Como foi
citado em uma troca de mensagem a relação da Prefeitura de São Paulo com os
ciclistas é importante fazer um esclarecimento sobre a história dos ciclistas em
São Paulo:
A
bicicleta é oficializada pela Prefeitura do Município de São Paulo pela primeira
vez em um órgão específico no administração Paulo
Maluf, a pedido de Werner Zulauf, Secretário de Verde e Meio Ambiente,
que designa Gunter Bantel como coordenador do “Projeto Ciclista”. Trabalhavam
com ele Luís Fernando Calandriello e Ana Maria Hoffmann, e outras pessoas que,
me perdoem, não me lembro quem. Ouvia-se que Maluf não se
preocupava (?!?) com bicicleta. O número de ativistas pró bicicleta era muito
pequeno. As portas da SVMA sempre estiveram abertas. fizeram alguma pouca coisa
e não andou mais por que a CET e Secretaria dos
Transportes não permitiram.
Prefeitura com Celso Pitta: igual ao tempo
Maluf: O número de ativistas pró bicicleta era muito pequeno. As portas
da SVMA sempre estiveram abertas. Foi realizado muito pouco, a bicicleta
continuou na mídia, mas não andou mais por que a
CET e Secretaria dos Transportes não permitiram.
Prefeitura com Marta Suplici (e Tato Secretário): A pauta foi
outra e praticamente nada se fez pela bicicleta. Quase esquecem da bicicleta no
Plano Diretor, mesmo
com Sérgio Luís Bianco, PT de carteirinha no bolso e uma das assinaturas do
Programa de Governo de Marta, tentando abrir portas. O número de ativistas pró
bicicleta era muito pequeno.
Prefeitura com José Serra: Já nos primeiros dias é instituído o
grupo interinstitucional para trabalhar o projeto conhecido como GEF / Banco
Mundial, que pretendia colocar projetos piloto de bicicleta como modo de
transporte e instrumento ambiental em locais de demanda já existente e população
de baixa renda. Foi a primeira vez na história que várias secretarias, órgãos e
sociedade civil sentavam a mesa para trabalhar pela bicicleta. SVMA, Secretaria
de Transportes, Secretaria de Obras, Gabinete da Prefeitura de São Paulo, SP Trans, CET,
CPTM, Metrô; mais ANTP, ONG Bike Brasil, ITDP, Escola de Bicicleta, Sérgio Luís
Bianco, e quem mais quisesse participar das reuniões. Casa aberta. Foi um
maravilhoso trabalho que não teve bom termino por conta de problemas
burocráticos daqui, Brasil. Tivemos apresentações de consultores internacionais
e outros eventos. Fora isto devesse reconhecer o trabalho de Walter Feldman e
Eduardo Jorge, (além da Stela Goldenstein, gabinete), que empurram o que puderam
a bicicleta. Não andou por conta da CET, ainda restritiva às bicicletas e aos
problemas dos pedestres. Faço questão de dizer que dentro da CET a bicicleta
teve muitos inimigos, mais ainda os desconfiados, e “amigos” que não foram assim
tão amigos da bicicleta; e funcionários que não estavam ligados diretamente a
questão da bicicleta, que por razões internas não puderam mostrar a cara (e
ainda não podem) e foram realmente amigos da bicicleta. Outro ponto: A CET é
quem tem a responsabilidade legal sobre o trânsito e é de lá que deve sair a
assinatura de responsabilidade técnica sobre qualquer projeto (lei federal).
O número de ciclistas atuantes nesta época cresceu, mas ainda
era muito pequeno.
Prefeitura com Kassab: enquanto o Secretariado (dois anos) foi o
do Serra, que havia sido eleito Governador, a coisa foi relativamente bem.
Quando o Kassab realmente assumiu a questão da bicicleta acabou restrita a Ciclo
Faixa de Domingo. CET continuou emperrada.
Surge a Bicicletada e começa aparecer uma garotada nova nas
reuniões, mas a recepção na prefeitura de Kassab não é a mesma. Ele só mantém a
bicicleta na pauta por que o marketing político assim diz.
A Secretaria de Transportes
Metropolitanos (secretário Portella), do Governo
do Estado, Serra, começou a fazer os bicicletários da CPTM, uns poucos do Metrô,
e as ciclovias da Radial Leste e do rio Pinheiros.
Prefeitura atual, Haddad: os grupos de ciclistas estão muito
maiores, organizados e maduros, o que facilita muito. A questão da bicicleta
está muito mais encaminhada do que antes dentro das secretarias da própria
Prefeitura. A CET,, como um todo, aceita com mais facilidade a questão da
bicicleta. A sociedade está mais preparada para a bicicleta. Tem muito mais
ciclista circulando nas ruas em dias de semana. Enfim, a coisa está muito mais
fácil de acontecer.
E o diálogo, em tempos de eleição, sempre é regado a cafezinho
passado na hora. Lembrando que o Estado de São Paulo é bem interessante –
eleitoralmente. Vamos ver depois.
São muito poucos os que realmente gostam da bicicleta. A maioria
sabe que a bicicleta está na moda e que vale uma aposta política nela. Tem gente
que a pouquíssimo tempo disse NÃO para os ciclistas e agora está pedalando. Tem
gente que historicamente sacaneou com pedestres, pessoas com deficiência,
ciclistas e outros alternativos,... e agora vai pedalar, diz que gosta de
ciclista, bicicleta? OPS?!
Minha preocupação está no ser inocente útil. Muitos de vocês vão
de boa fé e entusiasmo, sem levar em consideração o passado. Posso dizer que o
passado não mente. O tempo diz tudo a todos.
abraços
Arturo Alcorta
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