segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Funcionou!

Não foi fácil esperar para ver o que de fato iria acontecer com a Ciclo Faixa que seria inaugurada com sua abertura para o público já às 07:00h de domingo, e com um ato oficial às 10h30m. O que me passava pela cabeça era um tanto bipolar: ou quero que dê muito certo ou dê muito errado. O único centro verdadeiro, tirada minha grande ansiedade, era o profundo desejo que o ciclista e a bicicleta saíssem fortalecidos deste novo marco da história da bicicleta paulistana. Já disse e repito agora que sei que foi um sucesso: este projeto tem um monte de buracos e abre precedentes que não se sabe bem no que pode dar.
Cruzamos a ponte Cidade Jardim e por sorte vimos os ciclistas da Volta Ciclística de São Paulo passando. É impressionante o ritmo deles. Entramos na Ciclo Faixa pelo Parque do Povo, que cedo ainda estava muito calmo. De cara fizemos o primeiro trecho, do parque até a Juscelino Kubistchek, pela avenida e não pela calçada. É um dos trechos que me incomoda muito. Ciclista na calçada nas proximidades de parque pode criar conflito com pedestres e deficientes de mobilidade – leia-se mães com carrinho de bebe. Já na primeira esquina ficou clara que os funcionários da CET e o pessoal de apoio foram muito bem treinados. Com calma e muita educação pediram que cruzássemos na calçada e assim fomos orientados etapa por etapa a entrar na ciclo faixa segregada por cones da Juscelino. De lá até o Parque das Bicicletas tudo bem sinalizado e orientado. Quis gravar entrevista com um dos marronzinhos, funcionários de rua da CET, mas ele disse que não podia falar e pediu-me para procurar a assessoria de imprensa da própria CET. Continuei pedalando e filmando, num começo de vida da Ciclo Faixa e de um domingo que seria terrivelmente quente e animado.
O ponto central do evento, no Parque das Bicicletas, com umas tantas barracas, foi aos poucos ficando cheio, e de tempo e tempo a sensação que tive era que saia uma leva de ciclistas para pedalar na Ciclo Faixa. Bem organizado, com distribuição de camisetas, água, e outros mais. Lá fora o primeiro ponto que me preocupa é o cruzamento das avenidas Ibirapuera com República do Líbano, no qual os ciclistas são obrigados a cruzar a pé. Nos momentos de pico a coisa fica um pouco confusa, mas para primeiro dia tudo era festa e só com raras exceções houve indisciplinas e maus comportamentos. A cara do pessoal era de festa. Bom ver tantos ciclistas paulistanos felizes juntos. Pelo menos no domingo de 7h às 12h.
O ponto que tem que ser resolvido com mais urgência, segundo me disseram, é o cruzamento da Juscelino com a Faria Lima, duas grandes avenidas. Neste ponto o ciclista é tirado de junto ao canteiro central, tem cruzar a Faria Lima a pé, e ai segue pela calçada até cruzar a Juscelino. Deve ter dado alguma confusão porque mais de uma pessoa avisou que não funcionou. Não vi pessoalmente porque fiquei entrevistando e filmando na República do Libano e Hélio Pelegrino.
Um ponto: O Estado de São Paulo divulgou um mapa errado sobre o trajeto, não sei se na sexta-feira ou no sábado. Pelo trajeto do Estadão a Ciclo Faixa sairia da República do Líbano, desceria a Hélio Pelegrino, entraria na av. Santo Amaro e daí pegaria a Juscelino. Uma besteira, dita errata, que não poderia ter acontecido. Não fez diferença no local, mas deu o que pensar num monte de gente que pensou que a bicicleta iria circular no corredor de ônibus da Santo Amaro. De qualquer forma a comunicação foi feita às pressas e mesmo assim foi boa e eficiente. Não tenho o número oficial, mas parece que pedalaram ai mais de 9 mil. Bom para o primeiro dia. Vamos ver como cresce a coisa.
A maioria dos que entrevistei estavam muito felizes e esperançosos sobre novos tempos. Os que encontrei pelo caminho que são macacos velhos e lutam a muito pela questão da bicicleta vieram me cumprimentar pelo sucesso. Não tenho nada a ver com este projeto e o resultado é mérito do pessoal da CET.
O final da história é o seguinte: foi inaugurado, foi um sucesso, e espero que continue sucesso. Provavelmente a CET terá que fazer correções, o que eles tinham consciência que seria necessário.
O que espero mesmo é que os ciclistas paulistanos comecem a exigir a implantação deste mesmo sistema em toda cidade. Se implantaram aqui podem implantar em toda a cidade. Ou os custos operacionais são muito altos e fica complicado?
Este texto foi escrito de enfiada, portanto não tem a correção habitual.

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