O que nos mata é o corporativismo. Muito pior que corrupção. Quanto teremos gasto de verbas públicas em projetos de baixa qualidade? E quantos destes projetos foram executados com a conivência de funcionários, inclusive técnicos e órgãos reguladores, que preferiram não fazer marola, marola esta que poderia bater no próprio nariz?
Num sistema corrompido pelo silêncio fica muito difícil saber como fazer a coisa certa. Sei porque já passei por situações que até hoje não consigo avaliar se agi corretamente ou não. Nada de suborno, de dinheiro, mas tudo a ver com competência, inteligência, conhecimento, aliás conhecimento para valer. Num sistema viciado, corporativo, se você chutar o pau da barraca você está fora, acabou. A funcionária inteligente, esforçada, que sabe o caminho das pedras e resolve pelo bem e para valer, fica cercada por uma cambada de puxa sacos, interesseiros, sacanas, retardados, todos concursados, que não podem ser demitidos. O que importa, o dinheiro público ou o salário no bolso? Hoje, com todas estas denúncias, começamos entender que o buraco é muito mais fundo do que imaginamos e, como diz a Eliane Cantanhêde, no fundo ainda tem um alçapão. A chave do alçapão costuma passar de mão em mão entre os funcionários para que não haja traição, para que o corporativismo não se desmonte. Triste, muito triste, mas triste mesmo, porque por onde passei convivi com muita gente da melhor qualidade emaranhada entre interesses pouco cidadãos e leis de boa intenção que lotam o inferno. Resultado? A socialização da miséria para todos, sem exceção.
Tem nossa imprensa, dos proprietários aos jornalistas, muitos sectários e por isto pouco investigativos, que por vários interesses e não rara mediocridade se cala ou, pior, nem chega perto. Jornalismo de qualidade? Sim, temos, mas chega ao grande público.
E finalmente temos nós. Olhe-se no espelho! Não preciso dizer mais nada.
Exagerado? É mesmo?
Somos todos humanos. Acontece em todas as partes do mundo. Questão de forma e escala. A civilização foi se acertando no meio desta baderna. Os que conseguiram riqueza, justiça social e progresso tiveram consciência de limites a serem respeitados, e quanto mais respeitados mais civilidade, equidade e progresso obtiveram.
Nós, brasileiros, estamos brincando com a palavra democracia. Democracia aqui, democracia acolá, como tico-tico no fubá. Viva Carmen Miranda! Viva a Banania!
Quem acompanhou as notícias sobre a queda da ciclovia Tim Maia ouviu provas de nossa insanidade: não foi levado em consideração as ressacas e as piores costumam acontecer no fim do outono e no inverno; as vigas não estavam travadas; uso de elemento vazado teria diluído a força de impacto da onda; não havia sinalização sobre ressaca; órgãos reguladores fecharam os olhos; naquele ponto a viga tinha um único apoio central, o que dá menos estabilidade do que os apoios duplos usados nas vigas vizinhas; o Prefeito disse que o TCE (se não me engano) reclamou que estavam usando muitos pinos para travar as vigas; as ondas batendo nos arcos do castelinho tem um perfil diferente e todo mundo sabe que ali elas sobem mais; não passou pedalando por ali nenhum engenheiro com um mínimo de conhecimento e bom senso; onde está o CREA?; onde estavam os outros órgãos representativos de classe?; ... E não param as declarações que apontam uma infinidade de disparates.
Silêncio!
"O Brasil é assim mesmo". O meu não quero que seja.
Tem nossa imprensa, dos proprietários aos jornalistas, muitos sectários e por isto pouco investigativos, que por vários interesses e não rara mediocridade se cala ou, pior, nem chega perto. Jornalismo de qualidade? Sim, temos, mas chega ao grande público.
E finalmente temos nós. Olhe-se no espelho! Não preciso dizer mais nada.
Exagerado? É mesmo?
