terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Carnaval de São Paulo. Carnaval?

Já participei de vários carnavais. Ganhei gosto aqui em São Paulo. Fui várias vezes para o Rio de Janeiro onde vi e participei muito timidamente de blocos, tive a sorte de ver o último ano da Rio Branco, e cheguei até a desfilar numa escola grande do grupo de acesso. Morei em Olinda e vi maravilhado o pré carnaval da cidade, que na época era ainda pureza e diversão familiar só. O carnaval em si de Olinda de 1986 foi de arrepiar, só estando lá e naquela época para entender. Depois do Bacalhau do Batata, que conheci pessoalmente, saia o A Jaula, bloco dos que haviam passado o carnaval presos por bebedeira, briga e outras besteiras (?!?). E para terminar, na meia noite de quarta-feira de cinzas saía "A Bruxa", na verdade o boneco da Menina da Tarde maquiada, com um nariz horrível, roupas pretas, chapeu e um cigarro de maconha de quase um metro de comprimento na boca - lógico aceso. Na quinta-feira de manhãzinha tinha gente chapada dormindo no meio de boa parte das ruas de Olinda. Dava seguir exatamente o trajeto da Bruxa pelos feijõeszinhos jogados dormindo nos paralelepípedos. E outras histórias mais. 


Participei fantasiado de clóvis (ou bate bola) aqui em São Paulo; fui a clubes, vi as escolas de samba na Tiradentes e no Sambódromo...
Não sou de ficar pulando o tempo todo, mas sei bem o que é carnaval, aquele que bate no coração. Até um poste fica contaminado pela boa alegria.

 Fico feliz, muito feliz, com a explosão que o carnaval paulistano teve. Bloco para tudo quanto é lado, muita gente na rua, muita gente mesmo. Mas...
Moro próximo do Largo de Pinheiros e circulei um pouco. Hoje fui até o Centro. Sempre muita agitação, muito zum zum zum, mas pouco samba no pé, frevo, pulação baiana. Muita bebida e celular na mão, bem pouco carnaval. Bem mais tranquilo do que esperava. A bem da verdade xoxo. 

Este ano São Paulo, Sampa, ganhou espaço nacional no carnaval. Foi a bola da vez. Bravo. Agora precisa contradizer Vinícios de Moraes que disse que "São Paulo é o túmulo do samba..." Vamos lá minha gente! Samba para frente! Samba! Tivemos uma bela festa... um bom começo.

Fiquei hiper feliz por ver o pequeno carnaval dos Bolivianos no Memorial da América Latina. Lindo, mágico, puro, consistente. Pena que não saiam pelas ruas da cidade. Merecem mais atenção.










domingo, 19 de fevereiro de 2017

Duas costelas quebradas por pura burrice

Acordei cedo e trabalhei até lá pelas 11:30 h, quando sai para dar uma corridinha a pé antes do almoço. Peguei a bicicleta e sai pedalando como uma criança rumo ao parque... e voltei com duas costelas quebradas para casa. A molecagem resultou num beijo frontal com um Honda Civic, um voo de Superman que acabou num test driver do para-brisa e sua coluna esquerda. Moral da história: "Mamãe, não quero mais brincar de duplê!"
E começaram me perguntar porque estou dolorido e pedir para contar como foi o acidente. 
- Fui eu. Eu fui o culpado.
- E o carro, estava devagar?
- Estava devagar, mas ele não teve nenhuma culpa. A culpa foi minha. Eu vinha a milhão feito um moleque e me distrai.
- Mas o carro estava devagar?
- Estava quase parado. 
- Mas deveria estar mais devagar...
- A culpa foi minha. Ele estava dobrando uma esquina que é um bico de pato em subida e fica difícil de ver quem vem. Ele estava quase parado e eu estava quase no meio da rua... e me distraí.
- Ele parou para socorrer?
- Parou...
Praticamente a mesma  conversa foi repetida algumas vezes, com pessoas diferentes. Todos não conseguiam entender que o culpado fui eu. Ciclista não tem culpa... Não sei quanto aos outros, mas eu sei o que fiz e fiz burrice.

