- árvores - espaçamento entre árvores
- pós crise econômica e social
- serviços públicos online
- suporte da comunidade para mudanças
- suspensão de algumas taxas e impostos
- levantamento de restrições e tarifas de trânsito
- orientação ecológica, infraestrutura digital e transição ambiental
- repensar desenho urbano + humano
- entregas em casa
- Uber e outros
- aluguel e temporários
- garagens – o que fazer?
Arturo Alcorta, Escola de Bicicleta, sobre a vida, rodando um pouco por tudo
terça-feira, 29 de setembro de 2020
A cidade do automóvel não é nova
o patrimônio pessoal dos candidatos no Brasil e Bloomberg
domingo, 27 de setembro de 2020
Baranga, mal educada, e pobre
sábado, 26 de setembro de 2020
Automóvel, utensílio; vício e poder
quinta-feira, 24 de setembro de 2020
Fui suicidado
No Dia Mundial da Prevenção do Suicídio fui suicidado. Li um relatório que simplesmente descarta praticamente todo meu trabalho desde 1982. Na hora a leitura foi 'todo meu trabalho', sem praticamente. Enfim, passaram a borracha, ou pior, nem isto, sequer olharam. "Não me interessa o que você diz que eles fizeram errado, me interessa o que você fez que os levou a cometer o erro que te afetou", dizia Lollia, minha mãe. Uns dias depois numa troca de mensagens não só descobri que o dito documento era de fato o que parecia, como que para boa parte dos com quem trabalhei meu trabalho não existiu, ou de maneira menos dramática, alguém recebeu os louros com o meu. Nunca reclamei e não estou reclamando que tenham feito control C - control V, e nem queria porque acreditei piamente que um dia chegaríamos a algo próximo de nossa utopia, ou pelo menos da minha tão naife. Ledo engano. "Trouxa"! é o que me resta ao olhar para trás.
No Dia Mundial da Prevenção do Suicídio fui suicidado. Morrer não teria feito tão mal. Senti uma dor tão intensa quanto senti quando soube das mortes absurdas dos filhos de Miriam e Jairo. O conforto vem de ter vivenciado amigos passando pelo mesmo, não a morte dos filhos, mas um dia receberem o bilhete azul e descobrirem que depois de décadas de ótimos trabalhos passaram a não existir mais. Sensação estranhíssima ver zumbis sorridentes caminhando no Ibirapuera em hora de trabalho. Como vai? "Ótimo". Todos se refizeram, uns de verdade, outros num bom ou péssimo refúgio. Um deles em particular, dos melhores homens que este país teve, voando do 10º andar. Acabou, fim, sociedade descartável, depois de usado vai para o lixo. "Dá para reciclar?"
Acordei destruído. Por um momento não acreditei que conseguisse sair da cama. Meu médico pediu que eu desaparecesse. Quase não consegui. Mas cá estou eu. Como cheguei? Como lidei com meus pânicos, minha angústia? Brincando de classe média.
Tomei o café da manhã em casa e fiquei mais confiante. Saco cheio salva qualquer um. Ou termina com qualquer um. Depende. No meu caso o saco cheio de postergar a viagem chegou a um limite. Já era 9:00 h da manhã e fugir pedalando iria azeitar mais ainda meus atuais medos da saída de São Paulo e suas periferias e fritar minha cabeça no meio da estrada. Por mais que queira enganar tenho cara de dondoca de classe média e sou alvo óbvio.
Se acordasse às 3:30 h como estava programado pedalaria passando para lá de São Miguel lá pelas 5:30 h ou 6:00 h, o que por um lado seria interessante porque veria mais uma vez os trabalhadores que cruzam pedalando o viaduto\ponte que sai de Ermelino Matarazzo e cai na av. Santos Dumont e Parque industrial Cumbica de Guarulhos. Reginaldo foi quem me apresentou esta massa de trabalhadores ciclistas invisíveis para autoridades e nós, a classe média chuchu beleza. A ponte\viaduto é estreita, praticamente não tem espaço para os pedestres e muito menos para os ciclistas, que cruzam por tudo quanto é canto, passarela enfrentando pedestres, asfalto de ônibus e caminhões, mão ou contramão. Mais uma luta remada, utopia naife de um trouxa, deu em nada. Duvido que tenham feito algo, deve continuar igual. A piãozada que se dane!
