sexta-feira, 10 de junho de 2016

para Aparecida do Norte

Faz muito estou me devendo ir pedalando para Aparecida do Norte. Pagar promessa para mim mesmo, pedido para Deus do Céu me mandar de rezar o terço completo cada vez que eu escrever mim mesmo. Amim!, Ops, amém.
Faz um tempo estive em Aparecida para dar uma entrevista na TV Aparecida, que tem uma PQP (desculpe Senhor) audiência. Aproveitei para visitar a Basílica e fiquei muito impressionado com a beleza. Eu só a tinha visto em obras. Agora está terminada.
Fiz uma tentativa de ir pedalando faz uns meses, mas não deu certo. Errei, me superestimei, sai mais tarde do que devia, fiquei debaixo de um sol de racha coco, tive que fugir de uma tempestade e já no cruzamento para Mogi dei meia volta, pedalei a milhão feito um retardado até o aeroporto, cheguei lá nem gota caiu. Voltei para São Paulo de ônibus sem saber se estava feliz ou de orelhas de burro baixas. Castigo dos céus. Comporte-se menino, melhor velhinho. Hoje dou risada da cascata de trapalhadas.
Um dia destes tento de novo com menos entusiasmo e respeitando as regrinhas básicas.
Básico do básico: Fique de frente para um espelho e veja se consegue olhar quem está do outro lado. A maioria reza "espelho, espelho meu...". Tenho 61 anos, não tenho mais 35, mas... Bem, sendo realista..., não se pode comparar o que aconteceu no passado com o de hoje. Tudo mudou, você, a bicicleta, o trânsito, o acostamento, a cor dos meus cabelos...
Primeira regra: comece devagar e com distâncias mais curtas do que você imagina. Olhei, olhei os mapas, fiz uns cálculos, mais outros, e achei que conseguiria chegar em Guararema ou até mesmo a Jacareí. Sei como anda meu condicionamento físico e até onde posso chegar. Um pouco menos de 100 km num dia. Fácil. Fácil sem o stress da saída de São Paulo, que virou uma merda, perigosa, muito diferente de quando pedalei lá faz uns tantos anos. Tensão mata.
Nesta altura do campeonato (dos 61) o correto teria sido pedalar até um hotel em Guarulhos no primeiro dia e pronto. Eu teria deixado a loucura da saída de São Paulo para trás e teria uma segunda etapa muito mais tranquila tanto em distância como em stress.
Segunda regra: "Acorda vagabundo!" Mas que nada, acordei no horário normal, tomei o café da manha de sempre, ajeitei minhas tranqueiras e saí cedo. Cedo, mas um pouco tarde. Burrice. Mais cedo, menos calor. Bem cedo bem menos trânsito. Mesmo com tempo nublado é lógico que o meio dia sempre chega e com ele o calor tropical. E abriu um inesperado sol. Dancei. 
Terceira regra: Devagar se vai longe. Ainda consigo fazer 100 km em umas 4 horas, mas não se deve contar com esta média num passeio e com uma bicicleta mais lenta. O correto é fazer cálculo com médias bem abaixo das de treino. Que tal menos de 20 km/h? Tem o cafézinho, o pão de queijo, a parada parada uma foto... fazer pipi, fazer pipi, fazer pipi. Viva a diabetes! (Número 2 só no conforto do trono do quarto do hotel trancado a sete chaves e com fósforos na mão).
Tem mais regras. Eu mesmo escrevi o texto sobre ir mais longe e cicloturismo que está publicado na Escola de Bicicleta, mas rindo de minha própria vergonha não quero lembrá-los aqui. Quero me divertir. E exatamente porque quero me divertir vou brincar de fazer a coisa certa. Ainda chego em Aparecida. Vou rezar com fé agradecendo a graça de ter deixado a burrice para trás.
Não existe liberdade sem disciplina.

2 comentários:

  1. Devagar se vai longe, você chega lá!!!!!

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  2. Olá Paulo,
    Li seu texto gostaria de compartilhar que pretendo fazer essa locoura também!!!
    Não sou ciclista mas tenho essa meta e gostaria de cumprir ela este ano em out/2016, mês de grande movimentação em Aparecida!!!

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