Algumas
lógicas parecem que são difíceis de ser aprendidas. Há alguma razão humana que
faz com que as pessoas tenham grande dificuldade de entender que 1 mais 1 tem
como resultado 2, nem mais nem menos. Mas é assim que caminha a humanidade. Uns
mais, outros menos. Somos todos humanos. Buscamos paz e felicidade por caminhos
que facilmente transformam 1 mais 1 em qualquer coisa, e ai os resultados normalmente
acabam bem longe do esperado.
Uma destas
somas mal feitas é acreditar que 1 (leia-se “um”), no caso “eu próprio”, não
precisa de outro 1 (leia-se “um”) para se transformar em dois. A famosa equação
do individualismo, tão praticado principalmente no trânsito brasileiro ou na
segurança pessoal (dentre outros). É acreditar que tocando sozinho vai fazer som
de orquestra. Definitivamente não vai – ponto final!
Para ter uma
orquestra afinada é necessário ter um grupo de músicos com noção de coletivo e um
maestro, que conhece a partitura, sabe ouvir, reconhece as qualidades, defeitos
e erros de cada um dos músicos. Quanto mais afinado o trabalho de todos melhor
o resultado. Se houver um individualismo, um achismo, um que não queira ou
consiga se encaixar, e pronto, a música vai doer no ouvido. Explicação óbvia.
Exatamente o mesmo vale para segurança. Metáfora não tão óbvia.
Simples: ou
todos temos segurança ou ninguém tem segurança de fato. Não há variáveis.
Segurança só existe num casamento estável com o coletivo. É uma questão de
inteligência. Coletividade: foi assim que a humanidade se desenvolveu. Esta é a
razão porque surgiram os agrupamentos sociais e as cidades. É uma questão de
sabedoria, de construção uma matemática prática: dois são mais fortes que um. De
garantir e facilitar a vida própria, individual, em todos sentidos. Um por
todos, todos por um. Etc...
Infelizmente nossa
educação vai muito mal das pernas e o brasileiro não aprendeu bem contar além
do “um”. Imagine fazer um mais um... Salve-se quem puder! O resultado é que a
maioria dos acidentes e crimes simplesmente não é registrada em Boletim de
Ocorrência, portanto não ajuda a formar uma inteligência. “É chato...” “Vou
perder meu tempo”. “Não adianta nada...” O fácil se transformou num monstro;
num dos países mais violentos do mundo. Não conseguimos aprender que “o barato
sai caro, muito caro, absurdamente caro”.
E ai ficamos com
inveja de países onde o trânsito não é perigoso e o índice de criminalidade é
praticamente zero. Qual é a diferença? Precisa explicar?
O que
transforma esta minha “ironia” difícil de engolir é que o Brasil se transformou
num dos gigantes da economia mundial, portanto há um Brasil coletivo que é exemplar.
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