sexta-feira, 20 de junho de 2014

Gilberto Bueno, mais um caso de...

Mais outro ciclista morto em acidente de trânsito aqui em São Paulo. Infelizmente é algo esperado, até normal, dentro deste cenário de barbárie de violência brasileira. A cidade de São Paulo, em especial a área onde aconteceu o acidente, tem um dos trânsitos menos violentos de todo Brasil. Gilberto Bueno, o ciclista morto no atropelamento, com certeza não será o último. Sem dúvida, a sociedade brasileira convive naturalmente com a barbárie. O que espero é que Bueno valha mais uma marola. Quem sabe um dia, algumas gerações a frente, este país consiga ter um mínimo de civilidade.
Silvia Ballan em seu Blog ‘Silvia e Nina’ - http://silviaenina.org/2014/06/16/gilberto-bueno/ - posta um filme que indica o que possivelmente tenha acontecido. Em forma de desenho animado explicativo presta um bom serviço, mesmo que com erros de avaliação fruto da emoção.
Verdade não se mistura com emoção. E só através da verdade se reduz a violência.
Repito: Aviação civil é o modo de transporte mais seguro por que busca a verdade sem buscar culpados. Buscar culpados é caçar bruxas ou fazer a santa inquisição, o que creio, só creio, que a história já tenha provado ser ligeiramente ineficaz, assim... discretamente ineficaz.
No país do nunca antes o jogo agora está posto: nós, os bonzinhos, contra eles, os maus. Tipo caça às bruxas e inquisição. Tipo black blocks.
Até posso entender a razão das ciclovias serem pintadas de vermelho, mas preferiria que nem ciclovias nem asfalto e calçadas fossem pintadas ou manchadas de vermelho, seja por razões de trânsito ou por razões de violência. Vermelho é meio assim eu contra os outros, tipo dualidade, tipo aqui é proibido para vocês, os malvados. Bom mesmo, pelo menos para mim, é dialogo, aquela coisa antiga de ouvir, falar, trocar ideias, pensar, questionar-se...
Enquanto estava escrevendo este texto estava acontecendo quebra-quebra pela cidade. Posso afirmar que violência não vale um peido, usando uma expressão bem argentina. Quem é fraco e vazio parte para a agressão, vale para os pseudos bem intencionados como para os malditos mal intencionados.
A solução para o Brasil passa sem dúvida pelo parar imediatamente com esta história que o outro é culpado. Lembra linchamento. É medíocre, empobrece, só gera mais pobreza, mais violência.
É óbvio que educação ajuda uma barbaridade, mas não resolve tudo.

Triste. Está tudo errado e da forma que todos nós brasileiros caminhamos não há a mais remota possibilidade de que tais fatos deixem de se repetir. Aliás, é óbvio que só vai piorar

2 comentários:

  1. É Arturo, vc está certo. A explicação da Silvia é simplista e não explica o acidente. Continuo achando que o problema é da educação do motorista e de um judiciário que funcione. Ausência de lombadas é ótimo, pois é uma péssima solução, já que o paulistano na sua maioria x ciclistas, não deveria ser penalizado com lombadas. Essa Silvia é uma idiota e radical. não é a solução. Mas o post foi bom ! Abração

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  2. Discordo que Silvia seja uma idiota. Tenho certeza que no meio desta violência irracional que vivemos é necessário ter muito cuidado ao usar adjetivos. Vejo a postagem dela como valiosa, mas um pouco superficial.
    Não é recomendável colocar lombadas em situações como a existente naquele ponto da Juscelino. Teria que me alongar na explicação, mas, concordando com você posso dizer que lombadas, da forma como usamos aqui, é recurso para terceiro mundo.
    Como ciclista e estudioso das questões de segurança no trânsito afirmo que o problema não está completamente centrado na falta de educação do motorista, que aqui em São Paulo não é de todo ruim, mas numa falta de educação geral e neste momento em especial dos ciclistas novatos, que ainda estão aprendendo a lidar com os conflitos do dia a dia. Quando vejo barbaridades dos ciclistas com quem cruzo lembro a placa que vi em Amsterdã, “Americanos usam capacete. Holandeses pedalam”, que eu traduziria para “quem só pensa em perigo não tem tempo para ser seguro”.
    O problema não é do judiciário, mas do funcionamento da justiça brasileira.
    Deixo duas sugestões, já dadas anteriormente: apoiar o investimento massivo em semaforização inteligente, e lutar contra a obrigatoriedade de avisar que a frente há um radar.
    Abraço

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