terça-feira, 31 de julho de 2018

a sensatez de uma punição merecida

Lá pela década de 70 uma das cidades mais sujas da França era a que ficava do outro lado do lago e mais próxima de Lausanne, Suíça. Quem contou isto foi Bernard Zen Ruffinen, um suíço. A razão era simples: os suíços cruzavam o lago e iam se divertir com a liberdade que tinham na França. Na Suíça jogar qualquer coisa no chão é ter problema certo, tanto com a polícia como com os locais sempre atentos à boa ordem das coisas e sem o menor constrangimento em apontar o dedo para quem faz coisa errada. Outra história veio do Dani, outro suíço, que vivia no Brasil e já tinha se acostumado à falta de regra do trânsito brasileiro. Numa cidade suíça pequena, praticamente sem trânsito, ele cruzou a rua fora da faixa de pedestre. Um motorista viu, parou o carro e foi dar uma tremenda bronca. Chatice? Desnecessário? Por isto eles são a Suíça e nós somos...
NY não foi a primeira cidade a ter a política de tolerância zero, mas é a mais conhecida. Demorou, mas deu certo; hoje NY é uma cidade segura, cheia de turistas, que continua se recuperando de um tempo onde tudo foi permitido. A mudança ocorreu porque ficou provado que ilegalidade, irresponsabilidade, inconsequência tem um custo alto e empobrece todos, independente do nível social, e inviabiliza o futuro. 

Proposta de lei descartada 
Quando mandei as propostas projetos de lei do que viria a ser este Código de Trânsito Brasileiro promulgado em 1997 estavam algumas que não foram aprovadas e uma em particular que foi descartada de cara por considerada absurda. Pois bem, a descartada propunha que acidentes provocados por infrações gravíssimas tirasse o direito do responsável de ter atendimento gratuito no sistema de saúde. Provocou o acidente, não só paga pelos danos à terceiros, à coisa pública, custos para a sociedade (congestionamento) e próprio tratamento. Malvado? São Paulo chegou a ter mais de 30% dos leitos hospitalares ocupados por motoboys que se orgulhavam em ser chamados de "cachorros locos". Até pouco eram 70 atendimentos \ dia de SAMU e ou Corpo de Bombeiros, com seus respectivos congestionamentos monstros e custos imensuráveis. Mossoró chegou a ter 78% dos leitos ocupados por motociclistas. Estes números se repetem neste Brasil afora sem lei. Acidentes absurdos, idiotas, injustificáveis, com um custo altíssimo, direto e indireto, imediato, de médio e longo prazo. E que se danem os outros que necessitam de tratamento médico.
Bumbum lindo? No bumbum de quem?
Lembrei da história deste projeto de lei considerado absurdo e imediatamente descartado por causa da confusão que está dando a mulherada querer ficar com bumbum lindo a qualquer custo; o maior gerador de notícias do momento. Fora a questão da pobreza de espírito como as mulheres brasileiras veem e entendem o que é beleza, que por si só é deprimente, existe a questão de quem é a responsabilidade legal sobre os erros que estão acontecendo. É do Estado que não fiscaliza? Dos órgãos responsáveis pela medicina? Das pseudo médicas e charlatonas? E de mais ninguém???? As irresponsáveis que foram atrás da beleza a qualquer custo são vítimas? As pseudo médicas e charlatonas sem dúvida são claramente culpadas. E sem dúvida as que aceitaram correr risco na busca da beleza a qualquer custo, seja pela lei quanto pela burrice sem tamanho, o pior de tudo. Hora, quem não cumpre a lei, mesmo que seja por desconhecimento, não incorre em crime? Sim, incorre em crime. Ponto final. As vítimas não são só vítimas, neste caso são responsáveis pelos próprios atos. De novo, quem paga os custos da palhaçada somos todos nós. 

Temos que parar de passar a mão na cabeça dos que fazem coisas erradas, conscientes ou não de seus atos ilegais. Porque toda a população tem que pagar um dizimo para cobrir a imbecilidade do próximo? Mesmo em situações menos polêmicas como o simples entortar um poste, derrubar uma árvore, quebrar um muro numa colisão você alguma vez em sua vida ouviu que o estado veio cobrar pelos danos ao patrimônio público? 

Que Brasil você quer? Eu quero um Brasil com direitos e deveres, um Brasil sem coitadinhos, onde se cumpra a lei e a maioria não pague pelos erros e inconsequências de uma minoria irresponsável. 

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