terça-feira, 23 de abril de 2019

Na onda do patinete – mais comentários

"As autoridades foram atropeladas pela novidade" declara Sérgio Ejzenberg para a matéria sobre patinetes elétricos publicada sábado, 20 de Abril de 2019, no Metrópole do O Estado de São Paulo. A frase de uma verdade cruel simplesmente reflete em espelho de cristal lapidado com rara precisão a realidade brasileira. Autoridades deste país sempre estão muito, muito, mas muito mesmo atrás da realidade diária que nós cidadãos temos. Patinetes são mais uma realidade que só recebe atenção das autoridades quando a situação já passou muito de qualquer nível de razoabilidade. Não é por menos que somos um dos países com trânsito mais violento do planeta.

Um pouco de história:
Quando surgiram os primeiros Segway se imaginou que ali se iniciaria uma revolução na mobilidade urbana. De fato, o Segway, quando foi lançado em 2001, foi um marco na mobilidade, mas não vingou porque não existia definição legal sobre o que aquela novidade era e como encaixa-la no trânsito. Resumo da ópera não podia circular nas ruas nem nas calçadas por várias questões segurança. Acabou sendo vendido para serviços internos de empresas, depósitos, para agilizar a segurança, e outras mobilidades ou transportes restritos a áreas internas. Hoje é usada em excursões de turismo e é gozado ver o guia com os patinhos se equilibrando acompanhando atrás em fila. Provavelmente o custo, muito alto, também foi um problema para se popularizar.

Patinete não é novidade em muitas capitais europeias, portanto autoridades tem referência sobre o seu uso e os cuidados que se deve ter com segurança no trânsito. Estou falando sobre patinete não motorizado, portanto de baixa velocidade. Mais; usado numa pequena escala, principalmente por público infantil e infanto juvenil, portanto circulando em calçadas normalmente largas com boa qualidade de piso, pouquíssimos buracos ou defeitos perigosos, patinete de propriedade particular, com custo relativamente alto, usado por um público bem educado, em locais com policiamento bem preparado e com capacidade legal de ação, mesmo no caso de uma criança. Não faço ideia de como a lei vê patinetes nestes países, mas com certeza deve haver algo. Na França bicicletas podem circular nas calçadas em velocidade compatível com a segurança do pedestre. Na Florida bicicleta e ciclista que tem menos de 46 polegadas de altura total não pode circular na rua porque fica invisível no meio dos carros (mais baixo que a altura média das capotas) e por isto só na calçada. Lá fora aparece uma novidade as autoridades agem e tomam providências.

O que temos aqui, no Brasil, é um trânsito salve-se quem puder, onde lei cola ou não cola numa população sem noção do que é civilidade, menos ainda sobre o que possa ser CTB, Código de Trânsito Brasileiro, onde o policiamento não tem suporte legal para parar e reprimir comportamentos pouco civilizados, não pode multar ciclistas porque não tem poder legal para tanto...

O que é certo é que os patinetes elétricos estão causando problemas e acidentes em todas as partes. Já autoridades de metrópoles questionando até sua existência nas ruas. Se lá fora, onde ruas e calçadas tem uma qualidade excelente, os patinetes elétricos estão causando problemas, imagina aqui onde as vias mais parecem pista de treino para o Paris-Dakar e Rally dos Sertões.  

Patinetes são pouco ou nada visíveis, principalmente no meio do trânsito. A noite, quando ocorrem a maioria dos acidentes, patinete é mais invisível ainda porque as luz traseira é posicionada próximo do chão, o que torna praticamente invisível no meio do trânsito. Reparem que os carros mais modernos tem as luzes traseiras altas, alguns até com pontos no teto ou sobre o vidro traseiro, e isto é feito para deixar visível não só para o carro que vem atrás, mas principalmente para o que vem atrás deste. Os refletores ou luzes de uma bicicleta estão muito mais altos, e o ciclista ainda conta com o reflexo vindo dos pedais em movimento, mesmo assim o motorista tem dificuldade em ver o ciclista a noite. Ciclistas vistos por trás são mais largos portanto visíveis que um condutor de patinete. 
Um alto percentual de acidentes com bicicleta é por colisão lateral. Bicicleta de lado é muitíssimo maior e mais visível que um patinete. Mais, o ciclista movimenta as pernas o que chama a atenção dos motoristas.
Pelo menos o farol destes patinetes é bom, alguns mais do que deveria, porque de tão fortes atrapalham a visão do ciclista ou motorista que vem em sentido contrário. O ideal seria que fossem direcionados para o chão e que tivessem uma linha de corte de iluminação como a dos carros em um metro de altura máximo. 

Outro ponto é o caster destes patinetes elétricos que temos por aqui. É comum ver o patinete entrando em shimming, efeito dinâmico que coloca a roda dianteira do patinete em vibração, dificultando o seu controle. 
Capacete? Não faço ideia. O que sei é necessário ter dados sobre acidentes para saber a eficiência do capacete. No caso do ciclista urbano, que pedala numa posição mais em pé e em baixa velocidade, o capacete é quase inútil porque quase todas as lesões na cabeça acontecem na face. Não faço ideia de como são as lesões que um condutor de patinete sofre. É certo que o capacete pode ser muito útil se tiver refletores e porque não uma luz vermelha, e abas largas. Capacete é eficiente mesmo para proteger do sol.

