São Paulo Reclama:
Trapalhada
(do Diário) Oficial
C4 | Cidades/Metropole | quinta-feira, 12
de Junho de 2012 – O Estado de São PauloTexto contra ciclista em Diário Oficial vira polêmica – Reportagem publicada em jornal do Estado recomenda evitar pedalar na capital paulista
Segue a matéria do Cidades: O Diário Oficial do Estado, veículo editado pela Imprensa Oficial, empresa do governo paulista, recomendou a ciclistas não usar bicicleta para se locomover no trânsito da capital. A recomendação faz parte de reportagem que saiu ontem (11/07/2012), intitulada “Mais ciclistas, mais acidentes”...
... A reportagem do Diário Oficial ouviu apenas um
especialista – o chefe do Grupo de Trauma Ortopédico do Hospital das Clínicas,
Jorge dos Santos Silva... (que) afirmou que não é recomendável que ciclistas
pedalem no trânsito de São Paulo...
Primeiro comentário: Que resposta
esperar de um médico, um dos melhores em sua área, que só recebe ciclistas
arrebentados?
Segue do Cidades... Sugestões. Outro trecho da reportagem
traz recomendações atribuídas à Companhia de Engenharia de Trafego (CET), da
Prefeitura de São Paulo, para que o leitor “não seja a próxima vítima”. Uma
delas diz que “o tráfego em avenidas, apesar de permitido, é pratica pouco
segura para o ciclista”. Essa informação, porém, não consta do site da
companhia. Em suas páginas na internet a CET afirma que uma de suas principais
diretrizes é estimular o uso da bicicleta.
Comentário: 1 - Vítima de quem? Do trânsito
ou da ausência da autoridade legalmente competente que não cumpre seus deveres
legais? (Vide CTB) 2 – Pedalar em avenidas de fato não é recomendável, mas
muitas vezes inevitável, principalmente para trabalhadores que simplesmente não
tem alternativa de transporte e caminho. O problema sempre existiu, principalmente
na periferia, muito antes da classe média redescobrir a bicicleta, e sempre foi
negado. De novo, houve e segue havendo ausência das autoridades competentes.
Não haver qualquer referência sobre o assunto na página oficial da CET fala por
si só. Isto não faz da CET a única culpada. 3 – É normal que uma diretriz
imposta de cima para baixo, como “estimular o uso da bicicleta ou melhorar a
segurança dos pedestres”, encontre resistência dentro de um grupo de
profissionais, excelentes em sua área específica, que trabalham numa companhia,
CET, que por sua vez foi criada para “dar fluidez” ao trânsito de veículos
motorizados. Se Thiago Benicchio, da Ciclocidade, entrevistado na mesma matéria
do Estadão, nunca ouviu a CET falando que considera a bicicleta um sério perigo,
eu, nestes meus mais de 30 anos de convivência com eles, ouvi muitas vezes e em
diversos tons. E, de certa forma, entendo as razões deles; as profissionais e as
legais. Eles, sabiamente, usam a lei a seu favor. Dentro da CET há alguns amigos
de pedestres e ciclistas; e um bom grupo que, por força de vício, faz tudo pela
fluidez.
Como toda imprensa, sem exceção e não
só o Diário Oficial, acaba escrevendo sobre as coisas de trânsito como inocentes
motoristas, não vejo esta matéria do Diário Oficial com espanto, mas como mais
um fato habitual e normal. O grau de erros, distorções e medos explícitos e
implícitos sobre a questão da bicicleta e dos pedestres publicados e divulgados
até hoje deixa claro que o artigo do Diário Oficial não passa de mais um “pequeno”
deslize.
A verdade incontestável é que todo veículo
mal conduzido é perigoso, independente de ser uma bicicleta, moto ou automóvel.
Dependendo da qualidade da pesquisa ou estatística, da fonte e principalmente
de saber entender o que lá está escrito, provavelmente o automóvel não seja tão
seguro assim. E não é.
Em absolutamente todas as partes do
mundo “quanto mais ciclistas nas ruas, menor o número de ciclistas acidentados”.
Esta é uma verdade cientificamente incontestável.
Bicicleta é um fato. Ponto final. O que
falta é tratar o assunto com inteligência. Parece que esta é a dificuldade.
Tenho que lhe dar os parabéns, adorei sua postagem! Em especial por este trecho:
ResponderExcluir“A verdade incontestável é que todo veículo mal conduzido é perigoso, independente de ser uma bicicleta, moto ou automóvel...”
Achei seu blog enquanto pesquisava sobre a possibilidade de substituir minha scooter por uma bicicleta motorizada. E está matéria explicita muito bem o que enxergo sobre o preconceito a respeito das motos.
Estando bem equipado, cair de moto ou bicicleta não é problema muito grande, já levei uns tombos por causa de buraco e areia em curvas (por estar voltando para casa a noite não tinha carro). O perigo está nos acidentes com outros veículos.