Pensando em detalhes e olhando com os olhos do advogado do diabo foi uma cascata de erros e infrações de trânsito. Vamos lá:
  • eu vinha a milhão na descida, talvez acima da velocidade máxima local: erro meu
  • com velocidade é bom ficar longe dos carros para evitar pegar uma porta abrindo. Eu estava no limite da minha faixa de rodagem. Não há pintura de faixa no local. O lado direito da via, onde eu estava, tinha carros estacionados onde há  duas placas de proibido estacionar.  
  • na esquina onde bati havia carros estacionados dos dois lados, inclusive no bico de pato onde dobrou o Civic. A lei diz que         Art. 181. Estacionar o veículo:
            I - nas esquinas e a menos de cinco metros do bordo do alinhamento da via transversal:
    portanto não poderia haver carros estacionados ali. As razões para esta proibição são essencialmente duas: diminuição da visão do motorista (também de pedestres e ciclistas) que está dobrando a esquina e diminuição do leito carroçável o que obriga o motorista fazer uma curva mais aberta. Mesmo assim o erro é meu porque pedalando tenho que prever esta situação, ou seja, tenho que praticar direção defensiva, principalmente conduzindo um veículo de duas rodas.
  • é praticamente impossível um carro dobrar uma  esquina tão fechada como aquela em alta velocidade. A curva do Tabaco, em Mônaco, é feita por um F1 a uns 60 km/h. O Civic no qual bati estava praticamente parado.
  • o limite da faixa de rodagem de cada um não está demarcada por pintura, o que deveria estar por ser um local de bom fluxo de veículos. O Hospital São Luis fica logo ali. Erro da CET; mas se eu tivesse feito a aproximação da curva numa velocidade mais compatível com a situação teria tido tempo de desviar. Um erro não justifica o outro. Erro meu.
  • o golpe fatal foi que no momento que estava freando olhei para uma placa de sinalização que estava encoberta pelos galhos de uma árvore, que deveria estar podada, responsabilidade da Prefeitura. Quando voltei os olhos para frente já estava batendo; só tive tempo de encolher as pernas. Erro meu.
Quebrei as costelas por causa de uma cascata de erros, a maioria meus. Todos acidentes são assim. É muito raro haver só uma causa de acidente, normalmente é uma sequência de erros e falhas. Se não entender isto vai continuar sofrendo acidentes e incidentes e colocando a culpa nos outros. "Meu filho, onde você errou", obrigado mãe por ter incrustado isto na minha cabeça. 
- E a bicicleta?
- Esta perfeita. Voltei pedalando ela para casa. Tive reflexo para levantar as pernas e soltar a bicicleta na hora o impacto. Ela está perfeita.

PS.: acabei de voltar do local onde foi o acidente. Enquanto estava tentando entender o que aconteceu por pouco não vi o acidente se repetir com uma menina. 
É necessária uma intervenção da CET no local para sinalizar corretamente e de preferência fazer um acalmamento de trânsito (traffic calming)

domingo, 12 de fevereiro de 2017

Ciclovias paulistana: ...não faz nada e vai desaparecer...

Tem gente que está dentro do circo que diz que "a posição (da Prefeitura) de Doria é simplesmente deixar as ciclovias e ciclofaixas do jeito que estão"..., portanto a pintura vai desbotar, os tijolinhos refletivos vão acabar soltando, e muito das ciclovias (ciclofaixas) do Haddad vai desaparecer. Pura maldade, pura má vontade com os ciclistas?
Muito antes da eleição que levou Doria à Prefeitura já tinha ouvido de vários lados que não havia sido colocada no orçamento de São Paulo verba de manutenção para o sistema cicloviário. Nada de anormal neste país onde ninguém pensa em manutenção, ainda mais no meio do caos econômico dos dois últimos anos da administração Haddad. Mesmo que Haddad continuasse no cargo mui provavelmente os 400 km também estariam fadados a desmanchar lentamente.

