Foi
maravilhoso o momento quando virei para mim mesmo e disse chega! Vários são os
motivos, talvez o mais importante foi uma fala do Pondé ou Karnal sobre grande
o vazio de conteúdo ou inteligência da maioria das opiniões e ideias publicadas
na internet. Caiu no colo e foi bem vinda.
Não
consigo colocar qual sabedoria popular mais se encaixa aqui, são inúmeras
que cairiam bem. Faz muito tempo venho preferindo ficar de boca calada, principalmente no que diz respeito a questão das bicicletas. Não sou sábio, muito menos popular. Tem um monte de
gente escrevendo sobre os temas ciclísticos diversos, desde a bicicleta em si até sobre sistema
cicloviário. Se eles têm tanto público devem saber o que falam. Eu já estava virando
velho chato fazia muito e já tinha passado da hora de calar a boca e ir para
meu canto. Talvez pudesse contribuir com algo, mas não estava e não estou mais
a fins de pagar o sapo de continuar batendo em teclas básicas como a que tive contra
o fanatismo religioso pelo uso do capacete (duas décadas de bate boca) ou que
ciclovias como única alternativa para a segurança do ciclista pode não ser um
bom negócio para o ciclista e para a cidade (mais de duas décadas), dentre
outras.
Tem
uma nova geração aí que tem poder de palavra e está levando a coisa para
frente. Escrevem coisas que não são o caminho que acredito bom. Meu caminho não é o único, mas
tenho certeza que alguns pontos de nossas vidas não deveriam ser passíveis da
pseudo democracia tão arrolada por ai. Torrar dinheiro público? Pichar a casa
dos outros? Falta de civilidade? Se é ciclista tem todos direitos? Faz a
qualquer custo? Faz de qualquer forma? Quantos mais quilômetros melhor? Lixo na
rua?... Somos nós ou eles? Como assim?!?
A
verdade é que me sinto desconfortável pedalando em ciclovias. Tenho ficado
muito feliz ouvindo ciclistas de outras épocas, ciclistas com C maiúsculo, alguns
campeões de verdade, que também se sentem desconfortáveis nas ciclovias. É
grupo de ciclistas entupindo a ciclovia e impedindo a passagem de quem vem no
sentido contrário, até empurrando ciclista para o meio
da avenida. É farol altíssimo no meio do olho. É ciclista que acha que sabe
pedalar e passa a mil pela direita assustando e ainda ofende. É ciclista indo para cima de pedestre xingando, gritando
com motoristas... É muito ciclista que não sabe dizer bom dia. Dar uma dica?
Nem pensar! Todos sabem tudo! Quer ajudar a consertar um pneu furado? Não dá mais para oferecer ajuda porque muitos se
ofendem! Os tempos mudaram e eu faço parte do passado, que a meu ver era bem simpático,
amigável e leve.
Tenho
certeza que motoristas são mais tranquilos, polidos, civilizados e vou pedalar no trânsito. Fico feliz porque tenho velhos
companheiros de pedal que pensam igual. Companheiros, quem diria usar esta expressão.
O
fato é que estou feliz por ser só ciclista. É possível que nestes 30 anos de
vivência me tenham dado algo que se possa aproveitar, mas estou fora da moda,
sou descartável como tudo destes novos tempos.
Enfim;
faz muito que não me sinto tão leve e feliz.