quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Mythbusters - o que é mais rápido no trânsito - uma divertida aula

Permanecer numa faixa de rodagem ou costurar no trânsito? Mythbusters fizeram a comparação. 

Cruzamento com placa de pare, cruzamento com policial orientando ou rotatórias? 
Agradeço ao Eric Ferreira que num piscar de dedos encontrou o programa completo: https://www.wimp.com/mythbusters-four-way-stop-vs-roundabout/ . O vídeo abaixo mostra o pós programa com uma série de ponderações interessantes.

O programa é dividido em três partes e na última os Mythbusters percorrem um pouco mais que os 616 entre San Francisco e L.A. num carro e num avião de carreira para ver quem chega mais rápido. O resultado é divertido. Eu não conseguiria fazer o teste porque minha diabete me obriga a ficar parando nos banheiros com um cachorro que sai mijando nos postes. 
Não consegui encontrar esta parte do programa, mas vale a pena procurar. Para quem não se der ao trabalho conto que até 600 km e com estradas boas carro e avião fazem praticamente o mesmo tempo de viagem. Como? Sempre lembre-se que viagem é de porta a porta, não o trajeto específico.

Na verdade é um programa só que tem os três mitos, ou dúvidas. Para quem pensa em segurança é informação precisa em formato de diversão pura. Para quem quer melhorar a cidade e os transportes também.
Não dá para pensar no ciclista sem olhar o trânsito como um todo. É impossível excluir automóveis. A melhoria na circulação dos motorizados faz parte da melhoria na segurança no trânsito para mobilidades ativas, incluindo bicicletas, pela simples razão que quanto mais calmo estiver o motorista ou motociclista mais capaz será de ter uma condução preventiva e segura.

Para que repintar a Ciclovia Rio Pinheiros?

O Estado de São Paulo
Fórum do Leitor:

Estão repintando de vermelho a ciclovia CPTM \ Rio Pinheiros entre o Parque Villa Lobos e a Estação Vila Olímpia. Como ciclista faço aqui meu veemente protesto. O dinheiro gasto nesta pintura, que não é nada barata, deveria ser redirecionado para a manutenção e correção da série de falhas que vem acontecendo nas linhas da CPTM, ou se isto não for possível por razões legais, para a montagem da ponte \ passarela para ciclistas que está desmontada e jogada no chão há anos debaixo do mesmo viaduto sobre a CPTM que sofreu afundamento.

Não faz sentido sinalizar pintando de vermelho uma via que está completamente isolada do trânsito da cidade e que não tem um cruzamento sequer. Os pouquíssimos veículos que lá circulam fazem parte da manutenção e segurança da CPTM e trafegam com muito cuidado e respeito pelos ciclistas. A via, cuja função original é estrada de manutenção da CPTM, está dividida em duas pistas claramente sinalizadas, na pista e em placas; a que margeia o rio é para veículos motorizados e a outra, ao lado da linha férrea, para ciclistas. Estranho que as duas pistas estejam sendo repintadas, o que dobra o custo da obra. Além de tudo espero que esta repintura não seja tão escorregadia quanto a original que andou derrubando ciclistas profissionais com larga experiência e vitórias internacionais. 

Passou da hora de uma mudança no CTB para racionalizar custos e ser realista em relação a segurança no trânsito. Pintar de vermelho indiscriminadamente toda e qualquer ciclovia em toda sua extensão, independente do grau de risco local e real, serve muito mais como propaganda, para não falar em gastos altos e duvidosos como vimos em passado recente, do que para a segurança dos ciclistas e trânsito geral. 















Em vermelho, entre o viaduto e a pista da Marginal Pinheiros, quatro partes da futura ponte passarela de ligação da Ciclovia Rio Pinheiros com Parque Villa Lobos. Um pouco a direita é possível ver alguns pilares deitados


quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Pedal Anchieta, ansiedade para chegar o dia


Desde que fiz a última descida Márcia Prado estou completamente ansioso para descer pedalando para Santos. Foi quase, mas não aconteceu. Desta vez acontece, não tem escapatória. É triste que o Poder Público só tenha decidido entrar oficialmente no evento depois da pancadaria e baderna que se armou ano passado. Pelo menos agora caiu a ficha que não dá para frear esta massa de ciclistas. 
Confesso que a primeira vez que me falaram que neste ano ia ter descida com a participação do Governo do Estado eu desandei a rir. Tenho muitas razões para tal. As primeiras falas, talvez boatos, falavam que iriam limitar o "passeio" da descida a 15 mil ciclistas e que só os inscritos no site Pedal Anchieta 2018 poderiam descer. Como? Não entendi. E me repetiram a conversa. Aí é que desandei a rir com gosto. Como diria Suzaninha "Eles não fazem ideia!". Como diria Garrincha "Tá legal, seu Feola.  Mas o senhor combinou tudo isso com os russos?". As inscrições já estão em 29 mil e não param de crescer rapidamente. Onde vão parar?

O vídeo da Renata é ótimo, dos melhores que ela já fez, mas tem um levíssimo tom de preocupação com que vai acontecer. Aí eu passei das risadas para uma certa preocupação. Explico. 
Ri a não poder mais porque se dizem 15 mil fácil aparecem 30 mil. Quando se falava nos 15 tinha gente também rindo foi logo apostando nos 45 mil. Eu truco e aposto mais. Rede social é uma maravilha e uma praga epidêmica ao mesmo tempo. Qual vai ser o tamanho do treco? Nem Deus sabe; só vai saber domingo a noite no Fantástico, se é que dão a notícia. Talvez não seja uma loucura porque está prevista chuva para o domingo, mesmo assim a possibilidade de pelo menos dobrar o número de inscritos é grande. Daí para muito mais. Duvido que as autoridades consigam frear a massa para manter o evento sob controle, o que quer que eles pensem que seja isto. Tem horário para começar e terminar. Como? Fala sério, vai ser cumprido? Tem local para entrar na Anchieta e poder fazer o passeio. Como? É mesmo, como barra a entrada dos penetras? E por aí vai...
Espero do fundo do coração que tudo corra bem, mas é muito provável "não tenham combinado com os ciclistas".
Eu vou. Não só vou; vou mesmo! Fiz inscrição e pretendo fazer como manda o figurino. O número de ciclistas não me assusta mesmo, muito pelo contrário, mas não nego que vou adorar se aparecerem uns 100 mil e a coisa correr sem grandes problemas. Aqui no Brasil nunca ouvi falar de alguém que tenha conseguido controlar os pipocas. Já fiz 5 São Silvestres e sei muito bem como é. Não vou correr mais a prova porque virou uma festa completamente lotada, alegre, feliz, onde correr é o que menos importa. 
Meu sonho é que na segunda-feira os olhos das autoridades estejam ainda arregalados com a massa de ciclistas que eles viram na Anchieta. Afinal, a Ciclo Faixa de Domingo foi criada porque na época, 2007, foram contados 700 mil ciclistas paulistanos (sem região metropolitana) pedalando aos domingos sem qualquer estrutura ou organização. Quantos ciclistas domingueiros tem agora?

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Falta de mapas e plantas no Município de São Paulo

Fórum do Leitor
O Estado de São Paulo
19 de Novembro de 2018

É ridículo a Prefeitura de São Paulo não ter em mãos e disponíveis absolutamente todas as plantas de pontes, viadutos e obras de arte da cidade, independente sob que jurisdição estejam. Estão dentro do da área administrativa do Município, precisa se dizer mais algo? Numa situação de emergência não ter acesso imediato a todas as plantas e cálculos da obra e de tudo que se encontra ao redor da área de acidente só prova o grau de precariedade administrativa que se encontra a nossa governança em geral. O absurdo é maior quando se tem que esperar que o funcionário público ou, pior, da empresa de engenharia responsável pela obra, volte do feriado prolongado para se tenha acesso a informações corretas que levem a uma solução do problema. São Paulo não tem sequer mapas de solo, de suas ruas e avenidas, que sejam atualizados e confiáveis, muito menos mapas e plantas de subsolo e de construções com informações cruzadas e completas. O que existe é precário ou está sob a responsabilidade da empresa que presta serviço ao Município, o que gera uma série de problemas frequentes e diários com custos para toda a população, que em última instância são os patrões desta bagunça.

Fim da carta enviada ao Fórum do Estadão.
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Quem lê o que escrevo (e falo) sabe que faz muito venho batendo na tecla da necessidade de São Paulo ter mapas de solo, subsolo e corte de construções, (0, -3, +3 metros) sob sua responsabilidade e disponíveis a todos. Faz tempo que não tenho acesso aos mapas de solo (vielas, ruas, avenidas, praças...) oficiais da Prefeitura, mas tudo indica que erros e desatualizações continuem acontecendo. O que tenho certeza, ai como cidadão que se interessa pelo que acontece na minha rua, no meu bairro, minha cidade, meu país, é que não há um mapa unificado de subsolo, cada empresa tem o seu e a Prefeitura tem uma leve ideia do que está debaixo da terra. A saber, subsolo é propriedade pública, portanto de todos, portanto é obrigação da Prefeitura ter tudo em ordem e sob controle. 
Brasileiro não sabe o que é uma cidade e também não está interessado.
Tive uma explosão de raiva quando vi a notícia que Prefeitura não encontra projeto de construção de viaduto que cedeu na Marginal Pinheiros na Globo News. Infelizmente não interessa a ninguém neste país respeitar o básico, aqueles primeiros passinhos necessários para se caminhar para frente com firmeza e bons resultados. E ainda se tem coragem de discutir (?) porque este país não vai para frente. 
Ou se toma conta da cidade ou não temos futuro. E tomar conta da cidade não é satisfazer as próprias vontades. O buraco é bem mais em baixo.

Vendas de balas em cruzamentos por (praticamente) bebes

Fórum do Leitor
O Estado de São Paulo
18 de Novembro de 2018

A venda de balas (em saquinhos) nos cruzamentos é por si um problema a se resolver com urgência porque normalmente atrasa o andamento do trânsito já muito lento. Na esquina das avenidas 9 de Julho e Brasil é um drama porque são usadas crianças muito pequenas que estão lá desde bebe, muitas sempre correndo entre os carros para colocar os saquinhos nos espelhos. Algumas delas sequer chegam a altura da janela dos carros normais o que as faz invisíveis para o trânsito em movimento. A situação persiste há muito sem que qualquer autoridade tome providência ou que a a população arme uma gritaria. Estranho a ex administração dita socialista não ter tomada qualquer providência. Estanho também que a poucos metros da esquina está o comitê de um dos políticos mais votados e influentes de São Paulo, Campos Machado, do PTB, onde só se pode chegar passando pelo cruzamento e pelos bebes vendendo balas. Parece que a situação só vai ter fim quando alguém atropelar uma das crianças, ou bebes. Ai de quem será a responsabilidade criminal?

(não enviado para o Forum)
Aliás, que fabrica em escala os saquinhos de bala que são vendidos em cruzamentos. Quem está por trás da operação? Não dá para acreditar que seja um trabalho caseiro; basta olhar com atenção para ver que são feitos em grande escala.
Acho "interessante" que a população não reaja. Aponta para uma distorção sobre o que a maioiria considera que pode ser trabalho informal, se é que é informal, o que tenho minhas dúvidas. Cheira muito mais a trabalho pago por um forte grupo informal. Em outras palavras: boa fórmula para se ganhar dinheiro com a miséria dos outros.

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Infraestrutura deteriorada: o viaduto cedeu... Boa oportunidade.


Um dos pedaços do viaduto sobre a linha férrea da CPTM na Margina Pinheiros cedeu afundando uns 2 metros. Está interrompida uma das principais artérias da cidade, que dentre outras funções liga as zonas Oeste e Sul à Rodovia Castelo Branco, uma das mais importantes rodovias do país. Todo mundo já sabe, é notícia de primeira página. São Paulo vai virar um inferno por um bom tempo, também todo mundo sabe. 
Problema com manutenção de pontes e viadutos não é exclusividade de São Paulo, nem do Brasil. Em todo planete está tudo vencendo ou com prazo de validade vencido; a infraestrutura é velha, obsoleta, está deteriorada, foi mal feita, insuficiente... Com as leis que temos no Brasil, principalmente a nossa incrível Lei de Licitação, cujo número é 8.666, ou seja, 8 de infinito e 666 da besta do Apocalipse, a coisa vai de mal a pior. Ninguém faz ideia de quanto tempo será necessário para voltar á normalidade.

Fórum do Leitor
O Estado de São Paulo
16 de Novembro de 2018

A péssima notícia é mais uma ótima oportunidade para avaliarmos a capacidade da Prefeitura e suas Secretarias, principalmente a CET SP. Será que a população terá interesse em acompanhar detalhes das ações e operação que serão acionadas?
Em pouco tempo a cidade de São Paulo teve que interditar dois viadutos importantíssimos, um na Av. dos Bandeirantes e outro na Marginal Tiete. Eu suponho que os órgãos responsáveis tenham dados que ajudem a minimizar os impacto da interdição de uma das principais vias da cidade. Se os tem está na hora de apresentar à população o que se vai fazer e porque se fará, com detalhes, não o que se diz naquelas entrevistas rápidas, superficiais, inócuas. 
Imagino que as autoridades saibam qual é a curva de adaptação da população à nova realidade de trânsito e como esta se dá. É uma informação importantíssima para direcionar futuras intervenções necessárias para recolocar São Paulo no cenário mundial que ela vem perdendo. 

O melhor benefício das ciclovias implantadas em São Paulo foi a série de discussões sobre usos e direitos sobre vias e espaços públicos, sobre que cidade queremos. Está claro que são necessárias urgentes mudanças urbanas, não só pelo problema do trânsito, mas principalmente para diminuir a brutal violência em que vivemos, dentre outras questões. Crime e desordem urbana estão intimamente associados. O afundamento deste viaduto é uma ótima oportunidade para descobrirmos de fato em que cidade vivemos e para onde queremos seguir. 

A cidade, a cidade brasileira, e a indústria automobilística

Folha de São Paulo \ Opinião \

Como tudo neste país os rumos dos próximos 15 anos do setor automotivo no Brasil teve lei aprovada pelo Senado sem que a população saiba exatamente o que vai acontecer. O assunto é a princípio macro economia, envolve uma série de dados e números complexos, mesmo assim é possível que exista alguma forma de se dar ao público o que vem pela frente.
Fico feliz de ter deixado este texto na gaveta porque ouvi e li comentaristas descendo o pau e outros  dizendo que é um bom negócio. Não faço ideia do que realmente seja, até porque num país instável como o Brasil é muito difícil fazer projeções e acertar. Mas tem coisas ai que me incomodam.

Os rumos da indústria automobilística no mundo estão mudando. Como leigo, mas interessado, me parece que mesmo nos países de primeiro mundo este futuro ainda gera muita incerteza. É um setor econômico muito importante na geração de empregos e impostos, e crucial na logística urbana. Não existe alternativa com tanta eficiência para a logística de distribuição de mercadorias.
Fala-se muito sobre os problemas ambientais causados pelos automóveis, que são reais e devem ser atacados imediatamente, mas o discurso é tão insistente que parece cortina de fumaça para outros pontos importantes.
Resultado de imagem para popular mechanics 1960Para resolver todos os males do meio ambiente dizem que a solução são os automóveis autônomos movidos a energia elétrica. Solução simplória. Fazem lembrar as imagens mágicas que se via nas Popular Mechanics do final dos anos 50, ilustradas com fotos e desenhos de carros do futuro, uns movidos a jato, outros que voavam, e até os que se moviam sozinhos. Viajávamos naqueles sonhos a maioria simplesmente inexequível. E em 1962 surge os Jetsons, série de TV em desenho animado. fantasia pura, leve, divertido, mas mais que isto, enganação pura. Aula magna de como tirar o foco da realidade do seria o futuro das cidades. O que interessa, o que é mais importante, o automóvel ou a cidade?Não resta dúvida que o automóvel do futuro está ai. Provavelmente não será exatamente como os protótipos apresentados nos principais salões do automóvel, mas sem dúvida será um veículo com altíssima tecnologia embarcada. Aí nós, brasileiros, nos danamos. A indústria e principalmente a mão de obra brasileira são obsoletas e vão continuar obsoletas. Mesmo que tivéssemos capacidade de investimento valeria a pena renovar todo parque industrial do setor automobilístico? Não seríamos concorrentes ao parque industrial do primeiro mundo, que aliás é de onde vem as matrizes? Como fica o nosso setor energético? O que fazer com nosso pré sal? E os elétricos, o futuro do automóvel, não demanda pesados investimentos e reorganização do setor elétrico? Dá para entrar numa nova era sem educar e treinar a população, o que demanda muito tempo. Mais do que isto, é necessário mudar a mentalidade de todo o Brasil, que hoje fala muito em direitos e muito pouco em deveres. Nosso índice de produtividade é nossa qualidade são baixíssimos, patéticos. Ou seja, não creio que o futuro da nova indústria automobilística passe pelo Brasil.

Resultado de imagem para lada 1500É crucial para as montadoras ter onde desovar tecnologias obsoletas. Para quem não sabe, na década de 60 a Fiat foi salva por uma jogada genial quando convenceu a União Soviética a comprar plantas industriais obsoletas de modelos que estavam saindo do mercado europeu, leia-se entre outros Fiat 125 ou Laka 1500, tão conhecido aqui no Brasil, dentre outros.  
Não demora muito estes carros que circulam nas nossas esburacadas ruas serão coisa do passado lá fora; muitos deles proibidos de circular, como já vem acontecendo em várias cidades do mundo civilizado. As plantas industriais destes modelos hoje produzindo em países de primeiro mundo vão parar onde? Vão para o lixo? Pode o setor automobilístico sobreviver sem diluir custos de produção?

E quando falei dos Jetsons citei o que mais me incomoda nesta história toda: a cidade. Está provado que a partir de um número de veículos motorizados circulando os problemas para a cidade e população se multiplicam, dos custos operacionais ao aumento da violência, passando pela rápida degradação urbana. A qualidade da cidade tem tudo a ver com o grau de violência geral. 
E em todos comentários que li e vi sobre esta lei aprovada não vi uma linha, uma palavra, sobre a cidade. Ai o bicho pega.

Como diz Eric Ferreira: o carro não vai desaparecer. Isto é certo. Sendo assim é necessário pensar e usar o carro com inteligência, bom senso, e isto só é possível mantendo constantemente a qualidade de vida na cidade como norte.


https://www.noticiasautomotivas.com.br/
Listas de montadoras de veículos por estado no Brasil

Amazonas – Amazonas Motocicletas Especiais, BMW (motos), Dafra, Harley-Davidson, Honda (motos), Haobao, Indian Motorcicle, Kasinski, Kawasaki, Traxx, Sundown, Suzuki (motos) e Yamaha.
Bahia – Ford.
Ceará – Troller.
Goiás – CAOA Hyundai, John Deere, Suzuki e Mitsubishi.
Minas Gerais – CNH New Holland, FCA, Iveco, XCMG e Mercedes-Benz.
Paraná – FCA, Caterpillar, CNH New Holland, DAF, Audi, Nissan, Renault, VW e Volvo.
Pernambuco – FCA
Rio de Janeiro – Nissan, Land Rover, MAN “VWCO” e PSA Peugeot-Citroën.
Rio Grande do Sul – AGCO “Massey Ferguson”, Foton, Mahindra, Agrale, Chevrolet, Valtra, International e John Deere.
Santa Catarina – BMW e Chevrolet.
São Paulo – AGCO, Caterpillar, CNH New Holland, Chery, Ford, Chevrolet, Honda, Hyundai, Komatsu, Mercedes-Benz, Scania, Toyota, Valtra, VW, John Deere.

 
IHS - Five Critical Challenges Facing the Automotive Industry

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Foi uma conversa?

Ontem tive uma conversa (?) que deveria ser sobre artes, mudou de rumo para cidade, dai para periferia, dai para descriminação, dai para empoderamentos (?)... Foi uma loucura e me remeteu a meu passado, quando eu tentava ganhar a disputa (?) (diga-se conversa) onde havia discordâncias as mais diversas, inconsequentes, algumas bobas. Definitivamente não conseguia ficar quieto, ouvir e entender os argumentos do outro; tinha compulsão de expor minhas ideias exatamente como fez o rapaz com quem conversava ontem.
Voltei da conversa para casa deprimido, realmente deprimido, não pelo que me foi imputado talvez sem razão ou por não ter tido espaço para resposta, mas por ter experimentado ser o outro, o interlocutor, daquelas conversas do meu passado. E porque mais maduro, portanto mais ouvinte e interessado na realidade alheia, vejo um Brasil nunca antes tão pouco maduro e perdido em suas meias verdades.

Ele é da periferia, eu sou do Jardim Europa. Eu não entendo nada do que acontece lá, segundo ele. Minhas breves visitas à periferia pouco significam, mesmo que meu objetivo então fosse só organizar a mobilidade de bicicletas e pedestres, uma questão técnica, 2+2=4, nada ideológico, nenhum empoderamento, simples questão técnica. Tenho vícios sociais... óbvio que tenho, todos temos, todos temos.  Somos todos humanos. Como não sou da periferia não entendo o que é uma bicicleta usada por um pobre trabalhador que se transporta para o trabalho de salário miserável. E por ai foi a conversa; ou ele foi, sei lá. Pouco pude falar, responder, argumentar...., conversar. Me senti na pele dele e foi isto que doeu.
Num determinado momento vieram em meu socorro, aproveitei e saí. E mais tarde vieram me pediram desculpas pela situação. Agradeço, mas não é o caso.  

Dois lados:
Primeiro: Fico chateado porque o que aconteceu infelizmente é praticamente regra em nossa sociedade. Não é? Estou errado, repetindo velhos erros? Fácil: saia para a rua. Quantas casas NÃO são muradas? Quantas casas conversam com a rua, com a comunidade? Casa é o reflexo do que pensa a família que lá vive. O que acaba de acontecer na eleição não é fato isolado. A história do Brasil prova que nosso forte nunca foi trocar ideias com ouvidos abertos e sensatez. "Sabe com quem está falando?" deveria fazer parte do Hino Nacional. 

A esperança que tenho numa mudança vem dos muitos que viajaram firme no "nós e eles" e agora cai a fixa que não é bem assim. Tenho ouvido muitas palavras que dão alento de tempos mais "somos todos nós" - indiscriminadamente. 

Segundo eu (sem vírgula):No passado eu fazia uma confusão danada e misturava as coisas. Ainda faço, a diferença que hoje escrevo, leio, releio, apago, rescrevo... 
Nas conversas minha história pessoal subia com frequência e virava parâmetro para qualquer coisa que estivesse sendo conversada. Em suma, o impessoal virava pessoal. Todos nós fazemos isto, são as famosas posições pessoais, mas deve haver um limite. Uma coisa é uma coisa; outra coisa é outra coisa.
A vida é um teatro que deve ser trabalhado em vários planos diferentes, começando pelo público e privado que não podem nem devem se confundir. São inúmeros papeis que devem ser representados no dia a dia dentro de seus devidos papeis e espaços. Quando o pai se comporta como amigo da mesma idade do filho uma hora vai dar problema. Quando trata um patrão trata os funcionários como filhos também vai ter problema. Ciclista que pedala pela cidade com estivesse dirigindo um carro aumenta muito o risco de acidentes. Como diz o velho ditado "Cada macaco no seu galho", o que não quer dizer que não se possa pular de galho em galho e mover-se, mas sem se arrebentar no chão. 

Ter água e esgoto na periferia é saúde preventiva e ponto. Não faz sentido questionar uma ação usando problemas pessoais. O tipo de bicicleta que o pessoal da periferia usa é uma questão; medidas viárias necessárias para melhorar a segurança destes ciclistas é outra; estar na periferia ou nos Jardins é simplesmente uma das variantes do problema. Misturar pontos sem um critério pode atrasar muito a chegada das melhorias. Uma coisa é uma coisa... Hoje sei disto. No passado também sabia, mas minha forma de expressar era ruim, quando não um desastre.
Sinceramente espero que volte a conversar com o rapaz. Preciso descobrir como eu tenho que me comunicar melhor com ele. É a única forma de apagar meu passado. Mais, é a única forma deste país andar para frente.

sábado, 10 de novembro de 2018

stress: salvo pela bicicleta

Ontem estive com uma amiga que está sendo tratada de stress. Não é a única, não é o único, são muitos, uma quantidade sem precedentes de brasileiros recorrendo a médico, psicologo ou psiquiatra para tentar voltar a normalidade. Não é para menos, faz todo sentido, basta olhar a insanidade social que vivemos.
Ontem estive com duas amigas que estão sendo tratadas de stress. Como eu próprio já fui tratado de stress sei como é. Parece que chega do nada. Um dia estou no meio do shopping que ficava em frente a casa de minha família, que vi ser construído e praticamente fez parte de nossa casa, e simplesmente desliguei, clique, não sabia onde estava, o que estava fazendo lá, para onde ia, a bem da verdade não fazia ideia de quem era. Mesmo depois de tratado, longo tratamento, parte de minha memória simplesmente desapareceu. 
Ontem pela manha fui tomar um café com a primeira amiga, fiz um merecidíssimo elogio ao corte de cabelo, e a conversa seguiu em frente até o momento que a memória dela deu uma pequena piscada, uma ameaça de apagão, e dela correram lágrimas discretas e doídas. Eu sei o que está acontecendo, contei para ela a história de meu stress, ela se acalmou e retomou a linha da conversa depois de certo esforço pedindo desculpas. Não precisava.
A noite levei de carro para casa mais uma que pifou, a segunda amiga, querida prima. Esta pifou bonito, para valer, como eu. Perguntei como estava o tratamento do stress e ela disse que estava bem porque o médico a tinha enchido de remédios. Não faz muito ela apresentou um trabalho e a chefe simplesmente não conseguiu entender uma linha do que estava lá. Nas conversas e até pela fisionomia já dava para perceber que algo não estava indo bem. Como uma das respeitadas profissionais de sua área, tradução, virar ininteligível da noite para o dia é um tanto assustador. Sei como é; todo meu conhecimento sobre a cidade de São Paulo praticamente desapareceu desta forma. Depois que fiz a pergunta contei para ela a história das lagrimas matinas no café pela manha para dizer que o que ela está passando muitos passam e que se resolve com o tempo. Sei que não vai voltar ao que era porque na nossa idade, minha e dela, porque vira uma boa oportunidade para aposentar ou ser aposentado. Ser aposentado é duro! bem sei.

Ontem, ontem, ontem... A vida passou. Somos tão preocupados com o presente que olhamos pouco para ontem, nosso passado imediato. A ordem do dia é "já"; não nos dá tempo de respirar. Melhoramos qualquer tensão, incluindo o stress, respirando, e ontem respiramos. Ontem é uma fonte rica de prevenção. Olhar com calma, atenção e carinho para ontem traz informações preciosas para prevenir o stress de amanha. Ontem!
E exercício. Caminhar, pedalar, nadar, jogar...

Bicicleta é um ótimo preventivo. Ela virou política pública em vários países não só pela questão do transporte, mas como preventivo da saúde pública.
Hoje a bicicleta está sendo usada até para tratamento de Parkinson. Não é fácil subir numa bicicleta e sair pedalando no meio de uma crise de stress, eu bem sei, mas vale a pena tentar. Se não der caminhe. Perca-se por ai, fuja!

A vida tem um painel de controle cheio de mostradores e comandos que sempre esteve a frente de nossos olhos. Só depois de um bom stress descobrimos que há um botão grande e vermelho bem no centro do nosso painel de vida. Neste botão está escrito "FODA-SE". Use-o. E olhe para trás, para ontem, para ver onde está o verdadeiro norte. A vida vai melhorar.

sábado, 3 de novembro de 2018

...ele não tem direito de falar sobre...

Para mim não é novidade, já passei por situações deste clássico "não tem direito de falar assim sobre o Brasil" ou variações sobre o mesmo tema como "não tem o direito de falar sobre nossa cidade" e afins. 

Uma das piores foi quando voltei de uma viagem à Europa cheio de ideias, fotos, projetos, sonhos... e fui até a escola de minhas sobrinhas netas em Piedade, SP, para oferecer uma conversa ou palestra com os pais sobre o que está acontecendo "lá fora" com as cidades e o que se pode fazer para melhorar Piedade. "Não faça, os pais vão se sentir ofendidos" foi a resposta que ouvi. Confesso que ali morreu muito do resta de minhas esperanças no Brasil. Passei um bom tempo pensando para encontrar saídas, alternativas, ver onde tinha errado, mas não consegui. Eles vão se sentir ofendidos é a mais pura verdade e expressão deste Brasil de sempre.
Estas são as 50 cidades mais violentas do mundo (e 17 estão no Brasil)
A vida ensina que amigo mesmo é aquele que fala as coisas, mesmo as que não são agradáveis, e não aquele que afaga.

Atlas da Violência 2018: Brasil tem taxa de homicídio 30 vezes maior do que Europa
Mais uma vez volto de uma viagem e como sempre fico chocado como o Brasil vem involuindo. Desta vez tive uma breve passagem por pequenas cidades da Áustria, Hungria e Eslováquia e deu vontade de chorar de raiva. Erramos feio até no básico do básico e nos recusamos a discutir nossos próprios erros. "O ser humano se acostuma com o ruim"; pura verdade. Nós perdemos a noção do normal faz tempo. A cidade brasileira se transformou num ajuntamento de pessoas jogado ao bel prazer dos mais diversos interesses individuais. 
Boa parte de nossas cidades são poluídas, sujas, desorganizadas, sem memória. Estes fatores são fortes geradores de tensão social e violência. O que está acontecendo hoje conosco não é novidade no mundo. A diferença é que num determinado momento as cidades de lá foram ver o que precisava mudar, melhorar, e aí voltaram para casa e mudaram. Aqui não pode, ofende, "somos diferentes" como diz o povo. É, de fato, não somos humanos, somos brasileiros, o que é que isto possa significar. Pior, uns são petistas, os outros são os outros; nós e eles. Vai mal, muito mal!

A primeira reunião mundial de administradores de grandes cidades aconteceu em NY em 1898 (se não me falha a memória). NY (e provavelmente outras grandes capitais) teve índices de violência (+ de 70 mortes/100mil) piores dos que temos na maioria das cidades brasileiras, e estou falando em periferia. Reverteram. viraram o jogo, hoje é um dos polos de geração de riqueza, de progresso, de futuro, de bem tratar uma cidade. Não é a única, muitíssimo pelo contrário, é a regra.


Cidade civilizada começa por ser limpa nas ruas, calçadas e paredes, convidativas de ir para rua vivenciar. 
Paragrafo deletado. Eu escrevi uma breve explicação sobre o que faz uma cidade de civilizada, mas apaguei. Provavelmente não interessa, pode ser ofensivo. Vai ver que Curitiba é ofensiva, já que foi referência internacional para uma série de mudanças que aqui no Brasil foram simplesmente desprezadas por décadas. Cada uma de nossas cidades tem sua verdade, seu "pópio pôguesso". Que seja. Bang bang!


Segundo parágrafo deletado. Adianta escrever?
Estou falando mentiras? Exagero?
A maioria das cidades brasileiras...
O óbvio é um polvo grudado no nariz que não vemos ou recusamos ver.

Brasileiro não sabe nem quer saber o que é uma cidade. Não faz parte de nosso vocabulário, o que se dirá de nossa inteligência. Precisamos urgentemente reconstruir a vida de nossas cidades, o primeiro passo para conseguirmos a tão desejada paz. Não há qualquer razão para deixarmos de aproveitar as experiências que estão dando bons resultados mundo afora.

A base de um país socialmente justo está nas cidades. Quanto melhor for a cidade maior será o campo para a liberdade do crescimento de todos. 

Imagina só Roger Waters emitindo opinião no meio de uma eleição ensandecida.

A violência no Brasil mata mais que a Guerra na Síria