quarta-feira, 26 de agosto de 2015

coxinha


Por favor, me respeite: Eu sou coxinha e quero ser chamado de coxinha, seja lá o que isto signifique. Eu não faço parte do grupo de ciclistas que está ai, não tenho nada a ver com o que está sendo feito. E não sou fã de lanche de mortadela. Por favor, coxinha. Agradeço.

Outro dia um amigo, Reginaldo Paiva, telefonou para desabafar. Ele ficou muito mal com o atropelamento e morte do menino de 9 anos na ciclovia, ciclofaixa, ou seja lá o que quer que seja, que foi implantada no meio da avenida Bento Guelfi em São Mateus. É óbvio que colocar uma faixa segregada no meio de uma avenida apertada e recheada por caminhões e veículos pesados não ia dar certo. Agora estão dizendo que ele, o menino de 9 anos de idade,  estava errado por que estava pedalando fora da área segregada para ciclistas. É mesmo? Puxa, não tinha pensado nisto! Pensando bem, o menino é o culpado.

E a morte do senhor debaixo do Minhocão? Quem é o culpado? O ciclista? O velhinho? NDA (nenhuma das alternativas)? De quem será a culpa? Haddad disse uns dias antes que ciclistas e pedestres que se ajeitem. Eles se ajeitaram.

Com a quantidade de problemas espalhados pelas ciclovias, ciclofaixas ou seja lá o que quer que seja, é um milagre que não tenha acontecido nada mais grave antes. Pura sorte. “Deus esta conosco até o pescoço” cantava Elis Regina faz muito tempo.

Não sou tão idiota para imaginar que a implantação de um sistema cicloviário não vá gerar problemas, acidentes e até mortes. No grau de violência que vivemos mortes são só casualidades de guerra e eu as vejo com naturalidade. Mas dai a aceitar que erros crassos de projeto possam causar mortes desnecessárias vai uma eternidade.

Não se fala uma palavra sobre a responsabilidade legal de quem assina estes projetos. Qual a responsabilidade do técnico, engenheiro ou arquiteto, ou equipe inteira; ou dos mandantes, Secretário e Prefeito? Como somos um país de bundas-moles não se aciona o Prefeito Haddad pela trágica estupidez que falou. Pedestres e ciclistas que se ajeitem o cacete! A lei, o CTB, existe e tem que ser respeitado, principalmente pela autoridade máxima do Município. E tem a responsabilidade de todo e qualquer cidadão que apoia isto sem restrições e diz com voz altiva "faz e se for o caso depois conserta"? Eu sou coxinha. Tô fora!

Todo mundo erra, mas quanto pode errar tem limite. E uma sociedade justa começa pela redução ao mínimo dos erros. Vários países já falam em literalmente zerar erros. Nós estamos alguns séculos atrasados e achamos normal errar. Vide os “n” PACs do país do nunca antes.

Por que sou coxinha? Vou fazer um paralelo entre o que acontece aqui em São Paulo e o Brasil de todos programas sociais.

Brasil: Programas sociais são necessários? Óbvio que sim, ninguém nega; coxinhas, oposição, direita, e todo zoológico que dizem ser do contra concorda e sempre concordou. A matemática é simples: quanto mais inclusão, mais mercado, mais estabilidade, menos problemas sociais, melhor para capitalistas e socialistas. A questão é que os programas sociais foram feitos no oba oba.

Caindo na real, como ficará o Brasil de todos com esta discreta baderna na economia? Diz a história que o pior inimigo da pobreza é inflação e a desordem econômica. Vai tudo por água abaixo. Foi muita falácia e erros primários na administração... PAC,PAC,PAC,PAC...  absoluta falta de foco, incapacidade de pensar com um mínimo que qualidade, de realizar resultados perenes.... PAC,PAC,PAC,PAC.... Mais grave foi e continua sendo a CRENDICE da população que se reverte uma situação social injusta com factoides e populismo.

Meus caros, cai a ficha, "Faz e se for o caso depois conserta" é uma posição burra, mesquinha, que tem tudo para gerar problemas futuros. É assinar em baixo que somos pobres e medíocres e que o que vier está ótimo. Somos uma vírgula! Eu sou coxinha. E mesmo assim me preocupo e fico deprimido. É, meu caro Reginaldo, triste, muito triste.



2 comentários:

  1. Tristes histórias de um triste país...... sem mais comentários.

    ResponderExcluir
  2. Tristes histórias de um triste país...... sem mais comentários.

    ResponderExcluir