quarta-feira, 28 de junho de 2017

Incitação à violência

Fórum do Leitor
O Estado de São Paulo
28 de Junho de 2017

Incitação à violência

É inegável que parte do acontecido na rua Augusta, que resultou em uma senhora e alguns skatistas feridos, também é fruto de incitação contínua à violência, intencional ou não, principalmente por parte de jornalistas, blogueiros e formadores de opinião ligados ao movimento da bicicleta, para iniciar com o que está mais na moda, skatistas e outras mobilidades alternativas. Sim, pedestres, ciclistas, pessoas com deficiência e qualquer um que realize mobilidade com veículo menor que um carro deve ter prioridade, como diz a Lei, o CTB, mas isto não imputa culpa e máxima pena automática ao motorista em caso de acidente. Defender uma posição desta forma é extremismo, é radicalismo, é incitação à violência. O uso da motocicleta é uma forma de modo de transporte como qualquer outra, mas a incitação à violência transformou a vida dos motoboys em guerra. Deveria ter sido o exemplo a não ser seguido, mas muitos do movimento da bicicleta decidiram declarar motoristas como assassinos por princípio, o que os números frios mostram que não são. É triste, muito triste, porque bicicleta, assim como skate, trazem consigo uma história internacional de levar à paz, ordem social, renovação da cidade, um futuro melhor para jovens, crianças, filhos e netos.

O vídeo de Renata Falzoni Atropelamento em massa de skatistas não foi acidente, foi atentado se pode ver o motorista, com um garoto no capo de o carro, sim acelerando em frente no meio da multidão, mas diminuindo a velocidade e desviando de outros skatistas que estavam no meio da rua. Num atentado em massa, como diz o título de matéria acima, o motorista buscaria fazer o maior número de vítimas possível, como se vê nas trágicas filmagens que temos dos atentados praticados na Europa e em NY.

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Logo em seguida de enviar o texto para o O Estado de São Paulo encontrei o Felipe e conversamos sobre a história. Felipe chamou o motorista de covarde e me perguntou se teria feito a mesma coisa. Minha resposta é sim, se tivesse que tirar minha mãe, ou qualquer pessoa que estivesse comigo, de lá teria seguido em frente. Felipe perguntou porque ele não virou a direita. A pergunta que faço é se a rua Augusta já estava toda fechada com cavaletes ou viaturas. Porque ele não passou por cima dos cavaletes, replicou Felipe. A questão numa situação destas tem um componente, pânico. Todo mundo sabe que Brasil é um dos países mais violentos do mundo, um dos campeões de linchamento. 
É fácil e muito perigoso para o movimento da bicicleta apontar o dedo e culpar, mesmo que a situação pareça óbvia, mas seria muito mais sensato e produtivo procurar conhecer todos os fatores que envolveram a situação. É fácil construir discórdias e ódio. Difícil e demorado é construir a paz. Para mim bicicleta é um veículo de paz. Skate também. E os outros de vez em quando cometem erros. Aliás, nós também cometemos erros. A vida é assim.
Felipe, desculpe pelo minha forma de conversar. Infelizmente o tema - violência - é visceral. Eu quero paz.

Vídeos mostram skatistas atacando carro de motorista antes do atropelamento na Rua Augusta
ps.: um erro não justifica o outro

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Semáforos desalinhados

Fórum do Leitor
O Estado de São Paulo
23 de Junho de 2017

Semáforos desalinhados

Faz uns dias quase aconteceu uma colisão entre dois carros na esquina das ruas Domingos Barbiere com Hugo Carotini, no Caxingui, porque um dos semáforos, o mais baixo, estava desalinhado 45 graus, ou seja, com luz verde visível nos dois sentidos. Passo por lá a anos e o semáforo sempre esteve corretamente alinhado. Informei um agente da CET que encontrei mais adiante e este logo saiu para o local. A partir deste incidente comecei a prestar atenção nos semáforos e para meu espanto encontrei vários desalinhados, uns mais outros menos, com o foco de luz numa posição que confunde perigosamente motoristas. Contei o fato para amigos e alguns contaram que tem notado o mesmo problema em várias partes da cidade. O que está acontecendo? É comum ver caixa de sinalização arrombada, semáforo e placa de sinalização pichados, e outras depredações. Molecagem ou ação muito perigosa? Confesso minha preocupação é que seja mais uma ação política radical, ou como queiram chamar. Alguém tome providências, descubra os responsáveis e puna nos termos da lei antes de um acidente grave ou fatal.

