sábado, 2 de novembro de 2019

Dentadura perdida

Quando estava entrando na avenida Vitor Manzini acelerei para ver se conseguia chegar no pelotão que acabava de entrar na Ponte do Socorro sentido Guarapiranga. No meio da ponte, já bem próximo ao pelotão, vejo a direita dois velhinhos acenando desesperados para mim e gritando "Para! para!". Parei. Os dois velhinhos apontavam para baixo e o mais velho pediu "Pega para mim aquela coisa" que apontava. Olhei e no cantinho vi o que demorei para entender que era uma dentadura, completa, todos dentes de cima. "Pega para mim" repetiu o velho. "Uma dentadura? Sim, é uma dentadura! Era só o que me faltava. Pego?" pensei em dúvida. E peguei, fazer o que? 
A pergunta que me vão fazer: estava babada? É! fazer o que? 

Felizmente estava com minha caramanhola.
Os velhinhos agradeceram? Sim, agradeceram. Saíram felizes e com cara de espantados que alguém tenha parado e pegado a dentadura perereca. 
A vida deveria ser assim.
Não, não tirei foto da dentadura. Nem selfie com os velhinhos.
E não se fala mais nisto. Assunto morto e desdentado.

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