Não interessam os números, interessam os resultados, e os de nossa educação básica são vergonhosos, para não dizer nojentos, estúpidos. O futuro de todos brasileiros, sem exceção, não está em jogo, já foi-se, e parece que não se percebe.
A burrice da elite, todas e de todas matizes, em acreditar que o futuro dos seus estudando nos melhores colégios estará garantido é inaceitável, primeiro porque prova que a geração dos pais e avós, todos e de todas matizes, que aí estão não receberam educação com a mínima qualidade para entender o que é e como se constrói uma sociedade, um país, uma nação. Depois por acreditarem que atrás de muros estarão garantidos, o que vale para todos e de todas matizes.
O deprimente é constatar que a esquerda brasileira que poderia e deveria ter mudado esta história, até pelo que dizem ser seus princípios, não o fez, e não parece interessada fazê-lo, a prova irrefutável está ai. A direita liberal, por sua vez, não teve a inteligência e discernimento pragmático para entender a importância de criar uma força de geração de capital com alto valor agregado. Enfim, a estupidez é generalizada e o resultado é o que temos na educação básica.
Que lindos números! Nossa! quanto progresso! A verdade é que nossas crianças estão cada dia menos preparadas, portanto os lindos números não interessam, não dizem absolutamente nada frente aos resultados vergonhosos. Aliás, repetindo e recordando, um dos meus livros prediletos: Como mentir com estatísticas, de Darrel Huffy, best seller desde o fim da década de 50.
A escola de Cubatão que foi premiada com louvores dá o caminho. Ou todos são pela educação ou não vai.
Escola tem que ser 'o' ponto de referência de qualidade, começando até pela pintura e outros cuidados básicos com a construção. Estou cansado de ver escolas públicas cheias de necessidades de cuidados com a aparência. Justifico: O Terminal Barra Funda foi por muitos anos uma referência nacional e internacional do que a qualidade do ambiente faz pelo comportamento social. Havia uma diferença sensível entre a qualidade ambiental da área da CPTM e a do Metro. As câmeras de segurança sobre as catracas mostravam uma diferença enorme do comportamento do povo antes e depois de passar a catraca. Não precisa tanto, no metrô é raro ver alguem jogando um papel no chão ou depredando. Teoria da janela quebrada.
É inadmissível que tarde ou falte verba para manter as escolas impecáveis. Escola não pode ser um reflexo de seu meio ambiente. Escola tem que ser a referência do que se espera para o futuro. Vou mais além, não precisa necessariamente ser um CEU ou CIEP grandioso, até porque em muitos lugares é inviável, tem que ser o mais acolhedora possível, um lugar onde se tenha vontade de ir e vivenciar.
Quem se interessa?
Quem tiver acesso ao Opinião do Estadão recomendo a leitura do sensato comentário feito pelo professor Edson Del Rio.
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