Somos todos humanos. Acontece em todas as partes do mundo. Questão de forma e escala. A civilização foi se acertando no meio desta baderna. Os que conseguiram riqueza, justiça social e progresso tiveram consciência de limites a serem respeitados, e quanto mais respeitados mais civilidade, equidade e progresso obtiveram.
Nós, brasileiros, estamos brincando com a palavra democracia. Democracia aqui, democracia acolá, como tico-tico no fubá. Viva Carmen Miranda! Viva a Banania!
Quem acompanhou as notícias sobre a queda da ciclovia Tim Maia ouviu provas de nossa insanidade: não foi levado em consideração as ressacas e as piores costumam acontecer no fim do outono e no inverno; as vigas não estavam travadas; uso de elemento vazado teria diluído a força de impacto da onda; não havia sinalização sobre ressaca; órgãos reguladores fecharam os olhos; naquele ponto a viga tinha um único apoio central, o que dá menos estabilidade do que os apoios duplos usados nas vigas vizinhas; o Prefeito disse que o TCE (se não me engano) reclamou que estavam usando muitos pinos para travar as vigas; as ondas batendo nos arcos do castelinho tem um perfil diferente e todo mundo sabe que ali elas sobem mais; não passou pedalando por ali nenhum engenheiro com um mínimo de conhecimento e bom senso; onde está o CREA?; onde estavam os outros órgãos representativos de classe?; ... E não param as declarações que apontam uma infinidade de disparates.
Silêncio!
"O Brasil é assim mesmo". O meu não quero que seja.
PEGOU PESADO!!!!!Isso é bom se conseguisse desmontar a falta de caráter, a lavagem cerebral e a ambição desmedida. Mas o pegou pesado ou o "exagerado", q vc falou, não vai nem fazer cócegas ou riscar a falta de caráter dessa gentalha. E não estou falando só, da gentalha q povoa a mídia. Estou falando tb daquela q trabalha nas sombras dentro de qq instituição, presente em todas as escalas social e profissional. A burrice e a conivência, aliada à corrupção proliferam neste país . Discursos são interessantes, mas é necessário q haja ação.
ResponderExcluirEles não conseguem avaliar q dessa forma ninguém vai para frente e o país se enterra cada vez mais.
Voltando à ciclovia carioca,supondo que toda a estrutura estivesse correta, toda mt bem fixada; não haveria o risco, em dia de ressaca, claro, do pedestre ou ciclista ser arrastado p essa onda pq essa ciclovia se projeta sobre o mar. Pq já estive no Rio em dia de ressaca e essas ondas vão longe . Vc pode me responder essa dúvida. Obrigada .
Por partes.
ResponderExcluirO pessoal que sabe fazer conta macro econômica diz que o pior problema do Brasil não está na corrupção, mas em queimar, torrar, rasgar, desrespeitar dinheiro público com péssimos projetos e uma administração simplesmente ridícula.
Eu já tive experiência com mar bravo e ressaca, dentro do mar, digo. Não ouvi nenhum especialista falando a respeito do que aconteceria com um ciclista ou pedestre caso fosse pego por uma onda daquela força, mas acredito que seria carregado ou arremessado para o alto. Não sou especialista, só um curioso, um eterno xereta, e sei que é possível criar elementos que fazem com que a força da onda seja dividida em pequenos jatos de água, o que diminui muito o risco para pedestres e ciclistas. Eu gostaria de ver mais explicações e debates entre especialistas no assunto, e é isto que sinto muita falta na TV (e rádios) do Brasil. Aposto que na França, por exemplo, o assunto seria tema de longos programas que aprofundariam o saber da população leiga, como eu. Faz uma diferença brutal na qualidade do país que se constrói.
Penso que um dos grandes problemas do Brasil, está em pensar . Claro, que não é pensar em si mesmo, que isto o brasileiro faz e muito .
Excluir" Curiosa e bastante autêntica incapacidade de pensar. Esta é a essência da banalidade do mal". Hannah Arendt
"Nada é mais difícil que pensar ". Pascal- Filósofo francês