Este fim de semana passei num sítio
localizado próximo ao Bairro Centro, a uns 20 km de Campos do Jordão no sentido
de Itajubá. Sabendo de quem é imaginei uma casa típica de fazenda simples, mas
grande e com os confortos típicos de uma família paulistana. Que nada!
Felizmente!
Ficamos numa casa de colono de mais de
70 anos. Construída em tábuas de madeira, só com chão, banheiro e fogão a lenha
em alvenaria, tem cinco janelas, sendo que só as duas da sala com vidros, sala
cozinha juntas, dois quartos, duas varandas deliciosas, um sótão depósito e só.
Mesa, quatro cadeiras, duas poltronas, um beliche e uma cama de casal, banheiro
moderno muito bem construído, fogão a lenha aceso, fogareiro duas bocas,
geladeira, água potável da montanha, silêncio completo. Instalados na pequena
casinha me veio a pergunta: Para que se precisa mais?
Casas de madeira costumam
"cantar" com a movimentação da madeira. No meu quarto o sótão
batucava. Rato? Não, ratos andam e dão um guinchado baixinho. Gambá? Sérgio, o
responsável pelo lugar, deu a resposta: um ninho de maritacas, irrequietas
maritacas fazendo algazarra.
No dia seguinte saímos para pedalar.
Fazia muito que não pedalava na terra, o que é muito bom. Tenho uma Haro Fligh
Light simples, aro 26, 24 marchas, V brakes, que roda maravilhosamente bem.
Preciso mais? Duvido. Preciso mais é daquelas paisagens maravilhosas e não de
uma bicicleta nova. No domingo saí novamente para pedalar,
primeiro só, sem nada, capacete, remendo, câmara reserva, bomba, só água.
Infelizmente esqueci a câmera fotográfica. Fui parando em cada vista do
paraíso. Precisa mais? Na volta encontrei Tobias e continuamos o pedal.
Terminei a manha feliz por ter aguentado tanto tempo sobre a bicicleta e tantas
subidas.
Almoçamos, comida simples, caseira,
deixamos o sol baixar e subimos o morro atrás da casinha até o topo. De 1.350 m
até 1.700 m. Aos poucos a paisagem vai ficando mais ampla, emocionante. Subir e
em alguns pontos até escalar o morro me dá uma felicidade muito grande por que
prova que meu corpo está bem. Olhar o mundo de cima é outra história. Descida
me preocupa, força os joelhos, estressa muito a musculatura, mas chegando na
casinha senti que realmente estou inteiro.
A noite lembrei da conversa que tive
com uma amiga bonita que está gorda e fora de forma. Diz que não consegue
emagrecer por causa do trabalho, dos filhos, da loucura do dia a dia. Como
tantos não consegue fugir do ciclo vicioso da cidade. Dei a dica que brincasse,
simplesmente brincasse, o que é um ótimo treinamento. Brincar com os filhos, ser
inconsequente, cruzar as ruas com corridinhas, subir escadas, deixar o controle
remoto longe, fazer pequenos e constantes alongamentos, carregar compras
pesadas, pensar leve, ser simples, mesmo dentro da loucura do dia a dia...
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Na manha seguinte fiz o café e fui tomar
na varanda. Fiquei olhando os cavalos. Eles têm ciúmes, brincam, brigam sem
machucar o outro, empurram com a pata de trás sem dar coice, bocejam, seguem o
dono... Igualzinho a um cachorro. Sou um completo ignorante das coisas simples
da vida.
Texto muito gostoso de ser lido Arturo! Da pra sentir ate o cheiro do mato e tudo mais do lugar. Keep it up with the good work!!!!! Thanks for sharing!!!!!!! Wonderful place!!!Tua fa anonima Miriam
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