quarta-feira, 3 de abril de 2019

Diferentes e diferenças

Aconteceu domingo 31 de Março no Parque Villa Lobos a 5° CaminhaDown. Para início de conversa, segundo dados oficiais o Brasil tem... Bom, aí tem uma confusão de dados fácil de entender. Sempre ouvi que 17% da população era de pessoas com necessidades especiais. Na última contagem do IBGE, 2010, aparece 23.9%. E agora temos um número mais preciso que aponta 6.7% de deficientes, mas só se contam os deficientes graves, o que segue padrões do Grupo de Washington e da ONU. Antes contava-se todos que tivessem alguma dificuldade de domínios funcionais. Explicação mais detalhada no link acima. 
Não sei, mas creio que a inclusão de todos num único dado talvez tenha sido uma forma de ampliar a abrangência dos programas inclusivos, o que a meu ver neste país que tem exclusão como prática comum e trivial não seria uma erro.
Só se vai ter uma vida urbana mais agradável no momento que todo este pessoal estiver pelo menos incluído. A frase deveria ser "quando este pessoal estiver plenamente incluído e aceito pela sociedade", mas plenamente é mais que uma utopia. Sequer nos esforçamos para parar o genocídio diário, o que dirá se preocupar com incluir pessoas com deficiência. Aliás, não temos sequer esgoto, precisa falar mais?

A direção do parque Villa Lobos não permitiu que o 5° CaminhaDown a apresentação de um grupo de  vinte meninos percursionistas que se apresentaram no ano passado. A alegação foi que fazem muito barulho e que houve reclamação dos frequentadores do parque e dos vizinhos. Estava no evento passado, não gosto de som muito alto, me faz mal, e afirmo que não foi um volume excepcional, muito pelo contrário. A Prefeitura e o Governo do Estado tem tomado medidas que dizem ser para organizar o funcionamento da coisa pública, que de fato precisa ser reorganizada, ninguém nega, mas que tem exalado um cheiro cada vez mais a revanche contra o que foi feito no passado pelo PT. Se for é uma burrice sem tamanho. Quer fazer boa zeladoria, como diz Dória, use a inteligência para melhorar o que está funcionando, sem destruir porque foi feito pelo outro. Sei que algumas vezes tem que se dar um passo atrás para caminhar com firmeza para frente, mas são tantas as notícias estranhas... Muitas reclamações, muita bagunça, muita pouca demonstração de boa e inteligente zeladoria. Onde há fumaça há fogo.  


Não tenho a mais remota sombra de dúvida que só teremos uma cidade melhor o dia que pessoas com necessidades especiais estiverem incluídas. Imagina só um deficiente físico ou paraplégico no meio da ciclovia Faria Lima em horário de pico. 

Em Paris presenciei uma senhora muito velhinha cruzando uma esquina da Praça Vitor Hugo. O ônibus ficou parado bem uns 5 minutos até ela conseguir chegar a outra calçada.
Eu não preciso imaginar como seria aqui porque ano passado vivenciei a reação das pessoas com o Passeio Inclusivo na av. Paulista. Aliás..., aliás, vejo o comportamento dos usuários de ciclovias com pedestres ou com idosos. Não resta dúvida, como dizem os ciclistas "motoristas são mal educados e não respeitam ninguém". De fato. Vai falar o que? (não é meu ponto de vista)

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