Voltando, além dos trabalhadores que se viram para chegar ao trabalho, têm assaltantes ou pelo menos quilômetros e quilômetros de histórias assustadoras de violência. Real ou não, pelo menos na escala, não estou mais afim. Vai que sou salvo para uma crente gorda, vestido de estampa sem graça solto escondendo meio colado às gorduras, cabelo preso em coque que parece grudento, recitando "Deus é fiel"; aí sim me suicido. Em Buenos Aires fiquei com uma 45 engatilhada no meio do olho (roxo por uma porrada do cano) e nem pisquei, não faz diferença, mas de crente me cago de medo. Hoje dentre outras razões as federais. "Quem tem cu tem medo".
Na noite anterior ainda luz acesa na cama tinha cogitado pegar um ônibus. É ridículo, mas entre ir para a rodoviária pedalando, comprar passagem, esperar o ônibus, fazer a viagem, descer na rodoviária e pedalar até o hotel dá praticamente o mesmo tempo de ir pedalando de casa até o hotel. Ok, uns 15% mais demorado, se tanto e se tudo sair bem. A esquizofrenia assassina do momento, sucesso maior que Agatha Christie, o tão falado Covid 19, e o tempo de viagem, no café da manhã definiram: alugar um carro. Sai muitíssimo mais caro que o ônibus ou ir pedalando, mas muito mais barato que pegar o vírus. Cálculo feito, sorriso no rosto, borracha nas mentiras não calculadas, viva o conforto do velho e bom automóvel.
E brincando de classe média sentei no meu Renault, coloquei um pendrive no rádio, big band, jazz, clássicos americanos, grandes intérpretes, e voltei ao normal. A classe média vai ao paraíso. Em duas horas e um pouquinho cheguei na porta do hotel, fiz o check in, entrei no quarto com linda vista, 8º andar, e isolamento acústico total. Nada melhor para curar a esquizofrenia momentânea e a depressão que não é só minha, mas pandêmica. Almocei árabe, com direito a uma pasta de alho divina. Meu isolamento social amanhã está garantido. Se alguém chegar perto pela frente eu abro a boca e sopro. Se se aproximar por trás sopro. Meus poros rescendem. O cheiro não difere.
Final de tarde saí para caminhar. Esta riqueza medíocre me salva. Meu médico tinha razão. Pelo menos suaviza a dor de olhar em volta e saber que fui mais um trouxa movido a inocência naife. Quieto olho em volta e peço desculpas aos mendigos que passam ou sentam para comer restos pelo que estou fazendo. Os meus vícios sociais, que não diferem da utopia geral, fazem que esta brincadeira vá custar algo em torno de 20 cestas básicas. Eu mereço?
Dia Mundial da Prevenção do Suicídio: suicídio é um direito individual. Aliás, não o suicídio em si, mas morrer como bem entender. Vida virou um business rentabilíssimo. Morrer, como na idade média, virou um péssimo negócio para o estabilishiment. Qual é o custo benefício entre vida e morte? Para os humanos e para o meio ambiente?
terça-feira, 22 de setembro de 2020
Está provado: a Terra é plana
sábado, 19 de setembro de 2020
Semáforos novos e segurança no trânsito para quem?
O novo normal da Semana da Segurança no Trânsito
sexta-feira, 18 de setembro de 2020
A farra da Zona Franca de Manaus tem que parar
quinta-feira, 17 de setembro de 2020
Projeto cicloviário 2015 na Cidade Universitária. Não para favelados
quarta-feira, 16 de setembro de 2020
Mini mini carrinho "Amigo" que não precisa de carta de habilitação
Começo com o Citröen Ami que se seu conceito colar vai mudar muita coisa no trânsito. Já disse isto mais de uma vez, mas creio que desta vez não pago a boca. Tudo indica que está colando porque o Renault Twizy pelo jeito colou, ou a Citröen não teria lançado o Ami e outras marcas não estariam prestes a lançar os seus. De uma certa forma é a reinvenção, mais uma, do automóvel e de sua potentíssima indústria. Eric Ferreira estava certo: o carro não vai acabar; e pelos sinais não só não acaba como dá a volta por cima.
Neste artigo do The Guardian; Ami, the tiny cube on wheels that French 14-year-olds can drive, já fazem a pergunta: não tem que ir para a ciclovia? Esta e outras perguntas que estão no ar tem que ser respondidas pelos legisladores de trânsito. Não sei se em alguma parte do mundo estabeleceram perante as leis de trânsito o que é um Segway que vai fazer uma década de existência. Acabou circulando em calçadas. Em Paris e várias outras cidades se vê mamãe guia turística sendo seguida pelos patinhos turistas, mas é difícil ver um Segway como modo de transporte individual, talvez pelo preço, muito caro. Tem polícia usando, mas também vão pelas calçadas e em casos especiais pela via. Que diferença faz por onde vão? Toda! Tanto se fala em segurança e acidentes zero, o que é impossível alcançar no meio do caos que vivemos no meio destas novas mobilidades. Sua avó vai ser atropelada por patinete, skate, entregador de aplicativo ou Segway? Coisa mais chique! hoje temos inúmeras alternativas de parar no hospital.
O que está acontecendo só deixa claro que o novíssimo trânsito não é para amanha, já é e ninguém sabe ao certo o que será. E se não regulamentarem vai ficar mais caótico com um "sei lá o que" de quatro rodas que pode ser conduzido por uma criança de 14 anos "sabe-se lá onde". A senhora que circulava a milhão pelas ciclovias de Amsterdam numa cadeira de rodas movida a um possante, barulhento e fedorento motor de 2 tempos era gozada porque era única. Imagina jovens-velhinhos neuróticos acelerando cadeiras de rodas elétricas que fazem de zero a 20 em dois segundos e que tem velocidade final além dos 35 km/h numa ciclovia, isto sem emitir um som, fora o peido do velho?
O controle de trânsito aqui no Brasil está meio que na idade da pedra, controla ou imagina controlar os motorizados, o resto meio que se dane, pedestres que o digam. Como um montão de coisas neste país não fomos capazes de fazer nem as lições primárias de casa e estamos completamente despreparados para uma mudança, qualquer que seja ela. Vide Covid!
Já existem mini mini carrinhos, menores até que este Citröen, circulando pelas cidades europeias, mas com regras e leis claramente estabelecidas e público muito específico; na Holanda especiais para pessoas com deficiência de mobilidade, por exemplo. Que eu saiba mesmo lá não existia um mini carrinho que permitisse uma criança de 14 anos ou qualquer inabilitado ou não autorizado sair dirigindo, o que dizem ser possível com este Ami (amigo em francês). O Renault Twizy, mesmo sendo muito pequeno em comparação aos outros carros, é considerado um automóvel, até mesmo porque tem agilidade para circular no trânsito normal.
Neste vídeo onde é apresentado o Ami vi uma Paris que não conheço, ou melhor, conheço mas está diferente. As imagens vão passando por várias ruas que foram reformadas para tirar o meio fio que separa a calçada da pista para os motorizados, o que está sendo feito mundo afora. O carro vai ficar, mas circulará em outra cidade, a cidade das pessoas.
Perto de casa tem uma locadora de BeepBeep, um simpático Renault Zoe, mini carro elétrico, mas carro, destes que é obrigatório a Carteira de Habilitação. Eles não são completamente silenciosos, fazem um zumbido discreto que serve para avisar pedestres e ciclistas, provavelmente pensado na experiência japonesa onde os elétricos atropelaram um bocado. Inaudíveis! Fiquei 15 dias com um híbrido que bem usado fica só no elétrico e é mudo, por assim dizer; uma delícia perigosa, um fantasma no meio do trânsito.
Os elétricos vão entrando aos poucos no Brasil, e assim vai continuar enquanto o Governo Federal mantiver o imposto alto sobre eles. Pelo jeito Brasil vai continuar sendo o rebotalho da indústria automobilística. Urge que se prepare nossas leis para a chegada eminente destas novidades. Espero que tenhamos aprendido com a pandemia que não fazer nada enquanto não chega é um péssimo negócio.
quinta-feira, 10 de setembro de 2020
Cidades brasileiras, seus sonhos, sua realidade
Belo Horizonte com JK ganhou seu Conjunto Arquitetônico da Pampulha (1943) com obras de Oscar Niemeyer, Burle Marx, Ceschiatti e Portinari.
