segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Músicas com mulheres


O que será melhor, aquela música de sei lá quantos anos atrás que tinha um refrão "eu queri ser o selim de sua bicicleta" ou esta coisa aqui. Prefiro jogar as duas músicas no lixo. Só a música.
"Eu queria ser" é dos Raimundos. É bem mais divertido, mesmo também sendo uma josta.


Tem uma italiana que é genial por que a menina passa na frente de uns frades...
O mais inteligente é sem dúvida a música do Queen.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Quanto custam as ciclovias do Haddad?

Ou melhor, quanto custam as ciclovias do PT? A Veja SP do último fim de semana, 6 de Fevereiro, traz na capa o outro lado do que são as ciclovias do Haddad, ou do PT, de São Paulo, ou será do Tatto, como queiram. 
Eu já tinha informações que a coisa não andava bonitinha, mas não sou jornalista e não posso e não quero expor amigos e conhecidos. 
Somos todos humanos e conheço muita gente que considero séria dentro do PT. Só não entendo como eles continuam apoiando a baderna que está ai. Aliás, posso até entender, mas ai vamos para a psicologia, que não vem ao caso.
No fim de semana em Campos do Jordão tive a oportunidade de ler duas Carta Capital antigas, uma de 2009 e outra de 2011, e fiquei chocado como são tendenciosos os textos. Todo mundo é um pouco, mas tudo tem limite. Para eles os que discordam são uns canalhas e só eles, Carta Capital, têm o caminho para a salvação. Podem até ter razão, mas a forma de expor pontos de vista é ruim, muito ruim, sacana. Além de tendencioso, dogmático, religioso. Infelizmente este país está bipolar e desta forma é difícil ter uma conversa neutra. Passado tanto tempo deve ser difícil para eles explicarem por que aquilo deu nisto. 
Mais estranho ainda é apoiar gente que diz que faz pelo bem do povo e tem um Semob, Secretaria de Mobilidade do Ministério das Cidades, que praticamente nada fez pelas mobilidades humanas. Só se justifica pelo dogma quase religioso da ideologia, seja lá o que isto signifique. 

Infelizmente uma boa parte dos ciclistas vê a bicicleta como uma religião, letra de uma ideologia. Ouço com muita frequência sobre o que está acontecendo aqui em São Paulo que "O que for feito pela bicicleta está bem feito. Se tiver algum problema se corrige depois." Como é? "...feito pela bicicleta..." e não para cidade, pela civilidade, pelo bem de todos? Discordo! O bem de todos é diretamente vinculado aos interesses específicos da bicicleta? "...se corrige depois." é um absurdo. Como corrige? É coisa pública, é dinheiro público, sai do meu bolso, do seu, de todos; tem que ser bem feito, só pode ser bem feito, está até na lei. OK, o Brasil tem histórico de fazer no "jeitinho", desde sempre e até mesmo antes da criação do país do nunca antes, mas tudo tem limite, ou não? Por uma questão de ideologia, ou desvio psicológico, sabe-se lá, muitos ciclistas ficaram cegos e surdos e apoiam incondicionalmente erros grosseiros, patéticos. "Foi o mesmo lá fora (Europa e Estados Unidos)", dizem. Não, desculpem, mas definitivamente não foi, não mesmo! Se eles tivessem tratado o dinheiro público com tanto desprezo seriam países de 3º ou 4º mundo. 
Vivemos no império da mediocridade. A forma como se está implantando o sistema cicloviário de São Paulo é o melhor exemplo de como não se deve fazer. 

Reinaldo Azevedo: As ciclofaixas de Haddad podem não ser apenas caso de política, mas também de polícia.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

vida simples do campo.

Este fim de semana passei num sítio localizado próximo ao Bairro Centro, a uns 20 km de Campos do Jordão no sentido de Itajubá. Sabendo de quem é imaginei uma casa típica de fazenda simples, mas grande e com os confortos típicos de uma família paulistana. Que nada! Felizmente!

Ficamos numa casa de colono de mais de 70 anos. Construída em tábuas de madeira, só com chão, banheiro e fogão a lenha em alvenaria, tem cinco janelas, sendo que só as duas da sala com vidros, sala cozinha juntas, dois quartos, duas varandas deliciosas, um sótão depósito e só. Mesa, quatro cadeiras, duas poltronas, um beliche e uma cama de casal, banheiro moderno muito bem construído, fogão a lenha aceso, fogareiro duas bocas, geladeira, água potável da montanha, silêncio completo. Instalados na pequena casinha me veio a pergunta: Para que se precisa mais?
Casas de madeira costumam "cantar" com a movimentação da madeira. No meu quarto o sótão batucava. Rato? Não, ratos andam e dão um guinchado baixinho. Gambá? Sérgio, o responsável pelo lugar, deu a resposta: um ninho de maritacas, irrequietas maritacas fazendo algazarra. 
No dia seguinte saímos para pedalar. Fazia muito que não pedalava na terra, o que é muito bom. Tenho uma Haro Fligh Light simples, aro 26, 24 marchas, V brakes, que roda maravilhosamente bem. Preciso mais? Duvido. Preciso mais é daquelas paisagens maravilhosas e não de uma bicicleta nova. No domingo saí novamente para pedalar, primeiro só, sem nada, capacete, remendo, câmara reserva, bomba, só água. Infelizmente esqueci a câmera fotográfica. Fui parando em cada vista do paraíso. Precisa mais? Na volta encontrei Tobias e continuamos o pedal. Terminei a manha feliz por ter aguentado tanto tempo sobre a bicicleta e tantas subidas. 
Almoçamos, comida simples, caseira, deixamos o sol baixar e subimos o morro atrás da casinha até o topo. De 1.350 m até 1.700 m. Aos poucos a paisagem vai ficando mais ampla, emocionante. Subir e em alguns pontos até escalar o morro me dá uma felicidade muito grande por que prova que meu corpo está bem. Olhar o mundo de cima é outra história. Descida me preocupa, força os joelhos, estressa muito a musculatura, mas chegando na casinha senti que realmente estou inteiro. 
A noite lembrei da conversa que tive com uma amiga bonita que está gorda e fora de forma. Diz que não consegue emagrecer por causa do trabalho, dos filhos, da loucura do dia a dia. Como tantos não consegue fugir do ciclo vicioso da cidade. Dei a dica que brincasse, simplesmente brincasse, o que é um ótimo treinamento. Brincar com os filhos, ser inconsequente, cruzar as ruas com corridinhas, subir escadas, deixar o controle remoto longe, fazer pequenos e constantes alongamentos, carregar compras pesadas, pensar leve, ser simples, mesmo dentro da loucura do dia a dia...
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Na manha seguinte fiz o café e fui tomar na varanda. Fiquei olhando os cavalos. Eles têm ciúmes, brincam, brigam sem machucar o outro, empurram com a pata de trás sem dar coice, bocejam, seguem o dono...   Igualzinho a um cachorro. Sou um completo ignorante das coisas simples da vida. 

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Sistema cicloviário: dicas para o bem fazer

Implantar um sistema ciclo viário num traçado urbano pouco carregado e de trânsito muito tranquilo é muito mais fácil do que na situação caótica que se encontram nossas cidades hoje. Conflitos sociais têm reflexos diretos no trânsito e a situação piorou muito depois da irresponsabilidade do IPI Zero.
Pensar em sistema cicloviário é novidade e novidades dificilmente são aceitas como um passar manteiga em pão quente. Em 2008, num dos muitos projetos cicloviários apresentados para a Prefeitura de São Paulo, um bairro de classe média alta e trânsito local restrito faria parte do caminho dos ciclistas, mas os responsáveis pelo projeto receberam um simpático recado "Ciclista não vai passar pelo nosso bairro"; e foi ponto final. Hoje ainda temos este tipo de tensão, ou pressão, como queira, mas em uma escala muito menor e normalmente contornável.
As cidades brasileiras sempre conviveram com três situações distintas para a questão da bicicleta: 1 - a dos trabalhadores ciclistas de periferia que são praticamente invisíveis até para as autoridades, incluindo as de trânsito, por que entram muito cedo no trabalho, portanto circulam fora do horário de pico; 2 - a massa dos ciclistas de fim de semana que pedalam por lazer ou esporte que até pouco eram os socialmente mais visíveis; 3 - e a novidade dos ciclistas da classe média que hoje chamam muito a atenção. Parece até que antes deles, abastados que pedalam nos centros das cidades, nunca se usou bicicleta no Brasil, o que é uma besteira sem tamanho. Para cada situação é preciso pensar o sistema cicloviário de maneira particular, quase que específica, por que a disponibilidade de espaço, densidade de trânsito, comportamento social e a qualidade da bicicleta, dentre outros são também particulares, algumas vezes únicos.
Um pecado comum é o projeto cicloviário ser montado no computador ou no papel, distante da realidade, e ou fazer tudo no estrito da lei e normas técnicas. É crucial entender qual é a população que vai ser atendida, onde ela pedala, como pedala, para que usa a bicicleta, como é vista a bicicleta na localidade, quais as particularidades de cada trecho e cruzamento, qual o ambiente e meio ambiente, e principalmente ter inteligência para dar flexibilidade ao projeto. Ego e inteligência arruínam qualquer coisa, principalmente a segurança. Para isto o ideal é que quem esteja envolvido na construção do projeto tenha um mínimo conhecimento geral sobre a cultura da bicicleta e do pedalar, dirija automóveis, e finalmente seja realmente pedestre, do contrário saem umas ciclovias que até o mais fanático cicloativista acha risível.
Creio que o maior pecado que se faz hoje é pensar excessivamente na segurança do ciclista. Somos uma sociedade focada na cultura do medo. Entrega-se terror para vender mediocridades populistas. Fazer bem feito é enfrentar de frente os problemas, mesmo que a princípio levem a algumas casualidades. A diferença para o populismo é que no populismo as más notícias são censuradas.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Por que fazer pela bicicleta?

Todo mundo hoje sabe os benefícios que a bicicleta oferece não só a seus usuários com também aos que convivem com ela. O link abaixo mostra novos números ingleses. 
Mas lembro uma história da própria Inglaterra, creio ter sido no século XIX, quando foi decidido pelo fechamento dos hospitais, o que resultou numa sensível diminuição das infecções e mortes. Tivemos aqui um caso recente de fechamento de uma maternidade para parar as mortes de recém nascidos. Onde quero chegar. Fazer é importante? Pode ser? A realização de uma boa ideia sempre resultado positivo? Depende. Se for mal feito e mal gerenciado os resultados poderão ser piores que se não fizer nada. E muitas vezes não fazer significa economizar rico dinheirinho, que por sinal não nasce em árvores.
Há uma diferença brutal entre a propaganda e a realidade, e nós, brasileiros, estamos descobrindo dolorosamente isto. Não preciso me alongar por que a coisa é óbvia e não quero ser chato. 
"Mas (a ciclovia) não vai ser bom para a cidade?" Depende. 
Há uma diferença enorme entre usar e estimular o uso da bicicleta e estimular ações precárias ou prejudiciais. Bicicleta e pedalar faz bem para todos, mas ciclovias não necessariamente são tão benéficas. 
Os números Inglesas: