sábado, 11 de junho de 2016

ciclistas na Rodovia Ayrton Senna

Ainda me lembro a primeira vez que pedalamos, eu, Tio Lu e Teresa, pelos primeiros quilômetros da Rodovia Ayrton Senna. Ir até o aeroporto de Guarulhos, o GRU, foi um dos "pedais especiais" que repetimos várias vezes. Lembro também a primeira vez que passei pelo acesso ao aeroporto e segui em frente no sentido de Mogi - Guaratingueta. Era uma estrada movimentada até um pouco depois da entrada para Jardim Helena, mas havia espaço para pedalar no acostamento e seguimos com certa tranquilidade.
vim a descobrir que existia uma ciclovia paralela à estrada sentido Capital muito depois quando um funcionário da rodovia me contou a história da sua construção. Coisa de um funcionário, um engenheiro se não me falha a memória, que quis frear o número absurdo de acidentes, inclusive com mortos, envolvendo ciclistas trabalhadores. Eu passava de carro por lá com frequência e nunca havia visto a bendita ciclovia. Só em 2011 é que fui pedalar nela. Começava no entrocamento com a Rodovia Hélio Smidt, a que vai até o aeroporto de Guarulhos, e seguia no sentido Mogi por uns 10 ou 15 km, exatamente a área de trânsito mais intenso e perigoso. Era estreita, mas segura, corria fora da estrada, depois do guard rail, tinha um acesso para a avenida Santos Dumont, onde fica o parque industrial de Guarulhos, outro para o Jardim Helena, talvez mais um outro, os necessários. O fato é que funcionava bem, salvou vidas, facilitou o uso da bicicleta e de pedestres que circulavam ali de madrugada. Junto com o adesivamento de refletivos nas bicicletas reduziu drasticamente os acidentes. 
Reformaram para alargar a Ayrton Senna, como fizeram em todas as grandes rodovias de acesso para São Paulo, e com isto boa parte da ciclovia desapareceu. Com o alargamento no sentido contrário, para o interior, boa parte do acostamento também desapareceu. Pedalar na Ayrton Senna ficou realmente perigoso, desagradável.  Deve ser um horror para os trabalhadores que madrugam.
Hoje o pior trecho é entre o Parque Ecológico do Tiete, passando pelo acesso / saída da rodovia Hélio Smidt, e até o acesso ao Jardim Helena. Praticamente não há acostamento e é horrível para o ciclista. Está quase pronta uma ciclovia paralela à estrada no sentido interior, ou seja, do lado contrário da antiga, mas, repito, está quase pronta... dá para pedalar em caso de desespero. E tem a ciclovia que vem desde a Penha, passa pelo parque Ecológico do Tiete e segue até a avenida Jacupessego, completamente isolada, bem construída, mas famosa pelos assaltos. Tem ainda a avenida Assis Ribeiro, paralela a estrada, mas horrorosa, para mim um dos locais mais desagradáveis da cidade. Enfim, ciclista não tem muita escapatória. 
 A antiga ciclovia, sentido Capital, ainda existe em alguns trechos, mas picotada, com acesso difícil, passando por um barranco muito alto e obrigando o ciclista a ir para o acostamento em vários pontos. O interessante no restou é que tem uma ponte onde instalaram uma passarela de aço apoiada na estrutura da ponte por mãos francesas, uma solução que chegamos a pedir para algumas pontes e viadutos de São Paulo e nos disseram ser impossível. 
A movimentação de ciclistas trabalhadores é altíssima na área, a maioria indo trabalhar no parque industrial de Cumbica, Guarulhos, que é cortado pela avenida Santos Dumont. Faz um bom tempo Reginaldo Paiva me levou para ver a multidão de trabalhadores pedestres e ciclistas que cruza pela ponte da avenida Assis Ribeiro para a avenida Santos Dumont em Guarulhos, isto de madrugada, entre 4:30 h e máximo 7:00 h. Uma loucura. A quantidade de ciclistas saindo da Ayrton Senna na cabeceira da ponte é enorme. São os ciclistas invisíveis para as autoridades porque só aparecem quando os colarinhos brancos ainda estão tomando café da manha.

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