Ainda em São Paulo, porque não foram para frente os bulevares das avenidas Paulista e JK que realmente poderiam ter dado outro sentido não só a seus bairros, mas para toda cidade? O corredor de ônibus da av. Santo Amaro com seus terminais coletores proposta na administração Covas não só parou, mas foi deformada pela administração seguinte de Jânio Quadros. E os Planos Diretores, tão discutidos, tão desejados? Tanto se falou sobre a nova Barra Funda, foram apresentados projetos, desenhos, vídeos, sonhos... e? Os erros foram muitos e muitos deles tiveram plena aprovação da população.
terça-feira, 8 de setembro de 2020
Manifesto pró bicicletas entregue aos candidatos de 2008; comentários; o que mudou e não mudou
Soltei uma carta para o Fórum do Leitor do Estadão sobre o texto "A revitalização da agenda urbana". Confesso que quando li esta Opinião do Estadão fiquei bastante incomodado porque o texto coloca o manifesto do CAU/BR como se houvesse novidade. Não há, repetem muito do que foi proposto mais de uma vez, por mais de um grupo, no passado e acabou não dando em nada.
Da parte dos Jurássicos, no qual me incluo, entregamos em várias eleições para os principais partidos manifestos que eram voltados para a bicicleta, mas não só. Por ironia do destino tivemos repercussão nacional quando a candidata a vice-presidente Rita Camata aceitou participar de uma pedalada, ficou sob minha responsabilidade, não fazia ideia do que era pedalar e no primeiro momento que deixei de olhar para ela, preocupado com os que nos acompanhavam, voou por cima do guidão e estatelou-se no asfalto, com direito a uma sequência maravilhosa de fotos que deu em primeira página de todos jornais. Pensei que eu seria esquartejado pelos responsáveis daquela campanha eleitoral, mas fui recebido como um herói. Rita Camata ficara conhecida em todo Brasil! E a questão da bicicleta também. Vai entender.
Desde 1986 entregamos manifestos pró bicicleta, em todos tive uma mãozinha. Olhando para trás digo que tristemente todos foram muito parecidos. Tristemente porque não acontecia nada.
Para quem tiver paciência publico o Manifesto pró bicicleta e outros que entregamos em 2008 com comentários.
Mesmo que tenhamos progredido há muito o que reivindicar. Manifeste-se!
Manifesto para a Viabilização do Uso de Bicicletas e outros Modos de Transporte Não Motorizados para o Município; POR UMA POLÍTICA MUNICIPAL PARA NÃO MOTORIZADOS
Entregue aos candidatos de 2008
- pedestres!: lembrar sempre que nós todos somos pedestres!
- iniciar política voltada para todas as mobilidades.
- respeitar os direitos de menores, idosos e não motorizados (e mulheres, com certeza)
- inclusão em curto prazo de pessoas com necessidades especiais (15% da população)
- Mapeamento feito sob o ponto de vista do ciclista (sob o ponto de vista da cidade)
- Campanha Educativa (absolutamente necessária, um crime não educar)
- Educação para o Trânsito voltada para Crianças e Adolescentes
- Bicicletários, pára-ciclos e estacionamentos
- Criação de órgão responsável pelas bicicletas e não-motorizados para o Município e área Metropolitana
- Dar treinamento específico para policiais e técnicos
- Criação de Polícia-ciclística
- Formação de orientadores / professores de segurança ciclistas (Bike Anjos são maravilhosos, mas fazem suas ações com autonomia de posições, o que para a segurança no trânsito não é o ideal. Só se chega a plena segurança seguindo regras que são estabelecidas em cima de dados precisos. Ainda se faz necessário professores / orientadores ciclistas oficiais, ligados ao órgão oficial de trânsito da cidade)
- Banco de dados específico (para bicicletas e outras mobilidades ativas. Incluo ai pedestres)
- Contato com entidades representativas de motorizados
- Rever Leis e tomar providências necessárias (rever o CTB pensando na cidade futura. O que está lá foi pensado num tempo que não se sonhava com as perspectivas que se abrem agora)
- Levar em conta todas alternativas - não restringir se a ciclovias (calming traffic - acalmamento de trânsito urgente! Aliás repensar tudo. Olhar os cenários que se abrem)
