sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Limitar a velocidade e realmente compartilhar

Tenho dito que optar pela ciclovia na av. Paulista é ir na contramão da cidade que desejamos. Por ironia do destino saiu no Blog Velib (link abaixo) um artigo justamente sobre as melhores formas de compartilhar uma via. Como escrevi num texto anterior compartilhar não é segregar. 
O texto do Blog Velib gira em torno de vias de pouca carga de trânsito, mas o conceito vem sendo testado em Londres na Exhibition Road sem indícios que seja um erro, muito pelo contrário. Exibition Road é mais estreita e tem menos trânsito que a Paulista, mas o que está lá, ou melhor, o que foi retirado de lá, ou seja, meio fio, sinalização, segregação de espaços, transformou aquela via em espaço público realmente compartilhado e integrado, dentre outros, a um dos principais museus da Europa, o maravilhoso Science Museum. É o caminho para o futuro e deveria ser o exemplo que nós, paulistanos, deveríamos oferecer aos paulistas e ao Brasil. São Paulo sempre foi a cidade de ponta, não do retrocesso.
Também já escrevi e publiquei fotos e filmes que em Paris, como em Londres, Madri e várias cidades civilizadas, nas avenidas o ciclista circula no mesmo espaço destinado ao ônibus. Dizer que aqui não daria certo porque os nossos motoristas são uns assassinos não condiz com a verdade, mesmo com os acidentes fatais ocorridos. Porque ocorreram, em que circunstâncias? O artigo do Blog Velib começa falando sobre a importância de ter dados, saber o que realmente acontece, informação de qualidade, o que definitivamente não temos por aqui. Sem dados é fácil jogar a culpa no outro. Como exemplo destas mentiras oportunistas cito o assassinato de Jango, que foi verdade pétrea para muitos, mas os exames recentes, definitivos, provam sem deixar qualquer dúvida que foi morte natural. Ou o selim que deixa homens impotentes, por isto a China tem uma população tão pequena. Ou “não temos inflação...” E ai vamos. Se os motoristas de ônibus de São Paulo são assassinos porque são assassinados tão poucos? Sim, há problemas, que podem ser resolvidos, afinal, pelo que sei eles são tão humanos quanto os ciclistas. Ou não?
Ou não? Ciclistas são mais humanos que os outros no trânsito? Então o que dizer deste artigo que saiu no NY Times, baseado em dados reais, sobre os perigos de idosos caminhando pelas ruas de NY? Então, adivinha, quem é perigoso para os pedestres?


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