Mais outro ciclista morto em
acidente de trânsito aqui em São Paulo. Infelizmente é algo esperado, até
normal, dentro deste cenário de barbárie de violência brasileira. A cidade de São
Paulo, em especial a área onde aconteceu o acidente, tem um dos trânsitos menos
violentos de todo Brasil. Gilberto Bueno, o ciclista morto no atropelamento,
com certeza não será o último. Sem dúvida, a sociedade brasileira convive naturalmente
com a barbárie. O que espero é que Bueno valha mais uma marola. Quem sabe um
dia, algumas gerações a frente, este país consiga ter um mínimo de civilidade.
Silvia Ballan em seu Blog ‘Silvia
e Nina’ - http://silviaenina.org/2014/06/16/gilberto-bueno/
- posta um filme que indica o que possivelmente tenha acontecido. Em forma de desenho
animado explicativo presta um bom serviço, mesmo que com erros de avaliação
fruto da emoção.
Verdade não se mistura com
emoção. E só através da verdade se reduz a violência.
Repito: Aviação civil é o modo de
transporte mais seguro por que busca a verdade sem buscar culpados. Buscar
culpados é caçar bruxas ou fazer a santa inquisição, o que creio, só creio, que
a história já tenha provado ser ligeiramente ineficaz, assim... discretamente
ineficaz.
No país do nunca antes o jogo
agora está posto: nós, os bonzinhos, contra eles, os maus. Tipo caça às bruxas
e inquisição. Tipo black blocks.
Até posso entender a razão das
ciclovias serem pintadas de vermelho, mas preferiria que nem ciclovias nem asfalto
e calçadas fossem pintadas ou manchadas de vermelho, seja por razões de trânsito
ou por razões de violência. Vermelho é meio assim eu contra os outros, tipo
dualidade, tipo aqui é proibido para vocês, os malvados. Bom mesmo, pelo menos
para mim, é dialogo, aquela coisa antiga de ouvir, falar, trocar ideias,
pensar, questionar-se...
Enquanto estava escrevendo este
texto estava acontecendo quebra-quebra pela cidade. Posso afirmar que violência
não vale um peido, usando uma expressão bem argentina. Quem é fraco e vazio parte
para a agressão, vale para os pseudos bem intencionados como para os malditos
mal intencionados.
A solução para o Brasil passa sem
dúvida pelo parar imediatamente com esta história que o outro é culpado. Lembra
linchamento. É medíocre, empobrece, só gera mais pobreza, mais violência.
É óbvio que educação ajuda uma
barbaridade, mas não resolve tudo.
Triste. Está tudo errado e da
forma que todos nós brasileiros caminhamos não há a mais remota possibilidade de
que tais fatos deixem de se repetir. Aliás, é óbvio que só vai piorar
É Arturo, vc está certo. A explicação da Silvia é simplista e não explica o acidente. Continuo achando que o problema é da educação do motorista e de um judiciário que funcione. Ausência de lombadas é ótimo, pois é uma péssima solução, já que o paulistano na sua maioria x ciclistas, não deveria ser penalizado com lombadas. Essa Silvia é uma idiota e radical. não é a solução. Mas o post foi bom ! Abração
ResponderExcluirDiscordo que Silvia seja uma idiota. Tenho certeza que no meio desta violência irracional que vivemos é necessário ter muito cuidado ao usar adjetivos. Vejo a postagem dela como valiosa, mas um pouco superficial.
ResponderExcluirNão é recomendável colocar lombadas em situações como a existente naquele ponto da Juscelino. Teria que me alongar na explicação, mas, concordando com você posso dizer que lombadas, da forma como usamos aqui, é recurso para terceiro mundo.
Como ciclista e estudioso das questões de segurança no trânsito afirmo que o problema não está completamente centrado na falta de educação do motorista, que aqui em São Paulo não é de todo ruim, mas numa falta de educação geral e neste momento em especial dos ciclistas novatos, que ainda estão aprendendo a lidar com os conflitos do dia a dia. Quando vejo barbaridades dos ciclistas com quem cruzo lembro a placa que vi em Amsterdã, “Americanos usam capacete. Holandeses pedalam”, que eu traduziria para “quem só pensa em perigo não tem tempo para ser seguro”.
O problema não é do judiciário, mas do funcionamento da justiça brasileira.
Deixo duas sugestões, já dadas anteriormente: apoiar o investimento massivo em semaforização inteligente, e lutar contra a obrigatoriedade de avisar que a frente há um radar.
Abraço