segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Erro grosseiro

Colocar o material do site no ar não é simples, principalmente para quem não corre nas veias a técnica e facilidade que um jornalista tem para finalizar textos. Qualquer texto que vá para o site passa por um parto que demora no mínimo alguns dias. Primeiro pensa, daí escrivinha uma diretriz num pedaço de papel, joga no computador, faz a primeira revisão, que normalmente mostra erros crassos, faz a segunda revisão, com um pouco de sorte a coisa está resolvida por ai. Se não, deixa quieto uns dias, revê mais uma vez e finalmente manda para a revisão do português e só então sobre para o site.
Repensar o que você já escreveu inúmeras vezes é um pouco mais complicado porque os vícios fazem com que as mãos sempre caiam nas mesmas seqüências de letras, palavras, frases e pensamentos; mesmo que o que você queria escrever não tivesse nada a ver com o que acabou saindo. O óbvio sempre está grudado no nosso nariz e não o conseguimos enxergar. Repensar aqui não é escrever com outras palavras, mas transformar a idéia em algo mais apropriado, corrigindo os velhos erros. Quando a idéia implícita no texto já está vendida para sua própria alma há tempo os erros da leitura deste novo texto simplesmente são ajustados pelo celebro e o resultado da pretensa nova idéia escrita em novas palavras costuma continuar igual ao que era antes. Mudam a idéia, seguem as mesmas palavras.

Não vou dizer onde está, mas colocamos no ar um novo texto que deveria ser a releitura de velhos conceitos. Velhos, mas mais que nunca próprios. Mas da forma como estavam expostos havia, além de anacronismos, erros de venda do conceito em si. O óbvio sempre atrapalha porque é tão óbvio que o outro tem que entender automaticamente o que você não expressou verbalmente. Ninguém enxerga o letreiro passando dentro do seu celebro.

Feitos todos processos, revisões, correções, etc... e tais e quais, o material novo subiu para o site e quando abri para ver como havia ficado tive uma luz. Obrigado ao pessoal lá de Cima. Fizeram o mesmo que quando eu já tinha metade do meu livro de contos pronto, mas com mais bondade com minha estupidez. No caso do livro Eles (desculpem eu dedurar ou me eximir de minha própria culpa), provavelmente com sabedoria, simplesmente torraram o computador e tudo que havia dentro. O livro devia ser uma vergonha, mas Eles poderiam ser piedosos e pelo menos deixar o computador recuperável. Desta vez fizeram diferente: me induziram a abrir o texto e sentir-me uma besta. Paguei meus pecados com dor na consciência. Pior que ajoelhar em milho.

Minha melhor qualidade é pensar horizontal e ter grande dificuldade de pensar vertical. Com a maturidade estou aprendendo, a duras penas, a separar o joio do trigo, a farinha do pão, a padaria do cliente. Não sei se esta minha característica é coisa pessoal, se foi formação de família, ou se é algo inerente ao país que vivemos. A bem da verdade os três juntos, mas minha imaturidade ainda não me dá ferramentas para saber o que mais pesa na balança. Não tenho dúvida que a formação brasileira não faz o pensar racional e cartesiano, o que é uma pena.

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