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Ana Maria Hoffmann, de casaco marrom, numa reunião do Projeto GEF Banco Mundial, 2005 |
Ontem me comunicaram que Ana Maria Hoffmann foi dispensada da SVMA de São Paulo. Acompanho seu trabalho desde a época do Projeto Ciclista, isto lá pela metade da década de 90 e afirmo que Ana foi essencial para chegarmos onde estamos hoje. Não, Ana não faz parte do pelotão de frente. Ana é aquele tipo que trabalha nos bastidores e que quando faltam fica um vazio difícil e até mesmo impossível de ser superado. Ana Maria Hoffmann foi uma espécie de secretária de toda a questão pública relativa à bicicleta. Ana organizou todos trabalhos e projetos apresentados, realizados ou importantes para o Município de São Paulo, o que não é pouco. Até pouco, quando estive no meio do furacão, Ana esteve presente em praticamente toda reunião, evento, ou acontecimento, de onde tirava e organizava o que era mais relevante. É um trabalho de inteligência, uma destas inteligências que não tem preço, que facilita a vida de todos, principalmente na e da coisa pública.
Uma das primeiras dicas que tive quando comecei a trabalhar foi: "Quer chegar a essência, ao que importa, ao que vai dar resultado? Veja o que pode tirar da secretária." Dica de ouro. Chefes muitas vezes sequer sabem qual é o horário no dentista, por mais latejante que esteja o dente.
São Paulo perde muito com a saída de Ana Maria Hoffmann da Secretaria do Verde. Perde a população e a administração pública. A questão da bicicleta perde mais ainda. Perde para valer. Perdemos uma interlocutora preciosa que trabalhou para o bem de todos, não só ciclistas. Triste, muito triste.
Se quisermos transformar este país, fazer disto aqui um lugar mais justo, digno e prazeroso, precisamos respeitar quem tem história, quem construiu e contribuiu com um trabalho honesto. Descartamos inteligências, conhecimentos e sabedorias como se descarta saco de salgadinhos. Ou mudamos isto imediatamente ou não temos qualquer futuro; disto não tenham dúvida.