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Perdedores e vencedores

Domingo num almoço de família no meio de conversas esportivas o pessoal soube que Felipe Massa tinha saído da corrida já primeira volta. As críticas a ele e Barrichello foram imediatas e duras, como sempre. "Perdedores!" Brasileiro é impiedoso com seus esportistas, de todas as áreas. Barrichello foi e continua sendo preferência nacional para as críticas, uma espécie de ícone do esportista perdedor. Eu acho deprimente, literalmente deprimente. Acho deprimente porque este julgamento traz consigo uma análise absolutamente ignorante dos fatos. Coisa de país perdedor, o que de fato e regra somos, brasileiros.
Nelson Piquet e sua língua inteligente e ferina soltou que "o segundo colocado é o primeiro perdedor". Acertou na mosca do pensamento popular brasileiro. Um belo deboche com os que vivem fora da realidade. Afinal, porque a categoria mais complexa, sofisticada e avançada do automobilismo, e talvez de todos esportes, contrataria e manteria em longeva atividade dois pilotos como Barrichello e Massa, considerados perdedores pelos compatriotas?

Outro dia esteve no Roda Viva da TV Cultura o pesquisador da FGV Samuel Pessôa. Um dos Twiter define bem o que foi: "Surpreendentemente didático e fácil comunicação..." Samuel (1:06:10 do programa) fala que "O Brasil está condenado a mediocridade" . Não é o primeiro que faz esta análise, que tristemente ouço faz décadas e sempre me recusei a aceitar. Hoje ainda tenho dificuldade de aceitar, mas tenho dificuldade de ver outro horizonte. 
Temos que mudar muita coisa para conseguir fazer deste país alguma coisa. O marco zero é deixar para trás nosso complexo de vira-lata, como dizia já o Nelson Rodrigues na década de 50. Um dos reflexos deste nosso complexo de inferioridade destrutivo é exatamente esta falta de respeito por qualquer personalidade, trabalho ou conhecimento que não seja vitorioso ao estilo Ayrton Senna, Guga ou outros tantos.
Conheci pessoalmente e acompanhei o excelente trabalho de várias pessoas pela vida que poderiam ter de fato ter feito deste país algo bem próximo do que sonhamos, mas que tiveram seus trabalhos simplesmente jogados no lixo. Para o brasileiro são perdedores. Muito mais cômodo acreditar no grande paizão, no salvador da pátria, em ilusões, a fazer críticas sem qualquer fundamento. 

Um bom exemplo de um destes "perdedores" do Brasil vale ler o currículo de Roberto_Pupo_Moreno, mesmo que não goste de automobilismo. O Brasil está cheio de "perdedores" como ele. Triste.

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Brasil: epidemia de violência

Saímos de um Brasil que sempre teve problemas de violência para viver num país metido numa inacreditável epidemia de violência. A matéria é da Globo, mas os números são oficiais e a clareza da situação é genérica. Uma violência  nunca antes vista neste país. O Brasil está passando pela Lava Jato com aplausos de toda população (ou praticamente toda, como vocês sabem). O mesmo Brasil que faz um silêncio macabro sobre a violência e seus homicídios.
A saber: em 2015 foram mais de 60.000 homicídios (sem contar trânsito).
Entre 2000 e 2015, portanto Governos Lula e Dilma, PT, o Brasil teve 853.850 mortes violentas. Pode-se dizer que o PT socializou esta epidemia de violência.
Quando nós, brasileiros, vamos tomar vergonha na cara e exigir que se investigue a possível ligação dos políticos com o tráfego de drogas, crime organizado e violência generalizada. Bobagem? Brizola e o acordo com o tráfego do Rio foi bobagem ou prenuncio? Procurem nos arquivos dos jornais.
Quanto custa o silêncio?

Pergunte aos pais de Vitor Gurman e Leonardo Araujo dos Anjos, jovens promissores mortos violentamente em acidentes de trânsito. Ou a família de Fernando, assassinado numa esquina por causa de uma relógio. Ou... ou... ou... ou...


Quem será o próximo? Uma boa opção para estar incluído na lista é ter uma bicicleta de boa qualidade e pedalar numa Sumaré, Cidade Universitária, Villa Lobos, alguma rodovia,...