A verdade é que necessitamos ter dados abertos sobre segurança no trânsito de todas as mobilidades. 

doações para Notre-Dame X Museu Nacional

Os camisas amarelas que fazem protestos por toda a França reclamaram das doações que vem sendo feitas, já próximas a um bi de Euros, direcionadas para a reconstrução da Notre-Dame. Eles não conseguem entender porque não se fez estas doações para causas sociais defendidas por eles. Burrice completa ou má fé, porque não dá para acreditar em inocência. 
Notre-Dame tem um público anual de 16 milhões de visitantes e é uma das mais importantes e famosas atrações da França e de Paris, um chamariz para o turismo internacional que rende a todos franceses, todos, sem exceção, uma invejável estabilidade econômica e social. Não reconstruir Notre-Dame ou qualquer outro monumento histórico de tal importância é cometer suicídio bem lento e doloroso. Não sei por quanto o setor de turismo responde no PIB Francês, mas sei é uma montanha de dinheiro. Europa depende de turismo para sobreviver, portanto cidadãos europeus também, incluindo aí esta pouco inteligente esquerda francesa. Toda cadeia produtiva da França (e Europa) tem alguma relação e dependência do turismo; do receptivo à produção de alimentos, do serviço à indústria, da telecomunicação à educação, tudo enfim.
E aqui no Brasil se fez a dolorosa comparação das doações para a Notre-Dame com as que foram realizadas até agora para a reconstrução do Museu Nacional, que são pífias. Não dá para comparar. Lá há um sentimento coletivo, nacional, Francês, Europeu, internacional e histórico que fortalece a preservação do patrimônio e da memória. Aqui nem Deus consegue que nossa história seja preservada, todos conspiram contra. Turismo? Não é só uma questão do Brasil ser um destino distante, mas do medo da violência, do atendimento receptivo de baixíssima qualidade, da falta de respeito com nosso patrimônio histórico que está caindo aos pedaços, do lixo na rua, da poluição em nossas praias... 
Museu Nacional faz parte de nossa cultura! Sim, eu sei, mas o brasileiro está cagando e andando para nossa cultura. Funk-se quem puder! Bom mesmo é lá fora; lá é que eles cuidam das coisas! Turismo cultural no Brasil? Como? O que é isso?
Não tenho vontade de doar dinheiro para a reconstrução do Museu Nacional simplesmente porque não confio nem nas pessoas nem no sistema que cuida da cultura no Brasil. Tenho inúmeras razões para tanto. Se eu der dinheiro onde ele irá parar, como será usado? Se não houver desvios, com que inteligência, bom senso e qualidade será aplicado? Que vontade dá de doar dinheiro para o Nacional se outros museus e patrimônios históricos estão largados às traças? Qual é a política de estado para preservação de memória e patrimônio histórico? Qual a pressão ou interesse da sociedade para a real preservação de nossa história? E a Biblioteca Nacional, como está?....
Contribuí com o MUBI durante toda sua existência. Um dia armou-se uma confusão tipicamente brasileira e colocaram Valter Busto e sua coleção para fora, extinguindo o MUBI. Joinville abriu um novo museu de bicicletas no lugar do MUBI pequeno, acanhado, sem curadoria a altura, o museu dos amigos. Valter tem raríssimo conhecimento sobre a história da bicicleta no Brasil, é de fundamental importância para a preservação de nossa história, principalmente a história da população trabalhadora. Felizmente as 43 bicicletas e inúmeras peças e documentos que doei estão com o Valter, e infelizmente estão guardadas num galpão longe do público. História triste que mais uma vez reflete o que pensamos sobre cultura. 

sábado, 20 de abril de 2019

Na onda do patinete (OESP), eu diria: na maré da baderna!

Fórum do Leitor
O Estado de São Paulo

Na onda do patinete - matéria de capa do OESP.
Metrópole - Mobilidade
Patinete elétrico chega a 10 capitais, mas ainda não há regulamentação
sábado, 20 de Abril de 2019 - pg A11

Por razões óbvias e previsíveis encurralamos nossas cidades num trânsito caótico. Para problemas complexos multi setoriais foram apresentadas, aceitas e realizadas soluções mágicas e imediatistas centradas neste ou naquele modo de transporte o que com o tempo só foi piorando o caos. O automóvel individual foi a solução e se construíram vias para eles, esquecendo o transporte coletivo. O transporte coletivo passou a ser a prioridade sem saber o que fazer com os automóveis particulares. Não faz muito tempo a solução mágica para todos os problemas tinha por nome bicicleta, logo em seguida os táxis por aplicativos. Agora são os patinetes elétricos. Em todos os casos o discurso sempre foi o bem da população e em todos os casos os ditos benefícios acabaram localizados em um setor restrito da população ou com um grupo restrito de empresários. O sonho de todo paulistano, e porque não dizer brasileiro, é ter mobilidade eficiente. Isto não quer dizer que qualquer novidade deve ser simplesmente aceita sem um mínimo questionamento ou ordenamento. Patinetes elétricos poderiam ajudar como mais uma possível solução de transporte não fosse tratado e usado com tanta displicência não só pelas autoridades, mas principalmente pela própria população. A nova e sonhada mobilidade só acontecerá quando todo foco deixar de ser na mobilidade e se pensar a cidade como um todo, com todos seus cidadãos, no uso inteligente de espaços públicos, incluindo vias públicas, e dos espaços privados de uso público. Estamos a um ano luz desta realidade. Enquanto buscamos soluções fáceis e mágicas, e caímos em diversões perigosas como os patinetes, na Europa várias cidades estão fazendo uma revolução extinguindo o que conhecemos como rua. Pode parecer loucura, mas as "naked streets", ruas sem calçada ou asfalto, sem nenhuma sinalização vertical, horizontal ou mesmo semáforos, nem postes, aumenta a segurança de todos, principalmente pedestres, melhorando e muito a qualidade de toda a população. Aqui a mágica de mobilidade do patinete tem acabado para muitos no hospital.

sexta-feira, 19 de abril de 2019

Uma bicicleta entre nós

Não nos desligamos de um amor assim com tanta facilidade. Ou de amores. Não vou ser processado por amar várias bicicletas. Separar me de uma bicicleta não tem nenhuma das implicações de largar a bruxa com quem a gente se casa - ela me mata pela sutileza do comentário! É fato que quis lhe comprar uma vassoura, ela ficou ofendida, mesmo que isto lhe desse a garantia de sair voando por aí.  Até abri a janela para ela sentir o frescor da noite de lua cheia, mas só para contrariar ela queria pedalar. E ela tanto fez, deve saber que mulher quando insiste até o diabo desiste, que acabou sendo mais uma destas ciclistas fanáticas com o apartamento cheio das malditas bicicletas. 
Valter Busto um dia encontrou uma piaçava perfeita, madeira torta tirada de um galho de árvore de madeira amarga, das que não dá cupim, escova de palha dura amarrada com cordinha, péssima para varrer, maravilhosa como voa quando os gatos brigam no meio da noite, bruxaria de Santa Catarina. Pronta para sair voando, mas acabei eu ficando com a dita vassoura. E daqui de casa não sai. Nunca tentei voa-la porque não sou muito chegado a pau no meio do rabo. Basta o que ele sofre quando eu, velho idiota, saio para dar uma voltinha fora da cidade sentado no selim da bicicleta de estrada. Torce o rabo para um lado, torce para o outro, para frente, para trás, e não tem jeito, é incomodo sem fim. Ciclista que é ciclista sabe que é no selim que treinamos o que depois fazemos com elas trancados no quarto. Imagine o que deve ser voar sentado no pau da piaçava? Já perguntei para a mulher: meu pau tem ficar em cima do pau da piaçava, para a direita ou para esquerda? mas o feminismo desenfreado dela se enfureceu. 
Já que nesta sociedade maluca quem sai dando vassouradas são elas em nós, não importa que você jure de pés juntos que foi para estrada (Fazer o que? Com quem?) pedalar (ela está surda e entende pelada - Quem estava pelada?) e toca vassourada, e você com cara de coitado ainda é estúpido suficiente para virar as costas e dizer resmungando que vai tomar uma banho porque depois de horas pedalando está com o saco completamente adormecido. Toma vassourada, mas de vassoura comprada no mercadinho da esquina. Na minha piaçava ninguém toda. Nem que ela queira sair voando pela janela do 15º andar. Aí disse que emprestava minha piaçava amada. E não saiu, nem foi até a janela dar uma olhadinha como estava o tempo. Pior! Pegou a bicicleta e foi pedalar para aliviar. Diz que esta com tesão pela bicicleta - ou pelo selim da bicicleta. Foda-se! se ela quiser ficar com a periquita adormecida problema dela. Ela ouviu o comentário. Pura bruxaria, o gato passou voando perto de minha orelha. Gatos voam?
Aliás, bicicleta estaciono na porta da igreja? Duvido que o padre permita que eu me ajoelhe no altar agarrado na bicicleta. 
Na minha relação com a bicicleta a única que tenho que fazer é de vez em quando colocar umas gotas de óleo SAE 40. Muito mais barato que KY! Depois de umas gotas de óleo a bicicleta roda quietinha, macia, deliciosa. Já a mulher começa perguntando se a data de validade está legal, cuidado para não derrubar no lençol, vai, vai, vai, vai, vai... quando você foi ela reclama - já foi? e quando você sai de cima ai é que ela não para de falar. - Ok! eu te dou uma bicicleta melhor!

