Leia dicas de segurança de como pedalar na estrada em: http://escoladebicicleta.com.br/cicloturismo.html.