- Planejamento e execução de projeto melhorias: Ciclo Rede (Não só. Repensar tudo. Avaliar qualquer possibilidade)
- Colocar na rua orientadores / professores de segurança no trânsito voltados para o ciclista comum, que trabalhem pedalando e vivenciando os problemas da bicicleta > educação + pesquisa = banco de dados = segurança = menor custo
- Cadastramento e controle imediato das bicicletas profissionais – bicicletas de carga / entrega, definindo responsabilidades. (a Transporte Ativo fez um belíssimo trabalho no Rio de Janeiro que pode servir de parâmetro)
- Criar facilidades em estradas que cortam o Município. (Estradas conurbadas são um dos mais críticos problemas de segurança para todas as mobilidades ativas, em especial para ciclistas. É um absurdo não olhar com cuidado este velho drama)
- Criar áreas de treinamento esportivo (cresceu muito o número de ciclistas esportivos em todo Brasil. Nas cidades grandes se faz urgente dar solução, e um dos exemplos pode ser o que foi feito em São José dos Campos. Ciclovias não atendem o treinamento esportivo, aliás, deixar ciclistas comuns e esportivos no mesmo espaço é um problemão, um risco que vem causando inúmeros acidentes)
- Definir responsabilidade legal sobre a criança ciclista e uso de calçada
- Definir regras de uso em parques e espaços públicos
A revitalização da agenda urbana: de novo? Até quando?
sexta-feira, 4 de setembro de 2020
gato por lebre; km de ciclovias por ciclistas; cidades inteligentes por emaranhados
O caderno Mobilidades do Estadão tem feito um bom trabalho publicando matérias sobre o assunto, mas dentro do site - https://mobilidade.estadao.com.br/mobilidade-para-que/falar-sobre-mobilidade-em-sao-paulo-e-sempre-citar-numeros-grandiosos/ - tem um dado interessante:
- 504 quilômetros é a extensão das vias para trânsito por bicicletas, sendo 473,7km de ciclovias/ciclofaixas e 30,3 km de ciclorrotas
Nunca tinha pensado nisto, mas muito se fala sobre os km de ciclovias / ciclofaixas e ciclorrotas, mas é difícil colocarem o número total de ciclistas circulando na cidade. Nunca vi na grande imprensa dados de ciclistas separados por ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas, o que permitiria saber o que está valendo a pena e o que não. Fala-se muito que o número de ciclistas nas ruas vem aumentando, mas também não se detalha, o que é crucial para estabelecer uma boa política não só para a bicicleta, mas para todos os modais ativos. Vou mais longe; crucial para uma política de humanização da cidade.
Esta história me lembra o livro "Como mentir com estatística" de Darrell Huff, 1956 - se não me falha a memória.
A série de debates Retomada Verde do Estadão tem sido interessante. Assisti, dentre outras, Especialistas defendem informação e participação da sociedade no destino das cidades na pós-pandemia, palestra mediada pelo Mauro Calliare e com a participação de Phillip Yang da Urbem; Roberta Kronke da FAU USP; e de Alan Cuperstein da C40 América Latina; achei interessante, mas rasa. Como todas outras palestras durou 1 hora, o que considero pouco para um tema tão vasto. Acaba caindo num repetitivo. Gostaria que houvesse tempo para detalhar mais, mostrar números, explicar melhor. O Estadão deve saber o público alvo que tem e para o qual se destina. Triste mesmo foi ler alguns comentários nesta e nas outras palestras.
Há uma pesada aposta em tudo que vai melhor através da Internet, aplicativos, redes sociais, inteligência artificial e que tais. Olhem a foto tirada numa das áreas mais ricas do país e tirem suas conclusões. Para quem não entendeu é a poda de árvores para que os galhos não interfiram com a fiação aérea quando começarem os ventos e tempestades. O PIB e número de empregos gerados por cada uma destas casas é coisa séria. Aliás, não muito longe de onde tirei a foto está a casa de um dos mais importantes empresários e um dos maiores empregadores do Brasil e além mar. Não faço ideia de quanto custa para o país ele ficar sem comunicação em casa por 8 horas, 12 horas, 24 horas, como já aconteceu mais de uma vez, mas não deve ser pouco.