E a pergunta continua a ser buzinada sem parar: "O que se faz com isto (os 400 km que por pura maldade serão abandonados a própria sorte)?"
Já publiquei um roteiro do que penso que se deva fazer, mas pensando bem...
O que está sendo usado não vai morrer, isto é liquido e certo. Pensar em complô contra a bicicleta é patético porque ela está ai para ficar - ponto. A questão é outra.
Tem muitos km que se desaparecerem não farão diferença nenhuma. Aliás, farão: dinheiro jogado no lixo. Numas não passa ninguém, noutras são um absurdo técnico sem tamanho e o ciclista prefere pedalar com o trânsito, que diferença faz se sumirem? Quem quer que fosse o Prefeito, com um mínimo de bom senso não se perguntaria "porque colocar dinheiro, que já é curto, em erro grosseiro que não tem futuro?" Mais, politicamente já deu o que tinha que dar.
Nas ciclovias que estão sendo utilizadas há muitos problemas técnicos, de segurança e de manutenção, a serem trabalhados, o que demanda verbas que nesta tormenta pós Dilma inexistente. 
Por exemplo:
A ciclovia da rua Artur de Azevedo, que é bem usada, começa nos fundos do HC, Hospital das Clínicas e termina praticamente na ciclovia Faria Lima. É paralela a av. Rebouças, que tem uma topografia bem mais amigável, plana e com subida suave, calçadas largas, pouco usadas por pedestres e desde sempre usadas por ciclistas. A Rebouças é o caminho mais rápido e lógico para ciclistas num raio de 500 metros, muito mais sensato que a escolhida Artur de Azevedo. 
A ciclovia (ciclofaixa) Artur de Azevedo desce, sobe, desce, sobe, é interrompida exatamente no cruzamento da larga, movimentada e com conversão a esquerda av. Henrique Schaumann. Vale ficar assistindo neste cruzamento as loucuras que os ciclistas fazem para seguir seu caminho natural, seja descendo na mão ou subindo contra o tráfego da Artur e, pasmem!: por milagre ninguém morreu ali. Quando a ciclovia (ciclofaixa) Artur de Azevedo chega na rua Cunha Gago, a 70 metros da rua dos Pinheiros que se vê logo a frente, sabe-se lá porque vira a esquerda para chegar na mesma rua dos Pinheiros, dobrar a direita e seguir para a ciclovia Faria Lima dando a volta no quarteirão e cruzando a Artur de Azevedo. E é óbvio ululante que todos ciclistas fazem o caminho mais lógico, ou seja, seguem reto pela Artur de Azevedo e pedalam sem ciclovia (ciclofaixa), no meio dos carros, na mão e na contramão. Nossa Senhora! Incrível! Ninguém morreu ali. São inúmeros os erros crassos espalhados pelos ditos 400 km de vias cicláveis paulisanasHoje tem ciclista por tudo quanto é lado, não só no que foi implantado por Haddad / Tatto. São Paulo tem mais de 17 mil km de vias. Tudo leva a conclusão que "talvez" os motoristas paulistanos não sejam tão assassinos assim como o movimento cicloativista fez questão de acusar aos gritos e chutando portas de carros. Também "talvez" o trânsito não tivesse vivência e depois de um certo tempo tenha se acostumado com os ciclistas, o que era de se esperar.
Dito isto digo que não estou nem um pouco preocupado se boa parte desta porcariada desapareça. Vai fazer muita diferença para o ciclista? Os números apontam para um não retumbante. Não, não fará diferença. Aliás, fará. O cicloativismo tanto falou sobre os horrores do trânsito que a ladainha colou e tem gente com medo de pedalar, mas não consegue justificar, só repetem que fora da ciclovia é perigoso. E dentro? 
O desmanchar de muitas ciclovias \ ciclofaixas fazer um estrago político / ideológico, e é isto que interessa ao circo: quem sairá perdendo. O prejuízo causado pelo mal feito que se dane.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Comer mal em São Paulo

Ontem, domingo, saímos para pedalar num grupo de velhos e bons amigos. As meninas do Saia na Noite, Vera, Vera, Laura, Teresa, Lola; mais Zé e o filho Paulinho, o casal Tomaz e Cintia, e a família Fila, Laura e as meninas Bruna e Helena. Zé, Tomaz e Fila, velhos e bons amigos, infelizmente eu não via faz tempo. Ótimo passeio pela Pompéia e Centro. E ai bateu a fome na tropa.
Restaurante é o que não falta em São Paulo. Muita enganação, mas muita enganação mesmo. Alguns poucos bons e bem poucos que realmente valem a pena. E um pequeno detalhe: onze bicicletas para estacionar. Ai complica muito. Deixar as bicicletas na rua nem pensar; os roubos são cada dia mais frequentes e os ladrões cada dia mais rápidos e sofisticados. (No final conto uma historinha a respeito).
Lá no Centro se fez a sugestão de “massa” e no começo da descida para os bairros, ou seja, lá pela Paulista. Por minha sugestão fomos para uma cantina que fica na Haddock Lobo logo depois da Al. Santos que tem estacionamento ao lado. Hoje é o dia seguinte e comida continua passeando. Não é esta cantina que é fraca, são praticamente todas. Genérico sim!
Como a maioria das cantinas o local é alegre, cheio de bandeiras, camisetas de times, fotos e mapas penduradas no teto e paredes. O couvert vem com um ótimo pão italiano (e custa caro) os pratos são imensos, servem duas ou mais pessoas, o gosto para lá de duvidoso, e a conta, é..., a conta, pesada, bem pesada. Deu praticamente R$ 100,00 por pessoa. Ops!
Vamos lá: R$ 100,00 por pessoa, quais seriam as outras opções?
Se tivéssemos ido no Pasta Gialla da Lorena ou no Zena da Peixoto Gomide, só para citar dois restaurantes italianos bons, confiáveis, nas proximidades, a conta sairia praticamente os mesmos R$ 100,00 por pessoa, provavelmente menos. Eu pensei no Viena do Conjunto Nacional, que é buffet variado e de ótima qualidade, que tem um preço que a princípio parece salgado, mas vale cada centavo e também custaria menos que a cantina. Onde colocar as bicicletas? (O estacionamento de bicicletas no subsolo do Conjunto Nacional é complicado de usar, fica longe do Viena, e mesmo todo fechado e aparentemente seguro tem histórias estranhas).
Vai em cantina paulistana quem não sabe comer e não faz ideia do que seja comida italiana. Talvez minha dor matinal no estomago seja pela comida, talvez um pouco pela raiva do que paguei, jamais pela companhia dos bons amigos. Cantina? Jamais!


