sábado, 25 de agosto de 2018

Alargar a Ciclovia Faria Lima

Mais que uma boa notícia, o número de ciclistas que passam pelo contador na ciclovia Faria Lima aponta para a necessidade de alargamento desta ciclovia num futuro muito próximo. Antes das novas bicicletas do Itaú não me lembro do contador chegar perto dos 4.000 ciclistas\dia de semana, o que logo depois delas passava diariamente. Depois da entrada das Yellow o número está quase nos 6.500 ciclistas\dia, pelo sim pelo não, 2+2=4, sorrisos nos rostos, a ótima notícia: com a estratégia correta dobrou o número de ciclistas na Faria Lima. E olha só: felizmente já é possível ouvir reclamação sobre o congestionamento na ciclovia.
Espero que esteja acontecendo o mesmo no resto da cidade. Na Ponte Cidade Jardim ajudei dois homens e uma mulher pedalando juntos nas Yellow que pediam orientação para chegar na Ponte do Socorro pela ciclovia Pinheiros. Opa! Longe, heim! Encontrei bicicletinhas amarelas estacionadas no pézinho numas ruas bem inesperadas, bem fora do circuito normal do pedal.
Mas voltando a Faria Lima; ontem tive que ir correndo para um PA (um conhecido teve um princípio de infarto) e para ir mais rápido cruzei a Faria Lima pedalando no meio do trânsito. Fazia um bom tempo que não pedalava como num vídeo game e adorei. Costurar os carros da avenida entupida deixando até moto para trás foi divertido, mas fiquei impressionadíssimo como piorou o trânsito. Pobres motoristas e motociclistas, não existe espaço sequer para passar bicicleta.
Cruzei a av. Rebouças em paralelo com um garoto pedalando uma bicicleta vermelha de estrada na ciclovia e cheguei bem a frente dele na av. Cidade Jardim, o que não esperava que fosse acontecer. Óbvio que pedalar na ciclovia é muito mais tranquilo que no meio dos carros da Faria Lima, mas mesmo pedalando rápido o ciclista da bicicleta vermelha demorou mais do que eu para cruzar aquele trecho de avenida.
No final da noite, por causa dos estúpidos faróis piscantes no olho, prefiro cruzar a Faria Lima pedalando junto aos carros e ônibus, e mantendo a mesma velocidade que os ciclistas na ciclovia vou um pouco mais rápido. A razão é simples: a fluidez do trânsito da avenida está calculada para beneficiar os automóveis, o que ainda faz sentido, mas deveria ser iniciado imediatamente estudos futuros para resolver o colapso na fluidez que começa a se instalar até na ciclovia. Numa avenida que não tem mais espaço para nada e ninguém onde encontrar mais espaço para quem quer que seja e todos juntos? Acabar com o canteiro central. Nunca! Tirar o que resta de verde? Sou totalmente contra. Tirar espaço dos automóveis? Imaginem só a gritaria! Desviar o trânsito para paralelas? Impossível, não existem paralelas, não exite caminho alternativo, ou passa pela avenida ou passa pela avenida, a matemática aí é simples, inequívoca e direta.
São Paulo, como boa parte das cidades brasileiras, tem um desenho urbano medieval e quis ter um trânsito com padrão americano. Não deu e nunca dará certo. E agora acha que ter ciclovias como das educadíssimas e organizadérrimas cidades de primeiro mundo vai resolver todos problemas. Com este nível de selvageria que estamos tendo inclusive entre ciclistas?
Só iremos resolver nosso entrave a partir do momento que nos portemos como gente civilizada e estamos um ano luz disto.

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