sexta-feira, 29 de setembro de 2023

Imposto sobre bicicletas...

A bem da verdade nem li por completo as mensagens no Whatsapp sobre a mudança na tributação de bicicletas, mas pelo que entendi na confusão o imposto vai subir. Deprimente. 
Óbvio que não quero mais imposto sobre bicicletas, em especial sobre as populares. A formatação de impostos é uma questão de entendimento do que se pretende com as cidades e como melhorar a condição social de quem mais precisa. Desculpem, mas nem na esquerda a ideia do que a bicicleta pode oferecer está fincada em bases sólidas e críveis. Você colocaria suas fichas num setor cuja a base de desenvolvimento não vai além de implantar ciclovias e ciclofaixas? E o resto, todo o resto, tudo mais?  
Por outro lado, só acertar o imposto não é o suficiente. E lembrem se que a maioria dos que tem poder de mudar as regras tributárias são usuários de automóvel, ganham bem, são dito a elite (?), e talvez saiam para pedalar nos fins de semana. 
 

Whatsapp que mandei em resposta a um grupo de consultores:

Ou se pensa a bicicleta como um todo ou vai continuar este lenga lenga. A construção dos preços, que incluem impostos, é feita não só porque é bom ou ruim. Um setor que tem fartos desequilíbrios não é levado a sério.

De maneira muito clara, não fiquei na conversa sobre preço de bicicletas, mas agi, tomei atitudes. Aliás, Sérgio Bianco na época foi um dos únicos, diria o único que entendeu e apoiou levar reivindicações para autoridades e candidatos.

A formatação do custo final de um produto leva em conta inúmeros fatores, diretos, periféricos e indiretos.
Quer diminuir o custo da bicicleta? Para com brincadeira e força que bicicletas tenham qualidade.

Não sei o que o setor diz hoje sobre vida útil da bicicleta básica nacional, mas quando nós estávamos no olho do furacão (2005 - 2008) era de 6 anos. Seis anos com quantas manutenções, com que gasto com bicicletaria?
Uma Huffy, a mais básica de supermercado americano, que custa o mesmo que uma básica aqui no Brasil, dura décadas.

A Levorin fabricou pneus populares com defeito durante décadas e ninguém abriu a boca. Hoje a Michelin é a dona do negócio e pelo menos os Praianos, os mais baratos que são produto ainda da época da Levorin, agora rodam reto, mas ainda começam a mostrar a lona depois de três anos de uso.
Meus outros pneus rodam a mais de uma década.

Quer ser honesto com o usuário da bicicleta? Lutar por menos imposto faz sentido, mas não é só.
Não é o custo da bicicleta que está fazendo que o povo migre para a moto, mas a qualidade geral do que é oferecido.
Pela primeira vez na história a produção de motos superou a de bicicletas. Não haverá um recado aí?

Bicicleta vai cada dia melhor nas classes privilegiadas, entre os coxinhas, como gostam de me chamar. Parece que entre a população mais necessitada anda ao contrário.
Por que será? Só preço? Imposto incidente?

O que eu sempre pensei sobre imposto incidente sobre bicicletas está publicado provavelmente desde o começo dos anos 90, e não vou repetir. 

Hoje se apresentam duas questões, bicicletas populares e as caras.
Taxar bicicletas populares é uma vergonha. Já as mais caras não. Imposto progressivo? Por que não?

Outra coisa é a Zona França de Manaus, que é uma das jabuticabas deste país. Este é um senhor problema.

O ideal seria que fosse criado um macro planejamento para o setor industrial das bicicletas para médio e longo prazo, tendo como base qualidade.
Com algo consistente, realista, que prove um futuro promissor, a conversa muda, os caras escutam.

Qualidade? No Brasil? No setor de bicicletas?
Ainda trabalhamos no centésimo, quando se consegue. A maioria está no décimo. E o povo aceita.

Com toda esta confusão quem vai olhar com bons olhos e interesse para a bicicleta?
Quando a coisa é boa, bem feita, os olhos arregalam de interesse.

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