Há vários tipos de pregos, mas vou dividir os que circulam soberbos
e felizes dentro da segregação ciclística em duas categorias: os que não sabem
pedalar e estão lá por que são conscientes de suas limitações; e os que se acham
grandes ciclistas, mas que não passam de mentecaptos com ímpetos assassinos ou
suicidas, o que não sei bem avaliar.
Fico feliz quando estou acompanhado de seres humanos que
simplesmente pedalam para frente normalmente, o que até acontece. Mas... é um
tanto frequente ficar enroscado entre os limitados que ainda precisam de uns
seis meses com rodinhas e os assassinos. Desagradável.
A primeira perna do meu trajeto foi por cima, pelo espigão (Pacaembu)
- Paulista - Jabaquara. Lá parei para a Missa de 7º dia do pai de Suzaninha
Nogueira na capela São Judas Tadeu. De lá voltei por baixo, pela Indianópolis –
República do Líbano. Se na ida fiquei louco com a falta de finesse e educação de
muitos, na volta vi um acidente estúpido, típico.
Um pouco a frente da São Judas passou por mim duas meninas
lindinhas, ambas vestindo o mesmo uniforme de ciclismo, pedalando bicicletas
speed com sapatilhas de clipe das bacanas, capacete, luvinha, óculos..., tudo
do melhor. Passaram tranquilas. No primeiro semáforo fechado as duas destravaram
a sapatilha muito antes de parar, deixando o trem de aterrisagem abanando em
pleno voo. Assustador! Na saída as duas só conseguiram travar o clipe depois de
muito olhar para baixo. Como pode?
Mais para frente, na descida da Indianópolis, paramos de
novo. A frente das lindinhas estava uma gorducha... desajeitada... abundada no
selim fino e duro de uma destas maravilhas de 1,99. Abriu o sinal e a gorducha
deu uma meio pedalada, para lá e para cá, para lá e para cá, ... e uma bonitinha
passou impiedosa... e a gorducha se assustou e deu mais outra (zig) meia
pedalada (zag)... e a segunda bonitinha foi passando... passando... raspando,
raspando, raspou, raspou a gorducha... “Segura... segura...” E lá se foi a gorduchinha,
cheia de chame, para o gramado do canteiro central voando sobre o guidão feito
Superman... Superwoman para ser politicamente correto. A bandeirinha local encolheu
a bunda... UAU! quase... e a aterrisagem se fez.
A bonitinha seguiu em frente uns 50 metros como se nada
houvesse acontecido. Ouviu meus urros, olhou para trás e viu que eu a seguiria
caso não parasse. Então teve a ‘delicadeza’ de voltar - quieta. A outra parou
mais a frente, tipo não vi, não ouvi, não sei, não foi comigo. Só decidiu
voltar quando dei um esporro pela falta de sensibilidade, de educação. E ai a
lindinha olhou para minha cara e perguntou onde estava o (meu) capacete?
Nenhum comentário:
Postar um comentário