quarta-feira, 17 de abril de 2019

O supremo pirão pirado

Brasil não é nem nunca foi "nós e eles" ou "eles e nós", como queiram, mas nós, vós, eles, sendo vós, vossas excelências, o que está entre, no meio de nós e eles, vós os reais donos deste país. Brasil que pode pender para nós ou para vós, independente do lado sempre representado por vós. Não importa a matemática, quando se subtrai nós ou eles sempre restará e preponderá vós. Eu, tu, ele somos brasileiros exaustos desta falsa bipolaridade, nós ou eles, esquerda ou direita, frutos do mesmo verbo, qualquer que seja, que de inocente é útil e bem serve a vós, vossas senhorias os mandatários. Eu, tu, ele, brasileiros, queremos nosso país em todas suas conjugações. A ideia do nós e eles, país dividido, por este ou por aquele, é muito pobre, medíocre. Basta! Não aguento mais gente burra e incompetente. Quero a receita de pirão do Crusoé. 

terça-feira, 16 de abril de 2019

Notre-Dame. Museu Nacional, Museu de Bicicleta de Joinville, Outro Preto...

Fórum do Leitor 
O Estado de São Paulo

Espero que não se faça qualquer comparação do incêndio na Notre-Dame com o crime anunciado do Museu Nacional. Assim como espero também que não tenha sido ato terrorista, o que infelizmente é uma possibilidade em se tratando de Europa, França e principalmente Paris. Pelo menos aqui no Brasil terrorista não tem vez; basta a falta de civilidade geral para destruir tudo que temos: museus queimados por puro desleixo, patrimônio histórico ruindo ou sendo jogado ao chão sob aplausos de todos, enchentes provocadas por lixo e entulho jogado nas ruas, edifícios desmoronando, poder público dando garantias que as represas estão seguras...

----------------------------------------------------------------------------
Ainda estou completamente passado com o incêndio na Notre-Dame. Notável e triste é que não chorei, não consegui. Talvez esteja me acostumando. Procurando informações sobre a Notre-Dame fiquei imaginando o que sentia a população européia pouco antes da chegada dos exércitos na Segunda Guerra Mundial que dizimariam boa parte do patrimônio histórico da Europa. Uma espécie de aceitação profundamente dolorida.

Em 2007 estava vendo TV quando deram a notícia do incêndio no clipper Cutty Sark, um dos mais importantes barcos a vela da história que estava sendo restaurado em Greenwich, vizinho a Londres. A imagem a distância da fumaça doeu em mim até os ossos. Felizmente o incêndio foi controlado, não pegou o casco e outras partes importantes, o Cutty Sark foi restaurado e está lá para visitação num pequeno e mágico museu de vidro que imita uma grande onda. 

Acho inacreditável que restaurações realizadas em qualquer patrimônio histórico não siga rigorosamente as mesmas normas de segurança da aviação, que é o padrão mais alto de controle de procedimentos que temos.

Acabei de me lembrar do Buda bombardeado e de outros patrimônios da humanidade destruídos pelo Estado Islâmico. Infelizmente é muito difícil controlar atentados terroristas e os imbecis já fizeram estragos inacreditáveis. É muito difícil, chocante até, ver uma única escultura pixada de vermelho em Paris. Como disse antes aqui no Brasil não precisamos de terrorismo para destruir nosso patrimônio. Vide a escultura em bronze em homenagem ao Pixinguinha que está sendo arrancada aos pedaços e nada acontece, ninguém sabe, ninguém viu.

Nunca chorei tanto quanto durante o incêndio do Museu Nacional. Provavelmente por conta de tudo que vi sendo destruído aqui em São Paulo. Apagamos sem piedade nossa história em nome de uma modernidade irresponsável e de uma boçalidade sem precedentes. Meu irmão Murillo Marx trabalhou toda sua vida com patrimônio histórico, sei do que falo. Brasileiro faz e anda para sua história. Mesmo obras declaradas Patrimônios da Humanidade pela UNESCO estão abandonadas, se não depredadas. O MASP quase foi para saco. Ninguém se importa. Nossa elite, cultural e econômica, é muito pobre, de um complexo de inferioridade ruim, doentio. Museu Nacional pegou fogo? A notícia triste se encerrou ali, do contrário a sociedade teria pelo menos perguntado ao poder público "como estão os outros museus?". Nem pensar. Se algo sobrevive é por conta de um abnegado aqui outro ali; é o que nos resta; e muitos destes heróis são tidos como idiotas.

Fecharam o MUBI, Museu de Bicicleta de Joinville, já faz um bom tempo. Valter Busto é um destes abnegados, para mim um herói. O Perassolo é outro. Harold Capelina. Carlãozinho Coachman... Parece que agora os responsáveis se deram conta que fizeram uma caca sem tamanho. A coleção 

O Museu da Língua Portuguesas torrou porque um débil mental colocou um pano de cenário quase colado a uma lampada incandescente. O incêndio do Museu Nacional começou no ar condicionado, coisa comum por estas paragens que matam famílias e meninos de futuro, mas que ninguém faz nada. 

O Museu do Mar em São Francisco do Sul, Santa Catarina, era uma gracinha, pequeno, mas muito consistente. Depois de uma briga estúpida sobre quem manda no pedaço já não sei como está. A história mais importante do Brasil vem do mar.

Lembrando: o governo do Egito mandou uma pesada nota de protesto pelo descuido com a segurança e manutenção do Museu Nacional. Lá estavam quase 10 vezes mais múmias que as que o Estados Unidos tem. Nada mais.

No final da noite trágica de ontem, com o incêndio na Notre-Dame ainda sendo combatido, a população cantou em coro o seu amor aquela construção medieval que é um dos símbolos de Paris e da França.
O que acontece aqui no Brasil é crime contra a humanidade.

Patrimônio histórico? Aqui no Brasil? Temos profunda vergonha do que fomos e do que somos. 

domingo, 14 de abril de 2019

Evento descendo a ladeira

Fórum do Leitor 
O Estado de São Paulo

Red Bull Brasil

Fui pedalando para o Red Bull Ladeira Abaixo, uma divertida corrida que mistura de carrinhos de rolimã com carro alegórico de carnaval. A primeira surpresa foi saber que num evento da Red Bull, patrocinadora de alguns dos melhores ciclistas do planeta, não havia local para estacionar as bicicletas. Os ciclistas que não desistiram e foram embora travaram suas bicicletas em qualquer lugar, algumas atrapalhando a passagem do público. Travei minha bicicleta próximo à estação do Metro Mackenzie, onde vi o público saindo da estação e sendo informadas que o acesso para o evento se dava só na saída do outro lado da avenida Consolação, contornando o Mackenzie pela rua Maria Antônia ou subindo até rua Dona Antônia de Queirós. Nenhuma sinalização indicativa na estação ou no Metro. Talvez pelo celular, mas e se não tiver sinal ali? Um funcionário do evento sugeriu que a responsabilidade pela confusão foi da Secretária de Segurança Pública, o que duvido porque ela não é e nunca foi responsável pela sinalização para o público. Já dentro do evento descobri que se estivesse com meus netos eles simplesmente não conseguiriam ver nada. Quem viu alguma coisa estava encostado à grade pisoteando as plantas do canteiro central da avenida, um pouco mais alto que o asfalto. Quem colocou o filho sobre os ombros teve a camisa imunda de barro. O evento tem um forte tom de brincadeira infantil e a maioria das crianças e adultos baixinhos simplesmente não viram nada. A maioria do público, bom para dia chuvoso, ficou no asfalto da avenida sem ver nada. Eu, com meus 1,85 m de altura pouco vi, me irritei logo e fui embora. Red Bull é promotora de grandes e importantes eventos mundo afora, incluindo em cidades onde os cuidados com receptivo de turismo é prioridade. Quem permitiu tantos erros primários neste que deveria ser um divertido Red Bull Ladeira Abaixo? Alguns são obviamente responsabilidade do Governo do Estado, responsável pelo Metro e pela Segurança Pública, e outros da Prefeitura, a destruição das plantas do canteiro central, a falta de sinalização nas ruas, não pensar no público infantil. Não sei quem fez as reuniões pela Red Bull, mas ou desconhece a qualidade da organização de seus eventos lá fora ou não entrou na onda do faz de qualquer jeito. Ou então a Red Bull só está preocupada com a gravação de imagens para mídias sociais. Que se dane a cidade, que se dane o público, viva os milhões de like! Ao Governador Dória, que vem de uma das respeitadas empresas de eventos do Brasil, seria conveniente zelar melhor pela coisa pública. Ou também aí o que vale é só a propaganda? Como educador lembro a ele e por que não ao Prefeito de São Paulo que só se vai construir um futuro melhor para São Paulo e para o Brasil quando se começar a educar o povo com pequenos exemplos de boa qualidade. Sinalizar correto pode ser um bom primeiro passo. E um evento destes é uma excelente oportunidade. 

quinta-feira, 11 de abril de 2019

Conseguiram a foto do buraco negro. Será o Brasil?

Em uma ação conjunta astrônomos conseguiram uma imagem do buraco negro. A Rádio Eldorado entrevistou em professor de astronomia da USP e a última pergunta do entrevistador, em tom de piada, foi se poderia dormir em paz ou vinha aí um apocalipse? Vivendo no Brasil isto não é pergunta que se faça.

Verbo buraco negro - presente!
eu buraco negro
tu buraco negro
ele buraco negro 
nós buraco negro
vós buraco negro
É nóis, buraco negro
Pátria Amada, Brasil! País de todos, tamo junto.

Zózimo outro dia soltou uma nota: "E essa praga dos patinetes eletrônicos, hein?! Dia desses, uma parceira da coluna caiu feio na orla da Praia de Copacabana. Foi levada para o Copa D’Or umas 18h30m e descobriu na sala de espera umas oito pessoas que... também tinham caído de patinete. 
Zózimo não sabe de nada! Foi buraco negro! Brasileiros descobriram e fotografaram buracos negros muito antes. Ruas, calçadas, vielas, escadarias, Constituição, Supremo, Congresso, Senado, partidos, inteiros, em caixinhas... Patinete é um perigo, sem dúvida.
Zózimo não sabe de nada! Só oito? Que pobreza!

