quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Comentários sobre a Proposta de Plano Cicloviário do Município de São Paulo

Comentários por slide:
  1. slide de apresentação
  2. Transformar São Paulo na Capital brasileira da bicicleta - Para que? Para quem? Besteira! São Paulo tem que ter mobilidades e transportes que funcionem e só vão funcionar quando forem completamente integrados e harmônicos. 
  3. Reconhecer definitivamente a bicicleta como modo de transporte - Como? Quem escreveu esta frase não conhece São Paulo, não deve ter pedalado nas periferias industriais e trabalhadoras. Não faz ideia do que sempre significou bicicleta em Jardim Helena, Ermelino Matarazzo, Socorro.... A bicicleta sempre foi importante modo de transporte em São Paulo, só não sabe quem não se interessa ou quem tem interesses outros
  4. Cronologia - tem alguns erros. Eu vivi e convivi com que fez esta história. Não citar o Projeto GEF Banco Mundial em 2005, a primeira vez na história deste país (de verdade) que se trabalhou o projeto com, se não me falha a memória, 8 Secretarias e órgãos, Municipal e Estadual, mais entidades internacionais e mais sociedade civíl, todos que legalmente são responsáveis pela concretização de qualquer projeto. A história dos projetos cicloviários no Brasil pode ser dividida em antes de depois do GEF. A sensação é que a cronologia foi escrita por funcionário público....
  5. Proposta - 1 Conectividade 90% Ok; 2 Expansão da Rede para 1.420 km - não são km, mas qualidade, segurança; 3 Melhoria de infraestrutura OK;  4 Criação de hierarquia da Rede - melhor seria se fosse uma hierarquia relacionada a vida da cidade, ao rítimo de implantação e não às vias para bicicletas; 5 Implantação de acalmamento - Acalmamento deveria ser o ponto de partida de todo projeto. Acalmamento significa melhorar a vida de pedestres, pessoas com deficiência, crianças, ciclistas, leia-se absolutamente todos, incluindo motoristas e motociclistas.
  6. Viagens potencialmente pedaláveis - O que significa? Qual é o critério? Para quem? Qual é o cidadão que se quer?
  7. Benefícios - propaganda já vista. O que mais?
  8. Pilares do Plano - Fomento e cultura, Participação social, Infraestrutura, Avaliação e Monitoramento; Ok, mas creio que faltou a palavra acordo. No meio desta nossa "democracia" a expressão 'Participação social' me preocupa. Participação de quem? Como? Com que poder de palavras e ideias?
  9. Estrutura da Rede
  10. foto
  11. foto
  12. foto
  13. desenho explicativo sobre acalmamento
  14.  
  15. Rede Cicloviária Estrutural - A primeira vez que vi este slide lembrei imediatamente  do 'Plano de Avenidas da Cidade de São Paulo' do Prestes Maia apresentado na lá por 1933 ou 38. Tudo converge para o Centro, numa teia de aranha que não funcionou para automóveis e duvido que funcione para bicicletas. Este Plano Cicloviário propõe dois anéis, um nas marginais, outro em volta do Centro. Devem estar pensando no futuro da bicicleta elétrica. No caso das Marginais valerá a pena como espaço esportivo, de lazer, e principalmente para pressionar pela melhoria da qualidade das águas, o que já acontece na ciclovia CPTM do Pinheiros. As pontes para acessar a ciclovia junto aos rios custam uma nota preta e em vários casos é dificil ou até praticamente impossível de ser implantada.
  16. Rede Cicloviária Estrutural - Um detalhe: a ciclovia do rio Pinheiros é da CPTM. Os rios estão sob a responsabilidade legal de vários órgãos dos três níveis de poder, Federal, Estadual, Municipal, o que dificulta muito a implantação. No caso da Marginal Tiete não há espaço junto ao rio como no Pinheiros, portanto creio que estão falando sobre ciclovia à direita da via local da marginal, de certa forma também expressa, o que é bem complicado em vários sentidos, principalmente no que tange a segurança. O custo/benefício destas ciclovias pensadas com foco no transporte geral e de trabalhadores é outro problema a se colocar na balança. Ou faz um montão nos bairros ou faz alguns poucos km junto ao rio. Dinheiro não brota em árvore. Se estão pensando em tirar uma faixa esquerda de rodagem dos carros eu assino em baixo, pedido que uma vez fiz numa reunião no Palácio dos Bandeirantes e quase apanhei de todos, sem excessão. Está na hora devolver aos rios o que é deles, com direito a mata ciliar ou pelo menos um paisagismo descente. Não dá para manter a vergonha que está.
  17. Rede Cicloviária Estrutural
  18. Rede Cicloviária Estrutural
  19. .... - A teia de aranha é bonita, cheia, para todos lados, mas... Mas... eu ficaria com qualidade urbana como prioridade e ponto de partida. O resto é resto
Ok, o plano tem coisas 'legal', mas um pouco para a torcida classe média e para o pessoal interno PMSP. São Paulo teve milhões de planos maravilhosos que morreram pelo caminho por que a cidade é uma entidade viva, dinâmica, que não para. A sociedade (mundial) está sofrendo uma rápida transformação que ninguém sabe bem onde vai dar e junto com ela o futuro das cidades. 
Na situação que São Paulo se encontra, melhor, que ela foi deixada, destruída, o ideal seria um passo a passo de recuperação cuidadosa de ruas, bairros, áreas... Neste plano tudo converge para o Centro; portanto imagino haver um plano de recuperação do Centro paralelo, absolutamente prioritário. 
Um plano para a bicicleta pela bicicleta me desagrada, considero pobre. Não é sobre a bicicleta, mas sobre a vida na cidade; aí a bicicleta pode ser uma ferramenta preciosa. Repito isto a exaustão.
Por que não foi incluída a recuperação dos córregos? Sem água não vivemos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário