sexta-feira, 5 de março de 2021

mata o FDP!

Eu, como qualquer ser normal, sempre quis tirar na Mega Sena, por isso sempre faço minha fezinha. Nunca deu certo, mas sigo tentando, faz bem para a cabeça sonhar com uma vida no paraíso.
Agora temos um novo jogo: Pandemia Covid 19. Não deixa de ser um sorteio; nunca se sabe quem ou quando se vai morrer. A pandemia pode levar ao mesmo resultado sonhado da Mega Sena: ter paz. A sutil diferença é que caso seja sorteado o paraíso, definitivo e sem imposto de renda, chega seja porque você morreu ou porque foi para os quintos do inferno aquela besta que você não aguentava mais. E como dizem, antes ele do que eu. Pois então:

Mata o filho da puta!

É preciso maturidade para saber o que fazer com o desejado prêmio que cai do céu ou a alegria dura pouco. A maioria dos que acertaram a Mega Sena acabaram na rua da amargura. A maioria dos que queremos matar não merecem sequer morrer; é muito rápido e definitivo, tipo ejaculação precoce. É preciso muita maturidade para saber acertar quem realmente deve ir pros quintos do inferno ou ficar sofrendo por aqui. A nossa falta de maturidade é a provável causa de não resolvermos de maneira tão singela nossos problemas (matando o fdp!). De repente, assim sem mais nem menos, num acesso de..., do que mesmo?... espirramos ou tossimos e acabamos matando até quem faz faxina na casa. Se eu fizesse isto me suicidaria em seguida, mas esta é outra história. Acertar na Pandemia definitivamente não é sair matando todos que passam pela frente, mas sonhar que ela mate a pessoa certa.

E aí, quem a pandemia deve matar? Filho da puta é o que não falta, de todos os tipos, formas e gêneros. Tem o cara que já te deu facada pelas costas, mas que serve para alguma coisa, esquece ele. Tem o fdp que sacaneou meio mundo, mas coloca o pão nosso de cada dia no prato do pessoal; esquece. Tem o que dá vontade de esganar porque é chato e pensa radicalmente diferente, mas estes não valem nem resfriado. Tem um monte de idiota que poderia entrar na lista, mas pensando com muita calma e sabedoria deixa o fdp aí que faz parte da vida. Tem os que dão golpe, os que roubam, os que mentem.... Tem os fdp que nem o diabo quer por perto. Os que a pandemia não tem forças para matar. Aqueles que se fica na torcida “mata!, mata! mata!” e o filho da puta ressuscita e aparece sorrindo na sua frente. Haja saco! Porque só o outro tira na Pandemia? Pensando bem, que chatice seria a vida sem estes filhos da puta.

E tem o bonzinho, aquele que todo mundo acha adorável, de quem só se fala bem, educado, simpático, colaborativo, gentil, mas tão sutil em alguns detalhes, destes que fazem toda a diferença entre o bem e mal, diferença para o mal, para o ruim, o realmente reprovável. Tipo João de Deus.

Pandemia, mata o filho da puta!
“Aqui se faz, aqui se paga” a puta que pariu. Pandemia, mata o filho da puta!

Ser humano é ser humano, sempre foi e sempre será; é biológico, genético e tudo mais inerente e atávico. Como devem ter sido estes sentimentos homicidas durante a Peste Negra ou as Guerras Mundiais? É humano sentir, pensar, querer segurança e paz, dependendo da situação a qualquer custo, sonhar com saídas para seus problemas, dramas, lutar pela sobrevivência física e psíquica. Quantas vezes foi dito pela história da humanidade "morra e me deixe em paz"?
Desejar sumir com o outro da sua frente na pandemia dói menos porque se ele morreu de Covid não fica sentimento de culpa. Se ficou é por que você é burro e deve procurar um psicanalista. Não foi morto; morreu! você não tem nada com isto. Vão lhe perguntar e você fará cara triste de ópera bufa respondendo "Morreu de Covid". Evite rir e seus problemas acabaram.
Comemore, você tirou na Pandemia!

Aqui no Brasil virou loteria tão aleatória quanto qualquer outro jogo de azar. Mas bem que poderia matar o filho da puta! Mas, ô pandemia, vê se acerta o alvo.


PS.: Pelo que falam especialistas, estudiosos e cientistas, se não perdemos o controle da pandemia, estamos a um passo. Não podem falar outra coisa, não podem espalhar pânico.
É difícil tomarmos consciência sobre a possibilidade da morte de uma pessoa muito próxima, muito próxima mesmo. Nesta baderna que vivemos é uma possibilidade cada dia mais real e apavorante.
E aqui, sem piada, porque a porra da pandemia não mata os filhos da puta e desaparece de nossas vidas?

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