quinta-feira, 15 de outubro de 2020

um dia interessante

Foi um dia proveitoso. Pela manhã vi um candidato que durante décadas defendeu as ciclovias com unhas e dentes dizer que quer ter o direito de pedalar na rua com os carros, com o que concordo em grau gênero e número, mas a postura veio um pouco tarde demais. 

Apanhei muito por ser contra a ideia que ciclovia, ciclovia, ciclovia mais ciclovia como única saída para a segurança dos ciclistas e por imaginar que se poderia construir um sistema cicloviário integrando com segurança o ciclista ao viário existente, usando ciclovias e ciclofaixas onde realmente é necessário, que com inteligência é muito menos que leigos possam imaginar. O ponto de partida dos que defendiam ciclovia, ciclovia, ciclovia é que todo motorista era um assassino em potencial, o que os números mostravam que não eram bem verdade. Números comparáveis aos de NY. Como colou que "todo motorista é um assassino" em potencial e pedalar no trânsito é muito perigoso o povão comprou a ideia da ciclovia sim ou sim é a única solução para a segurança do ciclista. Ouvir "eu quero pedalar no meio dos carros e deixar a ciclovia para quem quiser" acaba sendo gozado. Mamãe já dizia "Ou você ri da vida ou a vida ri de você". Pois aí está. Neste embroglio perdeu e muito a cidade e principalmente a segurança dos ciclistas, dentre outros. 

E a conversa continuou. 
Mobilidade ativa elétrica? Estranho. Ou é mobilidade ativa ou é elétrico, mas que seja, patinetes, skates, monociclos, bicicletas e outras geringonças movidas a motor elétrico são uma realidade e ponto final. De, como ciclista, não gostar destes meios de transporte elétricos no meio da ciclovia ou ciclofaixa a não incluí-los num projeto de mudança das mobilidades há uma distância enorme, distância que separa uma cidade que funciona e tem futuro para um jogo ridículo de eu sou melhor que você e aqui você não entra, não tem direito. É uma questão de diálogo com os diferentes ou alguém me esclarecer: bicicleta é azul claro ou rosa? Trânsito é diálogo, diálogo entre todos, incluindo veículos motorizados, ou não há segurança, nem com a melhor ciclovia dos mundos. É um pouquinho mais técnico que isto, mas fico por aqui. 

Pedestre? Quem? Não, não ouvi palavra sequer. O que é mesmo pedestre? Ok, escrevi besteira, na propaganda tem pedestre. Mas pedestre pode cruzar ciclovia? 

Fim de conversa. 

Peguei minha reta e fui. 
Estão consertando a ciclovia da Pedroso de Moraes, uma das mais movimentadas de São Paulo. Para que não faço ideia, ou faço, tu fazes, ele faz, nós fazemos, vós fazeis, eles fazem, mas o que interessa? Cimento novo precisa um tempo de cura, por isto conificaram a Pedroso de Moraes desde quase o Parque Villa Lobos até a Faria Lima para os ciclistas continuarem a pedalar com segurança. Ok, correto. O detalhe é que pela manhã a Pedroso tem um trânsito muito pesado sentido CEASA - Ponte Cidade Universitária / Faria Lima / Rebouças. No sentido contrário o trânsito é tranquilo. É óbvio que conificaram onde o trânsito é mais - não - é muito complicado. Qual a razão? Pergunta para as autoridades. 

Propaganda é a alma do negócio. Compra quem quer. 

Se na administração Haddad muitas ciclofaixas e ciclovias sem sentido foram implantadas, nesta administração Covas consertaram muitos defeitos imperceptíveis e ao meu ver inexplicáveis. Tudo igual. 

E volto para casa e o trabalho e a ciclofaixa que foi uma respeitada (por motoristas) linha branca pintada no asfalto de minha rua onde não passa ninguém está toda tachada e sinalizada. Cara, para que? Será que a cidade não tem outras prioridades? Quanto custou? 

“Quanto mais ciclovia e ciclofaixa melhor” gritam os ativistas. Propaganda é a alma do negócio. Compra quem quer. Quanto mais melhor. No caso não vão comprar porque não foi feito pelos iguais. É como marca na roupa: Adidas, Nike, Kelvin Klein..., só que sem mistura, não veste bem misturar. Azul claro é azul claro; rosa é rosa. 

E aí vamos. Que dia interessante.

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