Numa reunião na Casa da Cidade sobre segurança no trânsito usei a expressão "pontos negros" termo técnico que se refere aos locais de maior índice de acidentalidade e fui repreendido. Acabei fazendo uma piada com a idiotice o que resultou numa gargalhada geral e na profunda inimizade por parte da filha de um amigo, menina de esquerda mais radical, seja lá o que quer que seja isto. Já que não vou contornar a situação, não porque não queira, mas porque ela não vai aceitar, prefiro referir me a esta sei lá o que esquerda radical como religiosos fanáticos. Teve existir buraco negro de esquerda e de direita. O de direita deve ser interessante porque ainda tem gente que acredita que a Terra é plana. Desenho animado total. Tamo nessa!

Como para eles (ou serão o 'nós' da história?) Karl Marx deve estar sentado ao lado de Deus no juízo final (devo escrever com letra maiúscula ou minúscula?) é melhor ficar quieto.

Do fundo do coração acredito que se houver dia do Juízo Final, Deus vai colocar todos os fanáticos religiosos nas primeiras filas, no famoso "cheira saco", e dar um tremendo esporro neles. "Vocês não entenderam nada!, Vão todos para o inferno!".
Como Karl Marx vai estar sentado ao lado, vai pegar todos estes radicais de esquerda sentados nas filas cheira saco, a famosa esquerda dura, e vai repetir "Vocês não entenderam nada!, Vão todos para o inferno capitalista!"

E atrás dos dois estará o Diabo (se escreve com letra maiúscula ou minúscula? Para não me comprometer com ele (minúscula, ele não se importa) deixo com maiúscula) que vai pedir pelo amor de Deus (e de Karl Marx) "Não, não me manda estes chatos! manda o que quiser, mas este pessoal não! Nem o inferno merece!".

------------------------------------------------------
Falando em buraco negro... Reforma da Previdência.... Imposto de Renda.... IPTU.... IPVA.... (tio Karl dá pulos de alegria...)

Uma das formas de se regular a sociedade é via impostos. Se os impostos forem racionais e inteligentes a sociedade provavelmente também será. Não sou nem quero ser especialista em impostos, mas não precisa muito para constatar esta realidade. É possível regular e racionalizar o uso de veículos numa cidade taxando a circulação. Ou deixando que desapareçam nos intermináveis buracos negros. É possível reduzir diferenças sociais através de impostos sobre propriedade ou uso de solo. Ou desaparecendo os indesejáveis nos buracos negros. Também é possível transformar um país de futuro num caos completo através de um sistema tributário confuso, burocrático e burro como o que temos no Brasil. Não há buraco negro que resista.

Falar sobre impostos me veio a cabeça por causa dos edifícios de altíssimo padrão que vão subir no meio do Itaim Bibi, um deles muito alto para o local. A questão para mim é o que se define como riqueza, fortuna, bem estar. É fácil encontrar pequenas cidades brasileiras com um ou dois edifícios altos erguidos no meio dos seus tradicionais sobrados. Pura demonstração de poder financeiro, de status social, e usando um mínimo de bom senso não há nada mais pobre. Impensável em qualquer país civilizado, com equilíbrio social e econômico. Vale para condomínios fechados. As crianças que ali crescem aprenderão valores murados, medievais. Uma criança medieval é anacrônica, desassociada do resto da cidade e sua sociedade. Combater segregação, qualquer que seja ela, é crucial e imposto pode ajudar.

Imposto é para combater desigualdade? 

Existe aquela velha máxima sobre como se deve aplicar os impostos onde a esquerda diz que quanto mais rico mais deve pagar, o que a princípio está correto e é aceito mesmo por capitalistas civilizados. A questão é quanto a mais devem pagar? Incluir outras perguntas: que tipo de fortuna? quanto a fortuna gera de riquezas? quanto ajuda a diminuir diferenças sociais?... 

Em vários países onde a taxação sobre grandes fortunas é muito pesada houve um êxodo de fortunas para países onde os impostos são menores. Quem sai ganhando? Os países que receberam as fortunas. Os que perderam? A população mais necessitada do país que perdeu a fortuna. 

Todo mundo concorda com impostos, mesmo que ninguém goste deles. Ruim com imposto, muitíssimo pior sem ele. Agora, ninguém engole imposto burro. Nem país buraco negro, aquele que suga todas forças da sociedade para manter-se em pé e bem pago.

A história mostra que distribuir riqueza sem um preparo prévio é tiro no pé. Espero que tenhamos aprendido esta parte da lição. Tem que fazer, mas com inteligência e honestidade. 