Enquanto esperávamos por todos numa padaria da Faria Lima, de frente para a rua Eliza Pereira de Barros, de onde partimos, vimos um cara com uma bicicleta vagabunda parado sobre a faixa de pedestres olhando as bicicletas passar e logo em seguida falando no celular. Ladrão selecionando o que roubar? Bem provável.  Mais estranho, passando pela porta da padaria um “mendigo” de cobertor velho nas costas, bermuda de ciclismo em lycra e.... no celular. Chamei 190 e espero que tenham ido atrás para verificar.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Ciclistas assassinados? Como assim?

Mais uma vez recebi uma mensagem na qual se lê

ciclistas foram assassinados... Os dois casos acabam de acontecer em Manaus.
  
Pelo que se entende do que li nesta mensagem o processo sobre estes acidentes em Manaus envolvendo os dois ciclistas estão transitados e julgados e os responsáveis foram considerados por jure popular culpados por homicídio doloso, provavelmente dolo direto, vulgo assassinato.
Palavras tem peso. Não medir palavras normalmente gera atritos, o que via de regra é contra produtivo. Deixar portas abertas é bom para qualquer processo, até quando um “inimigo” está envolvido.
Qualquer sistema que seja realmente seguro evita afirmações drásticas porque levam a desvios, a erros, a enganos e não a verdade.  Só se chega a segurança através de uma análise fria, algumas vezes dolorosa, dos fatos reais. Segurança está diretamente ligada à verdade, nunca a especulações. Especulações geralmente levam a repetição do acidente.
Mesmo que não haja qualquer dúvida sobre o culpado é sempre recomendável perguntar “bom, e aí, o que mais, o que está faltando neste quebra-cabeças?”. Quanto mais dúvida sobre o que parece lógico mais se caminha no sentido da segurança.


  • Poucos aqui no Brasil levam em consideração a condição da via e do local onde ocorreu o acidente. Caso via ou localidade não estejam em conforme com a lei (e com o bom senso), o que é comum principalmente no viário brasileiro, a responsabilidade também deve ser imputada a quem é responsável dentro do poder público.
  • É relativamente comum ocorrerem acidentes que são causados por falha mecânica da bicicleta, ou falta de refletores, obrigatórios por lei e importantíssimos para a segurança do ciclista na falta de luz do dia.
    O próprio setor da bicicleta reconhece que há um problema (que considero gravíssimo) de qualidade nas bicicletas nacionais, que falham e ou quebram com facilidade colocando em risco o ciclista. Uma das concessionárias de rodovias de São Paulo, se não me falha a memória a da rodovia que passa por Rio Claro, levantou dados que apontam que mais de um terço dos acidentes fatais com ciclistas ocorrem por falha mecânica da própria bicicleta.
    Os refletores fabricados e distribuídos no Brasil têm fixação à bicicleta frágil e, via de regra, caem ou mudam da posição correta, se transformando em objeto inútil. A falta de um refletor é responsabilidade do ciclista, do fabricante da bicicleta ou do governo que não controla a qualidade destes?
  • Bicicleta é considerado pelo CTB um veículo, portanto o ciclista é condutor de um veículo.  Vendo a situação como ciclista sei que tem muito ciclista que pedala mal ou de forma imprudente. Mesmo que o ciclista não tenha responsabilidade no acidente é útil para segurança de todos tentar ver o que este ciclista poderia ter feito diferente.  
  • Não cumprimento da responsabilidade sobre a educação pelo trânsito...
  • Problemas na manutenção da frota de veículos...
  • Falta de polícia técnica e legistas...
  • Falta de banco de dados confiável...
  • DENATRAN que ficou um ano sem presidência e inoperante...
  • CTB com falhas e rodoviarista...
  • Técnicos mal treinados...
  • Falta de verbas...
  • Silêncio macabro da sociedade, de toda sociedade, sem nenhuma exceção, com o genocídio geral...
  • Etc...
  • Etc...
Fico muito feliz que os ciclistas pressionem as autoridades, mas me preocupa este tipo de discurso, mesmo que seja de uns poucos. O Brasil é um dos campeões mundiais de violência e só vamos sair desta situação horrorosa quando começarmos a buscar as verdadeiras razões para este banho de sangue. Apontar o dedo na cara do outro só vai prolongar nossa absurda agonia.

Como ciclista tenho certeza de minhas responsabilidades com a sociedade, com o Brasil, não só com os ciclistas. Acredito piamente que a bicicleta pela bicicleta só complica, só atrasa, só serve para uns poucos.