Todos nós sabemos que a barbárie que vivemos no Brasil tem relação íntima com o consumo desenfreado de drogas, mas só se fala do tráfico e viciados em crack. Qual é a nossa responsabilidade? A minha eu sei bem.
A primeira "viagem" que fiz foi ouvindo nada menos que o disco Lark tongues in aspic do King Crinson (papa fina) e logo em seguida entrei num carro e segui ouvindo Close to the Edge do Yes. Quando começou a tocar And you and I na minha cabeça estouraram as luzes da cidade e o vento fresco que entrava pela janela aberta do carro. Foi uma primeira viagem maravilhosa, leve, colorida, eu não parava de rir. As viagens foram divertidas até tudo começar ficar pesado, preocupante. O pessoal de minha geração costuma dizer que tudo perdeu qualidade, inclusive a maconha. Foi virando uma viagem incerta, com grande propensão a ser uma chatice, ou bad trip. De onde vinha a erva não interessava até que começou entrar violência no barato. Muita violência, violência pesada, barbárie mesmo, esta barbárie que está ai.
A primeira "viagem" que fiz foi ouvindo nada menos que o disco Lark tongues in aspic do King Crinson (papa fina) e logo em seguida entrei num carro e segui ouvindo Close to the Edge do Yes. Quando começou a tocar And you and I na minha cabeça estouraram as luzes da cidade e o vento fresco que entrava pela janela aberta do carro. Foi uma primeira viagem maravilhosa, leve, colorida, eu não parava de rir. As viagens foram divertidas até tudo começar ficar pesado, preocupante. O pessoal de minha geração costuma dizer que tudo perdeu qualidade, inclusive a maconha. Foi virando uma viagem incerta, com grande propensão a ser uma chatice, ou bad trip. De onde vinha a erva não interessava até que começou entrar violência no barato. Muita violência, violência pesada, barbárie mesmo, esta barbárie que está ai.
O ponto final para mim só veio quando um destes amigos que comprava e aparecia em casa
para fumar chegou com um revolver na bolsa. "Cara, para que isto?" Ele
me respondeu que não dava mais para ir para a boca desarmado. Fim. Tudo tem limite.
Minha primeira viagem foi em 1973. Em 1975 fui fazer uma viagem, destas normais, trem, ônibus, carona, caminhada, típica de hippie que nunca fui, e do roteiro original, ir por terra para os Estados Unidos, acabei em Zurique, Suíça. Coisa de Arturo. Lá estavam fazendo uma campanha contra as drogas que me marcou profundamente: "A cada cigarro (de haxixe) que você consome você está financiando uma bala de fuzil para os (guerrilheiros) traficantes". Inegável verdade. Mesmo com consciência pesada quando me apresentavam um continuei indo atrás. A propaganda nunca saiu de minha cabeça.
Em 1968 Steppenwolf cantava em The Pusher "(the pusher is) a monster who doesn't care if you live or if you die", ou seja, o traficante é um monstro que não liga se você vive ou morre. Quem ouviu o recado? Drogas era contracultura, chique entre os in, os revolucionários, os modernos, ou qualquer besteira do gênero. Drogas sempre existiram, fizeram parte de vários movimentos sociais e culturais. Se começar a citar nomes importantíssimos em nossa história não vou parar mais. Freud, Jung, Baudelaire, Allan Poe, Beatles, Hendrix, Porter, Billy Holliday...
Progredimos muito, mas a que preço? Precisava ser assim?
Minha primeira viagem foi em 1973. Em 1975 fui fazer uma viagem, destas normais, trem, ônibus, carona, caminhada, típica de hippie que nunca fui, e do roteiro original, ir por terra para os Estados Unidos, acabei em Zurique, Suíça. Coisa de Arturo. Lá estavam fazendo uma campanha contra as drogas que me marcou profundamente: "A cada cigarro (de haxixe) que você consome você está financiando uma bala de fuzil para os (guerrilheiros) traficantes". Inegável verdade. Mesmo com consciência pesada quando me apresentavam um continuei indo atrás. A propaganda nunca saiu de minha cabeça.
Em 1968 Steppenwolf cantava em The Pusher "(the pusher is) a monster who doesn't care if you live or if you die", ou seja, o traficante é um monstro que não liga se você vive ou morre. Quem ouviu o recado? Drogas era contracultura, chique entre os in, os revolucionários, os modernos, ou qualquer besteira do gênero. Drogas sempre existiram, fizeram parte de vários movimentos sociais e culturais. Se começar a citar nomes importantíssimos em nossa história não vou parar mais. Freud, Jung, Baudelaire, Allan Poe, Beatles, Hendrix, Porter, Billy Holliday...
Progredimos muito, mas a que preço? Precisava ser assim?
Estão querendo descriminalizar o porte de drogas para uso pessoal. Creio que seja correto por que não consigo ver outra alternativa para a confusão jurídica. Usuário é usuário, traficante é traficante, mas esta correção jurídica não leva em conta que o usuário é um dos financiadores do tráfico, portanto da barbárie.
Ainda sobre drogas, mas agora sobre doping, que é uma outra faceta desta história
http://www.telegraph.co.uk/sport/othersports/athletics/11779426/Athletics-bodies-must-come-clean-on-cheats.html
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