terça-feira, 23 de outubro de 2012

Opção pela dignidade

O Estado de São Paulo
Fórum do Leitor:


Entra no supermercado um homem jovem, vestido com roupas simples e bem postas, vem até o caixa onde estou e diz para a caixa: “Quero pegar um brinquedo para uma criança e não posso pagar”. A caixa olha para ele e explica com calma e delicadeza que “Isto é um supermercado, não uma entidade social, e para o senhor levar terá que pagar”. E a resposta do homem vem direta e sem contornos: “Sou pobre, favelado e tenho direito (de pegar e não pagar)”. A caixa, agora com espanto, educadamente repete o que já havia dito, e o homem dá a volta e se vai. Se sucedem com uma triste frequência histórias reais de estudantes e trabalhadores não comprometidos, irresponsáveis, arrogantes. O Brasil é a cada dia mais violento, brutal, socialmente desajustado. Este é o Brasil do nunca antes de Lula, da construção de um populismo vulgar e barato que se utiliza da fraqueza sem escrúpulos.

 O discurso do “sou pobre e tenho direito” é a desconstrução desrespeitosa da história de cada um de nós e deste país. Partir do zero e se fazer é lugar comum à história desta brava gente brasileira. O que guiou a todos estes foi dignidade, responsabilidade, retidão, tentar fazer o melhor de si, construir um futuro melhor. Ou seja: uma forte determinação. “Sou pobre e tenho direito” pode parecer lógico e justo para os ingênuos, mas é corrosivo, devastador para a construção de qualquer espírito vencedor. O Brasil que vem desconstruindo a pobreza antecede décadas a Lula e sua pseudo esquerda inconsequente e oportunista. É desonesto negar a história.

Ordem e Progresso. Leia-se “direitos, deveres e responsabilidade para Ordem; e seriedade e qualidade de trabalho para Progresso”. Sem isto não existe equilíbrio social. Aliás, sem isto não sobrevive um país.

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