Impostos incidentes sobre o setor da bicicleta:
Aumenta imposto de quem produz com baixa qualidade, portanto gera lixo, mesmo que reciclável. Se os impostos funcionassem assim provavelmente as bicicletas baratinhas nacionais custariam bem mais, a população mais pobre pensaria duas vezes antes de comprá-las, os fabricantes teriam que mexer suas bundas para melhorar o produto deixando de enganar muita gente, muita bicicletaria picareta iria falir, o entendimento do que é uma bicicleta iria mudar, seria gerado muito menos lixo reciclável (que no Brasil praticamente não se recicla), as bicicletas ficariam muito mais seguras, a população teria mais confiança para usar bicicletas... 

Enfim, dentre tantos buracos negros que temos neste Brasil, Pátria Amada de todos, tamo junto! estamos descobrindo que o buraco negro fica mais embaixo. Isto os cientistas astrônomos ainda não descobriram. Nem podem, não faz nenhum sentido.

segunda-feira, 8 de abril de 2019

Zona, zoneamento, IPTU, mobilidade

Zoneamento; se me falassem esta palavra quando era um pré-adolescente provavelmente acharia que era alguma sacanagem ligado a zona, também conhecido entre os puritanos como o bairro das mulheres de vida fácil, seja o que for o que eles consideram vida fácil. Em outras palavras, zona, bordel das putas.
Zoneamento; se me dizem esta palavra hoje vou ligar a zona, bagunça, sacanagem, e creio que não estarei completamente errado. O zoneamento de São Paulo, que deveria ser coisa para lá de séria, é uma zona, todo mundo faz o que quer, e quem discorda recomendo que vá andar um pouco por aí com a lei na mão.

Desde que me conheço por gente sei que os Jardins estão tombados como uso restrito residencial. É mesmo? A av. Europa de fato é residência de carros. Tem um monte de carrão lindo residindo nas lojas. Estranho, mas parecem que estão naquele bairro das putas de Amsterdam; todos dormem sem fechar as cortinas. Não é uma zona? Ou vai ver que mudaram a lei e nem sei. Muda segundo as conveniências ou para acomodar o que não está de acordo. Muda na cidade toda. Foi assim e tristemente assim será.

E aí entra o IPTU, intimamente ligado ao zoneamento, não a realidade da cidade, a sua vida e de seus cidadãos. Zona total.

Outro dia estou subindo a Pedroso Alvarenga e dou com uma nova praça. Não está lá para ficar, é só uma rapidinha, daquelas que você se mete nela, ganha aguinha, sorvete, senta-se nas grandes e confortáveis poltronas, algumas debaixo de guarda-sol, e é convidado por uma das lindas meninas a conhecer o projeto do grandioso Edifício Fasano. Resultado da mudança de Zoneamento, vai subir 40 andares e os privilegiados que pagarem uns tantos milhões, cinco pelo que ouvi, vão ganhar o direito olhar os outros por cima, bem por cima, fazendo sombra a insignificância aos antigos prédios em volta. Também pelo que entendi, a luxúria dos carros como os da av. Europa terá muitas garagens, algumas nos primeiros andares acima do térreo, estacionados atrás de altas e seguras paredes. Paredes na cara vizinhos e passantes. Maravilha da arquitetura moderna. O projeto é fruto do novo zoneamento de São Paulo que permite edifícios deste porte em nome do adensamento populacional e da mobilidade. O corredor de ônibus fica logo ali, a menos de 150 metros, na av. Nove de Julho, passando para servir dignamente moradores dos apartamentos de luxo. Bom, pelo menos o projeto da garagem, cercado de paredes, vai evitar que os carros fiquem empoeirados. Muito inteligente!

Ao lado do edifício Fasano será construído um hotel, provavelmente também Fasano, mais baixo, mas combinando as arquiteturas das garagens. Não sei porque me lembra as construções fortificadas medievais, mas isto não importa. De qualquer forma quem está dentro, está dentro, num luxuoso mundo, quem está fora classe média é, se é que é, este é o sinal que se dá.

Óbvio que a simpática praça e espaço livre para convivência desaparecerão. Mas não se preocupem, o Itaim Bibi vai virar uma zona chique. A Pedroso Alvarenga e a João Cachoeira, hoje já completamente abarrotadas de carros de classe média ficarão mais bonitas cheias de lindos carrões. Isto para chegar até o edifício ou hotel. É óbvio que, pensando no novo zoneamento, seja lá o que isto signifique, os carros ficarão estacionados e moradores e hóspedes do hotel usarão as linhas de ônibus da Nove de Julho, portanto a Bandeira Paulista continuará tão congestionada como está hoje, nem mais, nem menos.

Como ficará o IPTU com a mudança de status do Itaim Bibi? É óbvio que o valor dos imóveis vizinhos do Fasano vai ter uma variação de valor, e então, como fica?

Sentados na agradabilíssima praça provisória um casal falou sobre mobilidade, criar ciclovias em todos cantos... Ciclovias no Itaim Bibi? Hummmm.... Com ou sem patinetes elétricos? Tem hospital nas proximidades?

