terça-feira, 10 de julho de 2018

Bossa Nova, 60 anos

"Bossa Nova, 60 anos" com a foto de João Gilberto jovem e seu violão estampado na primeira página do Caderno 2 deste O Estado de São Paulo de 10 de Julho de 2018 remete a anos dourados não só de minha infância. 
No pé desta página uma caixa traz a analise de Luiz Zanin Oricchio com o título "Bossa Nova foi a trilha sonora de um país otimista e seguro de si". Li e não parei de chorar. Onde foram parar os nossos sonhos. Só pode entender que viveu aqueles tempos. 
Para quem não sabe o que esta data significa para este país, faz uns anos, talvez década, fizeram um levantamento para saber quais as 10 músicas mais tocadas em todo mundo e Tom Jobim, portanto muito da Bossa Nova, tem aí 4 músicas: Garota de Ipanema, Wave, Águas de Março, Samba do Avião. A verdade é que Bossa Nova vendeu e continua vendendo ao mundo um Brasil mágico, leve, amigável, numa imagem positiva incomparável. Nada, nem futebol, gravou de forma tão agradável na memória de boa parte da população mundial.

Eu vivi na minha infância e juventude um Brasil que estava sendo empurrado para frente por gente de bem que trabalhava para construir um futuro orgulhoso para todos. Tentava-se também descobrir o Brasil real e tirar o melhor dele. É óbvio que alguns erraram, uns poucos foram ruins, mas no geral era gente do bem, trabalhadora, lutadora, séria, que entendia o que era fazer parte de um país, mesmo quando as diferenças eram grandes. A qualidade de nossa música nos ajudou muito neste espírito nacional, começando com o estouro da Bossa Nova e seguindo em frente com seus frutos, incluindo a Tropicália e seguindo até bons anos depois. Nossa música!

Primeiro lançado em single de 78 rotações com Chega de Saudade em um lado e no outro Bim Bom, também genial. 
Vale a pena ouvir o LP Chega de Saudade lançado em 1959, ainda hoje atual.




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