quarta-feira, 2 de outubro de 2013

O direito à obesibilidade e à vida

Meu primeiro contato com a obesidade americana foi em um trem, cruzando de Seatle para NY pela via norte. Quanto mais distante das costas Pacífica e Atlântica mais obesa fica a américa. Nos estados centrais o número de obesos graves e obesos mórbidos ocupando duas cadeiras foi assustador. Não tem nada a ver com os americanos grandes, bem mais altos que 1,90m e uma grande dose de sobrepeso, que é quase o padrão desta população e se vê em qualquer imagem das ruas daqui.


Ontem, na Disney, fiquei realmente assustado com a quantidade de pessoas deformadas pela gordura, algumas caminhando com dificuldade, muitas em cadeiras de rodas, a maioria obesa grave a um passo da morbidez. Apavorante, literalmente apavorante. Mas eles estão lá no Magic Kingdom, Epcot e com certeza em todos outros parques, circulando por todas as partes, entrando em todas as diversões, vivendo. E pelas ruas, menos visíveis, mas saindo de casa, indo às compras, comendo em restaurantes, comando café, refrigerantes, conversando, comprando roupas, vivendo a cidade. De toda idade, infelizmente muitos jovens, muito jovens para tanta obesidade grave. As mulheres, principalmente as casadas e mães, parecem deformar de vez. Mais impressionante para um brasileiro é que a maioria está com os maridos, que são mais magros, alguns com baixo índice de gordura até em boa forma. Como funciona? Posso entender, mas é louco para nossa cultura latina.

Fiquei mais apavorado, deprimido, e um monte de sentimentos juntos, quando caiu a fixa que é raríssimo ver alguém assim no Brasil. Ver; não falo de circular nas ruas, falo em ver alguém com obesidade grave. Eles não existem? Somos um país só de magros? Ou existem, não conseguem sair de casa, os mais próximos tem vergonha de comentar? O nosso Governo Federal divulgou números sobre obesidade, que cresce sem parar. Entrei mais fundo ainda na espiral triste de pensamentos e perguntas sobre a questão da mobilidade destes cidadãos com deficiência física ou de mobilidade no Brasil. Não sei qual é o número aqui nos Estados Unidos, mas no Brasil estes cidadãos chegam a 17% da população. Onde estão que não os vemos, não sabemos deles, não conversamos, não nos interessamos...
 

3 comentários:

  1. Menino, não vemos nossos idosos muito idosos também...
    Boa lembrança, gostei do tema. Beijos, Lila

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  2. Bem lembrado Lila, e sem querer sair do contexto, mas saindo, ontem ouvi um dado muito triste, o Brasil tem uma população de 20 milhões de idosos e apenas 218 asilos públicos!

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  3. É Arturo, a partir de seu post podemos fazer uma pergunta muito importante também! Realmente precisamos continuar expandindo as fronteiras agrícolas?
    Precisamos produzir mais alimentos? Esses alimentos serão usados para produzir mais obesos ou para matar a fome de quem não tem alimentos?
    Abs

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