Não é corredor de ônibus, não é ciclovia, não é metro, é a cidade, é um ser vivo com suas peculiaridades e particularidades. Cidade! Cidadãos! Adensa o que já está entupido; genial!

Jaime Lerner acabou virando umas das referências internacionais sobre organização de cidade pelas diretrizes que deu para Curitiba, uma delas adensar a população nas margens dos corredores de transporte de massa. Deu certo, mas em outra época, nos idos do telefone de baquelite. Em 1983 o então Prefeito Mario Covas começou a implantar os corredores de ônibus seguindo o padrão de Curitiba, mas com a eleição de Jânio Quadros, a partir de 1987 o projeto original foi deixado de lado e os corredores de ônibus viraram uma zona, junto com eles foi-se a reorganização dos bairros em volta. Com a esculhambação importantes avenidas como a Santo Amaro e a Celso Garcia tiveram sua morte decretada, o que aconteceu lenta e dolorosamente.

Zoneamento? Tivemos vários aqui em São Paulo, lindos no papel, só não se pode dizer que não serviram a interesses bem particulares. Jorge Wilheim, um dos que tentou colocar ordem na putaria, disse algo como "quem constrói nossa cidade são as construtoras", e estava absolutamente correto.

Mobilidade e transporte estão intimamente ligados ao zoneamento. Tem que tratar tudo junto porque são indissociáveis. Fez zona num, vira zona noutro; exatamente como acontece hoje. O problema tem sido que a dinâmica da vida na cidade tem engolido os lindos zoneamentos que foram colocados no papel. Como toda zona tem um preço, dá-lhe IPTU. Pau neles! Zona total!

https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2019/02/08/iptu-sao-paulo-aumento-como-reclamar.htm 

quarta-feira, 3 de abril de 2019

Diferentes e diferenças

Aconteceu domingo 31 de Março no Parque Villa Lobos a 5° CaminhaDown. Para início de conversa, segundo dados oficiais o Brasil tem... Bom, aí tem uma confusão de dados fácil de entender. Sempre ouvi que 17% da população era de pessoas com necessidades especiais. Na última contagem do IBGE, 2010, aparece 23.9%. E agora temos um número mais preciso que aponta 6.7% de deficientes, mas só se contam os deficientes graves, o que segue padrões do Grupo de Washington e da ONU. Antes contava-se todos que tivessem alguma dificuldade de domínios funcionais. Explicação mais detalhada no link acima. 
Não sei, mas creio que a inclusão de todos num único dado talvez tenha sido uma forma de ampliar a abrangência dos programas inclusivos, o que a meu ver neste país que tem exclusão como prática comum e trivial não seria uma erro.
Só se vai ter uma vida urbana mais agradável no momento que todo este pessoal estiver pelo menos incluído. A frase deveria ser "quando este pessoal estiver plenamente incluído e aceito pela sociedade", mas plenamente é mais que uma utopia. Sequer nos esforçamos para parar o genocídio diário, o que dirá se preocupar com incluir pessoas com deficiência. Aliás, não temos sequer esgoto, precisa falar mais?

A direção do parque Villa Lobos não permitiu que o 5° CaminhaDown a apresentação de um grupo de  vinte meninos percursionistas que se apresentaram no ano passado. A alegação foi que fazem muito barulho e que houve reclamação dos frequentadores do parque e dos vizinhos. Estava no evento passado, não gosto de som muito alto, me faz mal, e afirmo que não foi um volume excepcional, muito pelo contrário. A Prefeitura e o Governo do Estado tem tomado medidas que dizem ser para organizar o funcionamento da coisa pública, que de fato precisa ser reorganizada, ninguém nega, mas que tem exalado um cheiro cada vez mais a revanche contra o que foi feito no passado pelo PT. Se for é uma burrice sem tamanho. Quer fazer boa zeladoria, como diz Dória, use a inteligência para melhorar o que está funcionando, sem destruir porque foi feito pelo outro. Sei que algumas vezes tem que se dar um passo atrás para caminhar com firmeza para frente, mas são tantas as notícias estranhas... Muitas reclamações, muita bagunça, muita pouca demonstração de boa e inteligente zeladoria. Onde há fumaça há fogo.  


Não tenho a mais remota sombra de dúvida que só teremos uma cidade melhor o dia que pessoas com necessidades especiais estiverem incluídas. Imagina só um deficiente físico ou paraplégico no meio da ciclovia Faria Lima em horário de pico. 

Em Paris presenciei uma senhora muito velhinha cruzando uma esquina da Praça Vitor Hugo. O ônibus ficou parado bem uns 5 minutos até ela conseguir chegar a outra calçada.
Eu não preciso imaginar como seria aqui porque ano passado vivenciei a reação das pessoas com o Passeio Inclusivo na av. Paulista. Aliás..., aliás, vejo o comportamento dos usuários de ciclovias com pedestres ou com idosos. Não resta dúvida, como dizem os ciclistas "motoristas são mal educados e não respeitam ninguém". De fato. Vai falar o que? (não é meu ponto de vista)