domingo, 24 de janeiro de 2016

Diário de um velhote banana

Fui até a padaria pedalando pegar uns pães e voltei com eles quentinhos, saídos do forno. Achei que iria fazer sucesso. Entrei na sala, dei bom dia e nem bom dia recebi de volta. Eu existo?
Os monstrinhos estão assistindo Diário de um Banana. Um deles acordou, ligou a TV, zapeou e o Diário de um Banana, o filme, estava lá. ‘Perder o Diário de um Banana para tomar o café da manha? Nunca!’ É um pouco sacanagem tirar eles do filme por que estão lendo o livro original. Mas café da manha não dá para ir para a praia. Ó Deus, ó vida, o que fazer?
Fico imaginando como ficaria ‘O diário de velhote bananão’. Não ouso perguntar a eles. Ser chamado de velhote por um pirralho de 7 anos achei até divertido, mas minha vingança será maligna: ‘Moleque, continua assistindo TV e jogando vídeo game e quando você tiver 20 anos vamos correr 10 KM’. Esta será minha vingança? Estarei mais velho ainda, provavelmente capengando. Para eles é agora, o resto não interessa nem faz sentido. Agora eles querem é ver o Diário de um Banana, o filme. Não ter qualquer controle sobre esta máfia de pentelhos dói. Pensando bem, não se pode ter controle sobre tudo. Pensando melhor ainda, neste Brasil do nunca antes é melhor desencanar. Que se dane! Mas dói.
São 9:40 h e o filme está longe do fim. Não sei que horas vai terminar, mas mais um pouco o velhote (bananão) aqui não vai aguentar ir para a praia com ou sem eles ou minha pele frita ou derrete, ou os dois juntos.

A TV continua ligada. Chega! “Eu vou para a praia. Tchau. Fui”, aviso aos pentelhos navegantes. Os três deram um pulo da TV e rapidinho estavam prontos. Dois haviam tomado café da manha durante o filme e um se fez de esperto e não comeu nada. “Não tomou o café da manha não vai para a praia”. Não teve sequer coragem para soltar o “...mas...” Quando voltei estava quieto e havia se comportado feito um anjinho. Criança gosta de ordem e disciplina. O resto do dia foi uma beleza. ‘Que lindas crianças, que anjinhos’! Tudo passou a funcionar bem, para mim e para eles, enfim, para todos. Que diferença para ontem! Bagunça gera bagunça. A verdade é a seguinte: Não há liberdade sem disciplina. Até uma criança sabe disto.

Acabei de terminar Oliver Twist, de Charles Dickens, um conto sobre uma criança inglesa na Inglaterra de 1830. Vale a leitura pela comparação com nosso Brasil do nunca antes. 

2 comentários:

  1. vc precisa passar p isto, para provar o que ?

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  2. Provar? Eu quero é viver e viver é provar de tudo, o que nos ensina o que a vida realmente é. Crianças... como nos ensinam, como nos questionam, como nos fazem crescer

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