Na
padaria do supermercado é necessário pagar o pão num caixa instalado na própria
padaria, que fica no meio de todas outras mercadorias, longe das portas e
caixas. Tiveram que fazer assim por que há muita gente que come tudo entre a
padaria e o caixa, joga o saco fora e não paga. Outro dia estava o gerente ali
e começamos a conversar. “Porque não levam para a Delegacia os que não pagam?
Quanto são? Uns 20%; 30% ?” Ele continuou arrumando a prateleira até tomar
folego para a resposta. Levantou-se e disse com uma infeliz calma: “Esta padaria
fazia R$ 20,00 reais por dia. Hoje, quando faz pouco, faz R$ 1.200,00”.
O “assalto”
da moto na av. dos Bandeirantes dá bem o tom dos dias de hoje. O casal para no
semáforo com sua supermoto zero; vem dois noutra moto, anuncia o assalto, o
dono da supermoto tenta fugir, toma um primeiro tiro, bate num carro que está
cruzando a avenida, cai no chão com a garupa, sua mulher. E aqui começa a
verdade de nosso Brasil: os assaltantes aceleram, param ao lado dos dois caídos,
executam os dois no chão e vão embora. Bang bang!
Que
diferença faz numa cidade que tem uns 10 mortos por noite? (Mesmo com esta crise São Paulo continua sendo dos lugares mais seguros deste país). Que diferença faz no
país do nunca antes houve violência igual? Que diferença faz comer dentro do
supermercado e não pagar? Belo socialismo! Meus parabéns!
Façamos
justiça: Brasil sempre foi um país violento. Não é de hoje, nem culpa exclusiva
dos donos do nunca antes. O que faz diferença é que o “nunca antes” é pretensão
grosseira, prepotência burra, mediocridade sem fim. É um exemplo altamente
destrutivo. Quais são os números do militares mesmo? Quais são os números
atuais? “Quem matou mais?”, usando a pergunta que a pseudo-esquerda tanto repete.
Deprimente!
“Ao
socialismo se vai em bicicleta”. Gosto de repetir sempre por que é a pura
verdade. A construção de uma nova sociedade, mais justa, menos violenta, se faz
usando experiências que deram certo, como a da bicicleta. Só ela resolve tudo?
Obviamente não, mas a bicicleta traz consigo uma “cultura de paz”, induz a maioria
dos seus usuários para o bem. Assim como o caminhar, o conviver, o falar, o
respeitar...., enfim: viver e deixar viver.
No
próximo domingo vai acontecer a Rota Márcia Prado 2012 e uma multidão vai
descer pedalando para Santos. Já deve ter algo próximo a 6 mil inscritos. Eu
torço para que chegue aos 10 mil ou mais. Que seja o caos. Abriram a caixa de
pandora, pois que aguentem com as consequências. Não acho responsável mudar da
água poluída para a cachaça do dia para noite, por que a festa vai descambar
para o pó, ou as pedras, a escolha. Mas se
caixa de pandora da liberdade está aberta, vamos nesta.
Felicidade
coletiva é a melhor coisa do mundo, mesmo que se tenha que passar por cima de
uma série de leis que vão contra. Das mais variadas, mas vide o Código de
Trânsito Brasileiro, que lendo calmamente mostra seu lado “código de trânsito
para fluidez de veículos em vias”. Ups! Esqueceram do resto: pedestres,
ciclistas e deficientes? Não esqueceram, mas... , pegaria mal. Amassa capô. Que
chato!
Que
seja! O medo de muitos que vão participar da Rota Márcia Prado é a passagem pela
estrada de manutenção, onde sempre há assaltantes. Sim, eles estão lá faz tempo
e como ninguém faz absolutamente nada lá ficarão. Espero que ninguém tome
tiros. Talvez algumas bicicletas sejam roubadas, mas faz parte. Sempre há o
nunca antes. Parafraseando o Maluf, aquele que apoiou o Haddad lado a lado com o
também honestíssimo Lula: “roubar pode, mas matar não”.
Bang
bang!
Veja o Roda Viva com o
Claudio Beato - Professor da UFMG. Coordenador do CRISP - Centro de
Estudos em Criminalidade e Segurança Pública. Imperdível e de arrepiar:
http://tvcultura.cmais.com.br/rodaviva/claudio-beato
Belo texto, me lembra o estilo lúcido e mordaz do Roberto Saviano.
ResponderExcluirLeonardo
Obrigado.
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