domingo, 24 de março de 2024

Há saída para a crise da bicicleta?

Há uma saída para a crise...? Sim, há. Sempre há saídas para qualquer crise. O caso da bicicleta não é diferente.

Assim como o automóvel particular, a bicicleta, a movida a propulsão humana, não elétrica, não deve desaparecer. São várias as razões, mas o prazer de pedalar, o bem-estar, a sensação de poder, dentre outras que são e continuarão sendo à únicas bicicleta. O que resta saber é qual a escala que o futuro reserva para a bicicleta tradicional. Talvez alguém tenha uma projeção, mas eu nunca vi. Quanto espaço ela perderá para as elétricas, o que é líquido e certo, é o que definirá como fica o setor produtivo, de vendas e manutenção. O resto, estrutura urbana e afins, talvez sofra alguma mudança, mas ainda não dá para prever qual. 

O que quer que venha acontecer, o futuro da bicicleta dependerá e muito da cultura do pedal estabelecida em cada população. 

Ponto básico: nada está isolado, tudo está interligado, inclusive e com certeza o setor da bicicleta também. 
Faço um aparte; o mundo está globalizado, como esteve desde..., (na minha ignorância) vou colocar o Império Romano. A diferença é que hoje estamos muito mais conectados e uma mudança da China tem reflexos praticamente imediatos no resto do planeta. Não precisa ser ligado diretamente ao setor afetado, muito pelo contrário.
 
Acontece alguma coisa que parece não ter nada a ver e pimba! acertou em cheio no setor de bicicletas. Pode ser até fake news ou notícias vindas de um mago das redes sociais.
 
Dados de PIB e IDH comparados com o número de usuários da bicicleta apontam uma relação direta entre o número de usuários de bicicleta, estabilidade individual, social e do setor. Quanto mais ciclistas, melhor o PIB e o IDH, aliás, menor o índice de violência, melhor a saúde, melhor a educação das crianças, melhor o comércio interno do bairro..., melhor, melhor, melhor, melhor..., e muito menos trancos no setor.

Outro fator extremamente importante é o nível educacional e cultural dos usuários. Quanto mais alto, menor a possibilidade de embarcarem numa moda ou desvairio. 

Quando se coloca no cálculo nível educacional, consciência, civilidade, forma, função, tudo com boa qualidade, a reposição geral do setor de bicicleta se torna lenta, ou, o setor caminha devagar e sempre, sem grandes picos para cima ou para baixo.
Já quando os índices sociais são baixos, como é o nosso caso, parte do mercado vai aos trancos, parte vai relativamente bem por conta da baixa qualidade das bicicletas vendidas para a população de baixa renda. Custa barato, quebra, troca pelo mais barato, troca de novo...

Houveram outras crises no setor de bicicleta além desta que estamos vivendo. A que se apresenta é profunda, resultado de um erro grosseiro de avaliação de todo o setor, que embarcou numa bolha previsível e muito inflada pela pandemia mundial.

Repito: "Não é vender bicicletas. É vender uma ideia, mais, contextualizar um conceito sem cair na armadilha do óbvio, e sem acreditar em cenários que não se sustentam" ouvi num almoço.

O maior inimigo que a bicicleta (bicicleta de verdade, as movidas por arroz e feijão e pedal) são as elétricas. Espero que a sociedade entenda o que está acontecendo.

Tem um "pequeno" detalhe que não se pode descartar: a China veio a público para avisar que está mudando sua política industrial, portanto comercial. Eles querem e estão entrando e vão entrar mais pesado ainda no setor de mobilidades elétricas, inclusive com preços subsidiados. Para se fazer ideia da brincadeira, em uma das fábricas de automóveis elétricos mais modernas do planeta, a Nio, a China está perdendo US$ 35.000,00 em cada automóvel vendido. Não, não estou maluco, a cada automóvel vendido eles perdem US$ 35 mil, ou, 35 mil dólares, como queira, simples assim. Se eles 'brincam' assim no mercado de automóveis, porque não vão brincar da mesma forma no mercado de mobilidade elétrica que o planeta aposta que é futuro da humanidade?
E o governo central chinês avisou que a política industrial deles vai dar um imenso pula para a sofisticação tecnológica, o que deixa dúvida de como ficarão os setor de tecnologia mais básica, o que inclui o das bicicletas.

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