sábado, 2 de junho de 2012

B.O.


Algumas lógicas parecem que são difíceis de ser aprendidas. Há alguma razão humana que faz com que as pessoas tenham grande dificuldade de entender que 1 mais 1 tem como resultado 2, nem mais nem menos. Mas é assim que caminha a humanidade. Uns mais, outros menos. Somos todos humanos. Buscamos paz e felicidade por caminhos que facilmente transformam 1 mais 1 em qualquer coisa, e ai os resultados normalmente acabam bem longe do esperado.

Uma destas somas mal feitas é acreditar que 1 (leia-se “um”), no caso “eu próprio”, não precisa de outro 1 (leia-se “um”) para se transformar em dois. A famosa equação do individualismo, tão praticado principalmente no trânsito brasileiro ou na segurança pessoal (dentre outros). É acreditar que tocando sozinho vai fazer som de orquestra. Definitivamente não vai – ponto final!

Para ter uma orquestra afinada é necessário ter um grupo de músicos com noção de coletivo e um maestro, que conhece a partitura, sabe ouvir, reconhece as qualidades, defeitos e erros de cada um dos músicos. Quanto mais afinado o trabalho de todos melhor o resultado. Se houver um individualismo, um achismo, um que não queira ou consiga se encaixar, e pronto, a música vai doer no ouvido. Explicação óbvia. Exatamente o mesmo vale para segurança. Metáfora não tão óbvia.

Simples: ou todos temos segurança ou ninguém tem segurança de fato. Não há variáveis. Segurança só existe num casamento estável com o coletivo. É uma questão de inteligência. Coletividade: foi assim que a humanidade se desenvolveu. Esta é a razão porque surgiram os agrupamentos sociais e as cidades. É uma questão de sabedoria, de construção uma matemática prática: dois são mais fortes que um. De garantir e facilitar a vida própria, individual, em todos sentidos. Um por todos, todos por um. Etc...

Infelizmente nossa educação vai muito mal das pernas e o brasileiro não aprendeu bem contar além do “um”. Imagine fazer um mais um... Salve-se quem puder! O resultado é que a maioria dos acidentes e crimes simplesmente não é registrada em Boletim de Ocorrência, portanto não ajuda a formar uma inteligência. “É chato...” “Vou perder meu tempo”. “Não adianta nada...” O fácil se transformou num monstro; num dos países mais violentos do mundo. Não conseguimos aprender que “o barato sai caro, muito caro, absurdamente caro”.

E ai ficamos com inveja de países onde o trânsito não é perigoso e o índice de criminalidade é praticamente zero. Qual é a diferença? Precisa explicar?

O que transforma esta minha “ironia” difícil de engolir é que o Brasil se transformou num dos gigantes da economia mundial, portanto há um Brasil coletivo que é exemplar.

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